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Monges abrem “e-commerce” para vender cultuada trapista belga

Westvleteren
Em busca de democratização, monastério de Westvleteren cria sistema online de vendas para evitar que estabelecimentos pratiquem preços abusivos

Feito por monges trapistas no monastério de São Sixto em Westvleteren, na Bélgica, o conteúdo dos 5 mil barris anuais de uma das mais cultuadas cervejas do mundo é disputado por fãs do mundo inteiro, que até segunda-feira só podiam comprar pessoalmente e com hora marcada um limite de duas caixas da iguaria. Desde a manhã desta terça, no entanto, uma inovação promete facilitar a aquisição da Westvleteren: a página do monastério passou a vender online a cerveja.

A medida, que pode parecer contraditória à conduta dos recatados e discretos monges tem, na verdade, um intuito nobre, muito diferente do aumento de lucro ou da popularização do produto: manter o controle sobre a venda de suas cervejas, para evitar que outros estabelecimentos coloquem preços considerados abusivos.

Apesar de ostentarem o lema “vivemos para fazer cerveja, não fazemos cerveja par viver”, e de terem uma produção anual limitada a 5 milhões de litros, suficiente apenas para cobrir os custos de manutenção do monastério, sem lucros ou luxos, os monges têm no mercado negro de seus três rótulos um problema de longa data.

Se no monastério uma caixa com 24 garrafas da Westvleteren 12 sai por € 45 (menos de € 2 por unidade), em lojas de Bruxelas esse preço pode chegar a € 15, enquanto nos Estados Unidos atingem £ 40 e, na rica e consumista Dubai, € 250. No ano passado, 7 mil garrafas de seus rótulos foram encontradas à venda por £ 9 na rede holandesa de supermercados Jan Linders.

A venda online, contudo, não vai acontecer no modo tradicional, com entrega na casa do comprador: ela é só uma etapa do processo de venda. Após pagar e reservar sua cerveja pelo site (o limite continua de duas caixas), o interessado ainda assim deve se apresentar pessoalmente no monastério para retirar a mercadoria. Apenas clientes individuais serão elegíveis à compra – e as portas estão fechas para compradores profissionais.

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E a preferência será para os consumidores novos ou recentes – garantindo, assim, certa “democracia” no acesso às raras cervejas de Westvleteren. O sistema acaba, também, com uma louca corrida ao telefone.

“A loja online vai ser acessível apenas para compradores individuais, e não para profissionais. Queremos dar ao maior número de pessoas possível a oportunidade de comprar a trapista de Westvleteren pelo preço correto. Qualquer um que extrapolar e desrespeitar as regras de compra terá o acesso à loja negado”, explica Manu van Hecke, o abade de Saint Sixtus. “O sistema vai ao encontro das necessidades do monastério e do público. Pensamos por muito tempo sobre uma boa alternativa amigável para o consumidor”.

Além de funcionar como mecanismo de democratização, o novo sistema online substitui o chato sistema de encomendas por telefone que, em momentos de pico, chegava a receber 85 mil ligações por dia de interessados.

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