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Medieval, mas tecnológica: Primeiro cervejoduto do mundo completa 3 anos em Bruges

cervejoduto
De Halve Maan inventou solução para impedir que trânsito de caminhões estragasse ruas históricas e medievais de Bruges

Parece lenda, ou uma história engraçada de propaganda de cerveja. Mas não é: existe um grande duto subterrâneo que transporta cerveja abaixo de uma localidade medieval na Bélgica. Estamos falando da cidade de Bruges, no noroeste do país, que está na lista de patrimônios mundiais da Unesco. Lá existe um ‘”Cervejoduto” que leva a bebida por três quilômetros sob as ruas históricas da cidade.

Este projeto inédito foi inaugurado em setembro de 2016 pela Cervejaria De Halve Maan, uma das mais antigas da Bélgica ainda em atividade. A marca produz cerveja no centro de Bruges há mais de 150 anos. Em 2012 ela passou a exportar mais e teve um grande aumento de produção. Para atender a demanda, foi necessária a construção de uma nova planta envasadora fora do centro da cidade.

Para conferir a reportagem em vídeo e na íntegra, acesse o canal de nosso sommelier Rodrigo Sena, autor do texto e do canal Beer Senses

Mas isso criou um problema, pois a cerveja continuou a ser fabricada no prédio histórico no centro e precisava ser enviada em caminhões-tanque até a nova planta envasadora, a 3 quilômetros de distância. Isso aumentou o trânsito de caminhões nas ruas medievais da cidade, colocando em risco o patrimônio histórico.

Pensando no problema, o atual diretor-geral e herdeiro da cervejaria, Xavier Vanneste, se inspirou vendo trabalhadores colocarem cabos de banda larga na porta da sua casa. Isso lhe deu a ideia de transportar a cerveja – assim como os cabos transportam a banda larga.

União pelo cervejoduto
O projeto envolveu toda a comunidade de Bruges e foi feito por experientes peritos em túneis, usando tecnologia de ponta para minimizar qualquer tipo de dano às ruas e prédios históricos. Ao todo o “Cervejoduto” custou € 4 milhões.

Cerca de 10% desse investimento foi arrecadado em um financiamento coletivo (chamado crowdfunding em inglês), uma espécie de “vaquinha” com diferentes cotas de participação. E a mais cara delas – de € 7,5 mil – garante aos doadores uma garrafa da cerveja Brugse Zot Blond todos os dias até o fim da vida.

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Além de ajudar na preservação do patrimônio histórico, o “Cervejoduto” colabora para um aumento na qualidade das cervejas produzidas pela De Halve Maan. “Agora o risco de contaminação é menor do que antes, quando precisávamos encher os caminhões com cerveja e depois descarregar na planta envasadora”, conta Steve Snauwaert, diretor de exportações da De Halve Maan.

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O primeiro “Cervejoduto” do mundo transporta cerveja para encher em torno de 10 mil garrafas por hora. “Depois de cada transporte nós limpamos os dutos com produtos, procuramos desinfetar por dentro e bombeamos 300 litros de água antes de colocar cerveja novamente”, explica Bernard Degroote, gerente da unidade de envase da De Halve Maan.

Desde 2018, a De Halve Maan mantém exportações constantes para o Brasil. Portanto, conseguimos encontrar por aqui as cervejas que passam pelo “Cervejoduto”. “Temos muito orgulho de poder trazer essas cervejas da Bélgica para o Brasil. O mercado está nos recebendo muito bem, alguns bares cervejeiros até nos agradecem por disponibilizar essas cervejas no Brasil”, salienta Michiel Van der Voort, gerente comercial da De Halve Maan no Brasil.

Atualmente, no portfólio da De Halve Maan, estão os rótulos Brugse Zot (Blond e Dubbel), Sportzot (Blond sem álcool), Straffe Hendrik (Tripel e Quadrupel), Blanche de Bruges (Witbier) e também cervejas sazonais de fabricação limitada.

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