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Cultura do rúgbi impacta no consumo de cerveja e exige plano emergencial no Japão

mundial de rúgbi
Embalado pela cultura do terceiro tempo, Mundial de Rúgbi fez Heineken japonesa aumentar sua produção em mais de 80%

Terceiro maior evento esportivo do mundo, atrás apenas das edições da Olimpíada e da Copa do Mundo de futebol, o Mundial de Rúgbi, que está sendo realizado no Japão, está envolto em números grandiosos. E muitos deles estão diretamente ligados ao consumo de cerveja, bebida historicamente associada a esse esporte e aos seus valores.

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Disputada por 20 seleções divididas em quatro grupos, a Copa do Mundo Rúgbi se iniciou em 20 de setembro e só vai chegar ao fim em 2 de novembro, quando as duas seleções finalistas vão se enfrentar no Estádio Internacional de Yokohama para definir o vencedor da nona edição do torneio.

Com 12 sedes, a competição atraiu mais de 400 mil turistas ao país, de acordo com previsão dos organizadores. Foram eles os responsáveis por comprar até 1/3 dos ingressos para a competição. Muitos deles com bastante sede, a ponto de se estimar o consumo de até 100 mil copos de cerveja de 350ml  por jogo da competição – são 48.

Essa demanda provocou ações preventivas para evitar a escassez da bebida no Japão durante a Copa do Mundo, que tem a Heineken como sua cerveja oficial. Para isso, a Kirin se planejou para aumentar em pelo menos 80% a produção da Heineken em setembro, sob a perspectiva de elevar em mais de 70% a sua venda entre o mês passado, outubro e novembro. E a adoção de novas estratégias de logísticas se tornou fundamental, pois apenas a fábrica de Yokohama da Kirin produz a Heineken no país.

Boa parte do consumo se concentra em torcedores estrangeiros, pois algumas das principais seleções de rúgbi vêm de países com ampla tradição cervejeira. Enquanto no Japão o consumo da bebida em 2018 foi de 53,5 litros per capita, na Nova Zelândia, que conta com a seleção atual bicampeã mundial e líder do ranking, foram 81,4 l por pessoa. E os números são ainda maiores na Irlanda (117,9 l), na Austrália (97,6 l) e no Reino Unido (88,6 l).

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Foi o que alarmou a cidade de Kobe, que na primeira fase da Copa do Mundo recebe jogos de seleções como África do Sul, Escócia, Inglaterra e Irlanda, com a realização até de seminários para que os estabelecimentos estivessem preparados para a alta demanda pela presença das seleções no país.

Cultura da cerveja
O consumo expressivo de cerveja não ocorre apenas na edição japonesa da Copa do Mundo de Rúgbi, tanto que o campeonato de 2015, realizado na Inglaterra, teve 1,9 milhão de litros vendidos nos estádios e nas fan zones. É um reflexo de atributos do esporte, dentro e fora de campo.

Surgido em 1823, o rúgbi tem desde então como tradição extraoficial o “terceiro tempo”, a reunião das duas equipes para comemorar o jogo e comentar lances, em celebração realizada com o consumo de cerveja, geralmente bancada pela equipe mandante.

“Historicamente após os jogos as equipes que enfrentaram em campo se unem para o mundialmente famoso Terceiro Tempo, onde em um clima de amizade dividem cerveja com a outra equipe, em uma celebração ao esporte e aos jogadores. A torcida faz o mesmo. Daí nasceu a cultura da cerveja no rúgbi”, lembra Antonio Martoni  Neto, ex- jogador de rúgbi, treinador e que atualmente ocupa o cargo de CEO do São Paulo Saracens Bandeirantes, alem de ter longa carreira como comentarista nos canais ESPN.

Essa confraternização faz parte da filosofia do rúgbi, com seus participantes e fãs sempre destacando os cinco valores que marcam o esporte: a integridade, o respeito, a solidariedade, a paixão e a disciplina.

Até por isso, Martoni lembra que não existe condenação moralista pelo consumo de cerveja pelos atletas, ao contrário do que ocorre em outros esportes. E, em sua avaliação, isso se dá muito pela cultura do rúgbi.

“Os jogadores profissionais dão entrevistas pós-jogo com cerveja na mão, sem excesso, mas sem policiamento. Todos compreendem o verdadeiro espírito do jogo e seus valores”, conclui.

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