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Caso Backer: Investigações completam 1 mês e ainda não apresentam conclusões

Questões sobre como, por que e quando o mono e o dietilenoglicol foram parar nas cervejas ainda não estão respondidas

As investigações da Polícia Civil de Minas Gerais sobre a contaminação de cervejas da Backer completam 30 dias nessa semana e, até o momento, não apresentaram respostas conclusivas às principais questões do caso: como, por que e quando o mono e o dietilenoglicol foram parar dentro de dezenas de lotes produzidos pela cervejaria?

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A Polícia Civil entrou no caso após ser acionada pela Secretaria de Saúde do Estado de MG, quando se constatou que quatro pessoas haviam sido internadas com sintomas da síndrome nefroneural nos últimos dias de 2019. Logo na primeira semana de janeiro de 2020, os policiais começaram as investigações.

Dias depois, com as evidências de que a contaminação da cerveja Belorizontina seria o motivo da intoxicação, o Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa) também foi acionado e passou a trabalhar nas investigações.

A polícia já ouviu 24 pessoas oficialmente e trabalha focada em apurar as questões criminais do caso, enquanto o Mapa investiga aspectos ligados à produção e aos processos da Backer.

Algumas questões foram esclarecidas, mas até agora nenhuma conclusão foi revelada. Segundo os laudos das perícias, a contaminação ocorreu dentro da fábrica da Backer, sendo descartada a possibilidade de que uma sabotagem pudesse ter ocorrido após a cerveja ter sido envasada – uma perícia nas garrafas não identificou nenhum sinal de violação.

Outra descoberta importante foi que a água usada no processo de produção (chamada água cervejeira) que estava nos tanques da Backer estava contaminada com mono e dietilenoglicol. Os peritos identificaram ainda contaminação em diferentes tanques e pontos de distribuição de água na cervejaria.

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Tais informações mostram que a contaminação ocorreu em grande escala dentro da cervejaria, mas não explicam como aconteceu. Até o momento, pelo menos publicamente, tanto o Mapa quanto a polícia não descartam as hipóteses de sabotagem ou de erro de procedimento na manipulação das substâncias, seja da Backer ou de seu fornecedor de monoetilenoglicol.

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Há duas semanas, a Backer entregou à polícia um vídeo feito nas instalações da Imperquímica Comercial Ltda, em Contagem, fornecedora da cervejaria, que mostra uma suposta adulteração do monoetilenoglicol. Policiais e peritos foram até a empresa, que acabou sendo interditada por estar manipulando substâncias químicas sem ter alvará para isso.

Até o momento, a Secretaria de Saúde de Minas Gerais recebeu 30 notificações de vítimas da sindrome nefroneural. Somente quatro destes casos foram tecnicamente confirmados com intoxicação por dietilenoglicol. Das quatro vítimas que faleceram, por sua vez, três ainda não tiveram a intoxicação confirmada como causa da morte.

Na próxima quarta-feira, a Câmara Setorial da Cerveja se reunirá na cidade de Belo Horizonte para discutir o caso Backer e avaliar a proibição do uso de etilenoglicol nas cervejarias do país.

Leia também – Câmara da Cerveja se reunirá em BH para debater proibição do etilenoglicol

Todas as cervejas produzidas pela Backer que estavam no varejo foram recolhidas. A empresa está interditada pela Anvisa e proibida de vender qualquer bebida de qualquer uma de suas marcas.

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