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Oficina de cerveja pode impulsionar sonho de marca própria de Heliópolis

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Comunidade receberá curso promovido pela Acerva e pela Unas, em iniciativa que pode ser o pontapé de uma cerveja própria (Foto: Rovena Rosa/Agência Brasil)

Embora a cerveja artesanal seja costumeiramente vista como uma opção cara para a maior parcela da sociedade, ela também pode abrir novas perspectivas na vida de comunidades carentes. É o caso de Heliópolis, que receberá em 7 de setembro uma oficina aberta sobre artesanais e sua produção.

Localizada na Zona Sul de São Paulo, Heliópolis é a maior comunidade da cidade, com cerca de 100 mil habitantes. Um local onde o desemprego se tornou um dos principais problemas para seus moradores, ainda mais vulneráveis em um cenário de crise econômica e recessão no Brasil.

“A oficina pode ser uma alternativa na área de profissionalização para jovens acima de 18 anos, ainda mais que muitos estão desempregados”, conta José Geraldo de Paula Pinto, tesoureiro da União de Núcleos, Associações dos Moradores de Heliópolis e Região (Unas), ao Guia.

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Surgida no fim da década de 1970 e responsável por diversos projetos de educação e desenvolvimento local, beneficiando cerca de 5 mil pessoas, a Unas se uniu à Acerva Paulista para desenvolver o projeto. A oficina apresentará o processo de produção de cerveja na teoria e na prática aos moradores da comunidade, além de oferecer degustação de diversos estilos. O evento está agendado para o dia 7, das 10h às 16h (as inscrições podem ser feitas pelo e-mail tesourariaunas.geraldo@gmail.com).

A Acerva Paulista espera, com a oficina, difundir a cultura cervejeira e demonstrar que a bebida pode ser uma ferramenta de transformação social. Afinal, o maior conhecimento sobre o setor pode ajudar na busca por empregos em grandes empresas cervejeiras e, também, contribuir para fomentar sonhos e novas possibilidades.

E uma possibilidade aventada pela Unas é que o curso faça crescer na comunidade a ideia da criação de uma marca própria. O plano, ainda que sem ter sido colocado no papel, até já existe. A oficina, portanto, pode ser o pontapé inicial para fomentá-lo.

“Temos o desejo de fazer uma marca da comunidade a longo prazo. A oficina é uma oportunidade de sensibilização para essa ideia”, revela Geraldo, acrescentando que o nome já está até definido. “A gente pensa em Helipa, que é o apelido de Heliópolis, ou em algum derivado de Heliópolis.”

Luta contra o alcoolismo
Um dos slogans mais associados à cerveja artesanal, o “beba menos, beba melhor”, também pode ser relacionado a uma difícil realidade que atinge parte da juventude de Heliópolis: o alcoolismo. A comunidade, inclusive, desenvolveu um trabalho com a Ambev para estimular o consumo consciente de cerveja.

“Temos um projeto com a Ambev de consumo consciente de álcool para jovens”, diz Geraldo, destacando que o problema maior está nas “bebidas quentes”, nos destilados, embora a cerveja também integre esse cenário. “Tem muito alcoolismo na comunidade. É uma das principais causas de morte aqui.”

Assim, seja pela oportunidade de aquisição de conhecimento ofertada pela oficina idealizada pela Acerva Paulista e pela UNAS, algo que poderá servir como qualificação ao mercado trabalho e até à realização do sonho de criação de uma marca que elevará a autoestima de Heliópolis, ou pelo trabalho de conscientização sobre os riscos envolvidos no consumo de álcool, a cerveja pode melhorar o cotidiano da principal comunidade da maior cidade brasileira.

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