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68% dos torcedores bebem cerveja, mas restrições limitam acesso nos estádios

Bahia e Santos têm torcidas que mais consomem cerveja, segundo relatório

Apenas três de cada dez torcedores de futebol no Brasil não são fãs de cerveja. O dado é confirmado pelo relatório Convocados 23, produzido pelo economista César Grafietti, especialista em finanças do futebol, apontando que 68% dos torcedores consomem cerveja. Neste domingo, porém, não haverá o produto, ao menos em sua versão com álcool, nas arquibancadas do Morumbi para um dos mais importantes jogos do ano entre clubes no país, a decisão da Copa do Brasil entre São Paulo e Flamengo.

São Paulo é um dos estados brasileiros que proíbe a venda de cerveja em seus estádios. Como resultado, houve aumento no consumo nos arredores dos estádios, seja em bares ou por meio de vendedores ambulantes, com o público passando pouco tempo nas arquibancadas. Assim, a proibição parece concentrar os torcedores em outros locais, em vez de efetivamente proibir o consumo de álcool.

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“A liberação da comercialização de bebida alcoólica dentro das arenas aumentará o tempo médio em que o torcedor ficará dentro dessas dependências, e a consequência é o aumento do consumo de produtos e serviços. Além disso, tende a melhorar o fluxo dos torcedores em horários de pico para a entrada e saída dos jogos. Junto com a liberação da comercialização de cervejas deve ter um investimento em campanhas publicitárias de conscientização do consumo moderado de bebida alcoólica”, diz Fábio Wolff, sócio-diretor da Wolff Sports e especialista em marketing esportivo.

Em São Paulo, a proibição da venda de cerveja nos estádios durante os jogos remonta a 1996, quando foi motivada por um conflito entre torcedores do São Paulo e do Palmeiras no Pacaembu, após a final da Supercopa São Paulo de Juniores. Essa proibição só foi levantada no estado pela Lei Geral da Copa, legislação federal, durante a Copa do Mundo de 2014 no Brasil. Já são, portanto, quase três décadas sem que os clubes paulistas possam vender cerveja aos torcedores, perdendo assim uma fonte potencial de receita.

“A liberação da venda contribuiria para outros fatores importantes, como o aumento do faturamento especialmente dos clubes que promovem o espetáculo. Além disso, a liberação abre um leque maior de parcerias com as marcas, que poderão fazer mais ativações no ambiente interno do estádio, tornando o espetáculo ainda mais atrativo, e realizando campanhas de conscientização para que os torcedores não exagerem, pois atos incomuns podem afetar outras pessoas e também os próprios clubes com eventuais punições no âmbito desportivo”, afirma Renê Salviano, CEO da Heatmap e especialista em gestão esportiva.

A proibição da venda de cerveja nos estádios de São Paulo é especialmente frustrante para as torcidas dos dois principais clubes alvinegros do estado, o Santos e o Corinthians. O Relatório Convocados 23 mostra que a cerveja é um destaque no consumo de 81% dos santistas e 75% dos corintianos.

A situação é semelhante para os torcedores do Grêmio, que não podem comprar cerveja dentro do estádio do clube, embora 76% deles consumam regularmente a bebida. Coincidentemente, o deputado estadual Gaúcho da Geral, conhecido torcedor do clube, tem a liberação da venda de bebidas alcoólicas nos estádios como uma de suas principais bandeiras.

Por outro lado, três das torcidas mencionadas no Relatório Convocados 23 não enfrentam esse problema quando vão aos jogos de seus clubes como mandantes. O documento revela que a torcida do Bahia é a que mais consome cerveja, com 82%. E os números também são alto entre os torcedores do Atlético-MG, com 79%, e do Fluminense, com 76%.

Nesses casos, os estados da Bahia, Minas Gerais e Rio de Janeiro permitem a venda de cerveja nos estádios. Renê Salviano espera que essa situação mude um dia em São Paulo, desde que seja acompanhada por campanhas de conscientização.

“O produto futebol de um modo geral e a experiência dos jogos tendem a ser mais incrementados com a inserção da venda de cerveja. No entanto, é sempre importante ressaltar que os responsáveis pelos eventos e as autoridades realizem um monitoramento em relação ao comportamento dos torcedores. Afinal, todos sabemos que esta lei surgiu a partir de um triste episódio envolvendo brigas entre torcidas e ninguém quer que este tipo de situação se repita ou seja recorrente, e muito menos seja potencializado pelas bebidas”, diz.

Confira as torcidas que têm a cerveja como destaque de consumo, segundo o relatório Convocados:
Bahia – 82%
Santos – 81%
Atlético-MG – 79%
Fluminense – 76%
Grêmio – 76%
Corinthians – 75%

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