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Há um ano no Brasil, Brooklyn mira triplicar produção para driblar crise econômica

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Segundo revela Marina Daur, gerente da marca no Brasil, Brooklyn deve fabricar mais dois rótulos no país. Sorachi é uma das opções

Em agosto de 2018, o mercado brasileiro recebeu uma notícia bombástica: a Brooklyn Brewery, uma das mais renomadas e conhecidas marcas do mundo, passaria a produzir alguns rótulos no Brasil. Prestes a completar um ano, a cervejaria mais famosa de Nova York admite ter enfrentado certa instabilidade. Mas, satisfeita, já planeja triplicar sua produção, segundo releva Marina Daur, gerente da marca no país.

Com mais de três décadas de história, a Brooklyn vivenciou um ano de turbulências e conquistas no mercado nacional. Depois de fazer uma joint venture com a curitibana Maniacs, a marca norte-americana desembarcou no país em um momento de crise econômica e política, mas tem conseguido prosperar, a ponto de planejar a expansão dos rótulos produzidos por aqui.

Atualmente, a cervejaria produz dois estilos no Brasil, a Lager e a East India Pale Ale, importando todos os demais. Mas, com a previsão de ampliar sua presença no território nacional, a ideia é fabricar um terceiro ou até mesmo um quarto rótulo. Clássicos como a Sorachi e a Defender estão entre as opções.

“Com o crescimento da marca no Brasil (queremos triplicar o volume nos próximos meses) a ideia é escolher um ou dois desses skus para produção aqui”, conta Marina Daur ao Guia, detalhando quais seriam essas opções.

“Temos um carinho especial pela Sorachi, que é a menina dos olhos do Garrett (Oliver, mestre cervejeiro da Brooklyn) e é uma cerveja feita com lúpulo japonês. Mas, considerando que IPA é praticamente sinônimo da categoria de artesanais, há grandes chances de produzirmos a Defender por aqui, que é uma IPA mais leve, com 5,5% de teor alcoólico, muito saborosa e é a cerveja oficial do Comic Con de NY”, detalha a gerente da marca.

Controle rígido
A chegada da Brooklyn ao Brasil se deu inicialmente em 2011, mas apenas com a importação da marca que surgiu em Nova York, passou depois a ser distribuída pela Carlsberg na Europa e, em 2016, teve 24,5% das suas ações adquiridas pelo grupo Kirin.

E, diante do crescimento do mercado brasileiro de artesanais, a marca norte-americana optou por produzir no país em 2018. Surgiu, assim, a parceria com a Maniacs. Mas com uma característica especial: todo o processo segue os rígidos padrões estabelecidos na sua sede, em Nova York.

“Para que a produção aqui fosse possível, além do investimento em uma planta fabril, nossa equipe foi até os Estados Unidos receber um rígido treinamento. Garrett Oliver, o mestre cervejeiro da Brooklyn e ícone no mercado, visitou as instalações por aqui. Depois homologamos os mesmos fornecedores de NY e mandamos todos os lotes para testes sensoriais e laboratoriais antes de colocar o produto à venda”, explica Marina.

O processo de produção e a conquista do mercado no Brasil começaram a se intensificar neste ano, especialmente a partir da realização e participação em eventos. “De janeiro pra cá, aos poucos, a marca vem ganhando mais força nos principais clientes através de ações como a Brooklyn Burger Week que realizamos em maio, em mais de 30 hamburguerias. Também estivemos presentes no Festival de Pinheiros, no Mondial de la Bière SP e no Curitiba Blues Festival”, diz.

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Turbulência econômica
Mas os desafios e problemas no processo também apareceram no primeiro ano. E o maior deles foi a crise econômica. De maneira geral, em um cenário que impactou todo o setor, especialmente no segundo semestre de 2018, a turbulência acarretou diretamente na diminuição do poder de compra do consumidor e restringiu o acesso às artesanais.

“O Brasil é o terceiro maior consumidor de cerveja no mundo, mas é também um país que está passando por uma crise político-econômica, que reflete no consumo de modo geral”, conta a gerente, avaliando como esse cenário impactou a Brooklyn.

“Dentro das artesanais, que já são naturalmente mais caras que os rótulos mainstream, a Brooklyn também se enquadra em um perfil de cervejas premium. Com a nacionalização, o produto ficou, sim, mais barato, mas ainda pode ser um desembolso alto para o consumidor brasileiro”, admite Marina, também apontando a variação cambial como outro entrave.

Isso pode dificultar os planos de expansão no país. Mas, para driblá-lo, a Brooklyn tem apostado na boa recepção aos seus rótulos e no crescimento do conhecimento de seus produtos. “A marca é muito querida aqui e no mundo todo! Quem já conhece, adora. E quem não conhece, quando tem o primeiro contato, logo se encanta pelo produto, pela história e isso tudo é muito positivo”, celebra Marina.

O suporte da Maniacs
Para compreender mais rapidamente as especificidades do mercado brasileiro, nada melhor do que contar com um apoio local. E foi o que se deu com a Brooklyn a partir da joint venture com a Maniacs, que lhe tem ajudado com esse conhecimento, segundo aponta Marco Koch, gerente de marca da cervejaria curitibana.

“A experiência da Maniacs e de todo o nosso time nas especificidades comerciais do mercado brasileiro é fundamental para o crescimento das duas marcas aqui no Brasil. O mercado brasileiro e o norte-americano estão em momentos de maturação distintos. Então, ter a Maniacs para desbravar o país ajuda a Brooklyn a crescer mais forte por aqui”, avalia Marco.

E a Maniacs, evidentemente, também tem se beneficiado com essa parceria. Seja pelo chamariz provocado pela joint venture com uma marca tão renomada, seja por conhecer de perto o padrão de produção e as práticas da Brooklyn.

“Do ponto de vista comercial, ter a Brooklyn ao nosso lado é uma honra e ajuda a abrir portas por todo o Brasil. Há também alguns processos de produção e boas práticas que são padrão na Brooklyn e que nossos cervejeiros implementaram nas cervejas feitas pela Maniacs”, comenta o gerente, que também enxerga similaridades entre as marcas.

“Colocar no mercado cervejas que sejam especiais para o beergeek e que, ao mesmo tempo, encantem o consumidor iniciante é algo que ambas as marcas estão comprometidas”, conclui Marco.

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