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Macroeconomia desafia retomada do setor cervejeiro em nova fase, aponta startup

Consumidor voltou aos bares e restaurantes, mas perda do poder de compra atrapalha recuperação do setor

O avanço da vacinação e o fim de medidas restritivas adotadas desde o início da pandemia do coronavírus trouxeram expectativas positivas para uma retomada do segmento de cervejas artesanais, mas ainda há problemas a serem superados para “virar a página” da crise. Afinal, ao mesmo tempo em que lutam para alavancar um período de mais bonança, as empresas ainda lidam com efeitos do passado e novos desafios.

Certo mesmo é que o cenário se modificou, com o consumidor voltando às ruas, bares e restaurantes. “A gente percebe muito isso, principalmente pelo volume de chope que é vendido. As pessoas estão na rua com um cenário completamente diferente do que a gente enxergou até o final do ano passado”, afirma Roberto Lazaro, um dos sócio-fundadores da Bevfy.

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A startup Bevfy está há pouco mais de um ano no mercado, com uma plataforma que busca descomplicar os processos de compra e venda de bebidas, permitindo aos donos de um estabelecimento a aquisição de rótulos direto dos fabricantes e distribuidores. Assim, ao fazer essa “ponte”, a empresa tem percebido um mercado modificado no segundo trimestre de 2022.

Lazaro lembra, porém, das sequelas da pandemia, com muitos estabelecimentos parceiros ainda tendo dívidas a pagar. “Praticamente todos os pontos de venda do mercado têm mais contas para pagar como consequência dos empréstimos que tiverem de fazer. Então, tem muita empresa com caixa baixo, o que acaba afetando a gente diretamente, com mais atraso nos nossos pagamentos”, diz.

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Assim, até com a intenção de deixar para trás essas sequelas, as empresas vêm buscando acelerar a reação. “Nesse momento de retomada, está todo mundo procurando alternativas para tentar recuperar as perdas ou recuperar o que deixou de ganhar nestes últimos dois anos”, conta Carlos Lima, também sócio-fundador da Bevfy.

O problema, porém, está na força que o consumidor terá para voltar a comprar cervejas artesanais. A inflação oficial, que fechou o período de 12 meses encerrado em maio em 11,73%, de acordo com o IBGE, é um dos obstáculos, que se soma a problemas vistos no cenário externo e que impactam no preço dos insumos, como o conflito na Ucrânia. “A cadeia de suprimentos está toda abalada, com alta da inflação, alta de combustível…”, lamenta Lima.

O profissional da Bevfy também aponta que tudo acaba se transformando em perda do poder de compra do consumidor. “O maior impacto é no poder de compra do consumidor que com essa queda tende, obviamente, a deixar de gastar uma parcela do dinheiro em algumas coisas. E a bebida artesanal e o segmento de serviços podem ser impactados por essa retração”, destaca.

Assim, mesmo que não lide prioritariamente com o consumidor final, a Bevfy acaba sentindo o impacto provocado por esse público em seus parceiros. “É o consumidor quem efetivamente gera a demanda e tem essa retração em função da inflação. Obviamente, com a inflação, os produtos acabam chegando mais caros não só às gôndolas, mas também no balcão do bar”, conclui Lima, apontando o difícil equilíbrio que as empresas do setor cervejeiro precisam alcançar para efetivar a retomada.

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