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Carlsberg descarta acordo sobre operação na Rússia: “Roubaram nosso negócio”

Mercado russo de cervejas é liderado pela Baltika Breweries, subsidiária da companhia de origem dinamarquesa

O Grupo Carlsberg tomou a decisão de encerrar todos os laços com sua subsidiária na Rússia, a Baltika Breweries, como medida para não conferir legitimidade à ação do governo local, que assumiu o controle da operação. O novo CEO da empresa, Jacob Aarup-Andersen, anunciou essa decisão.

A Carlsberg rejeita, assim, qualquer possibilidade de firmar um acordo com o governo russo, como explicou Arup-Andersen. “Não há como evitar o fato de que eles roubaram nossos negócios na Rússia e não vamos ajudá-los a fazer com que isso pareça legítimo”, afirma o CEO da empresa dinamarquesa.

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Em julho, o governo russo assumiu o controle da Baltika no país, colocando Taimuraz Bolloev, um aliado de Vladimir Putin, à frente da subsidiária da Carlsberg. Bolloev já havia dirigido a empresa anteriormente na década de 1990.

“Não vamos celebrar uma transação com o governo russo que de alguma forma justifique que eles assumam ilegalmente o nosso negócio”, acrescenta o CEO.

Desde o início da guerra na Ucrânia, a Carlsberg foi uma das muitas empresas ocidentais que expressaram o desejo de deixar a Rússia, planejando fazê-lo por meio da venda de sua operação. E, em junho, a empresa chegou a declarar ter encontrado um comprador, com a ressalva de que a transação dependia da aprovação das autoridades do Kremlin.

No entanto, no mês seguinte, o governo local tomou o controle “temporário” da Baltika. A agência imobiliária federal Rosimushchestvo foi nomeada gestora temporária, embora o Kremlin tenha afirmado que isso não “implicava em mudança na estrutura da propriedade”.

Essa ação foi possível graças a uma lei na Rússia que permite o confisco de ativos de companhias de países considerados “hostis”. A mesma abordagem foi aplicada a empresas como a francesa Danone.

A operação da Carlsberg na Rússia incluía 8 cervejarias com 8,4 mil funcionários. Quando anunciou o desejo de sair do país, em 2022, empresa registrou uma redução contábil de 9,9 bilhões de coroas dinamarquesas (aproximadamente R$ 6,96 bilhões na cotação atual).

Antes da intervenção, a Carlsberg detinha uma participação de 27% na Baltika Breweries e era líder de mercado na Rússia. A empresa produzia várias marcas de cerveja estrangeiras, como Carlsberg, Tuborg, Asahi Super Dry, Holsten e Warsteiner.

Em 2021, a Carlsberg obteve uma receita de 6,5 bilhões de coroas dinamarquesas (cerca de R$ 4,57 bilhões) na Rússia, correspondendo a aproximadamente 10% de seu faturamento global. Além disso, obteve um lucro de 682 milhões de coroas dinamarquesas (R$ 479 milhões) no país naquele ano, o que representou 6% de seus ganhos totais.

A Carlsberg teve interações limitadas com o Kremlin e os gestores da Baltika desde a intervenção do governo russo, e, como forma de retaliação, encerrou os acordos de licença que permitiam à cervejaria local produzir e vender seus rótulos no país.

“Quando essas licenças expirarem com o período de carência, eles não poderão mais produzir nenhum dos nossos produtos. É claro que não posso garantir que isso aconteça, mas essa é a nossa expectativa”, explica o CEO.

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