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Artigo: Em 2020, o mundo mudou. E a cerveja artesanal?

Se entendermos o meio em que vivemos, as relações e conexões entre si, podemos olhar para o futuro, escreve Natália Noronha

* Por Natália Noronha

1- Cerveja e transformação
Muitas vezes, a evolução da cerveja se confunde com a própria evolução humana, da civilização e das sociedades.

Sabemos que o desenvolvimento da agricultura aconteceu graças ao cultivo de grãos em certa parte destinados à produção de cerveja e pão, para a alimentação. E, por consequência, temos avanços em processos civilizatórios, sociedades construídas ao redor desses cultivos.

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Todos somos o que comemos, bebemos, e somos também as relações geradas a partir disso.

2- O mundo conectado
Como seres que se relacionam, buscamos cada vez mais entender os produtos que consumimos. Queremos saber cada vez mais a procedência e os impactos gerados pelo consumo. Todos estamos conectados, e podemos buscar informações cada vez mais precisas de como o produto foi feito, por quem foi feito, para quem, e como isso afeta o meio.

O mundo parou diante do coronavírus, e começou a se questionar.

Perguntas caras aos filósofos desde os pré-socráticos adentraram todos os lares.

Para onde vamos?

3- Metamorfose
“Le microbe n’est rien, le milieu c’est tout” – Louis Pasteur
(Tradução literal: “O micróbio não é nada, o meio é tudo”)

Certamente Louis Pasteur, o criador da pasteurização, falava sobre microrganismos, mas a frase pode ser usada para entender o que vivemos.

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O meio é onde tudo se encontra, se desenvolve e se transforma. Se entendermos o meio em que vivemos, as relações e conexões entre si, podemos olhar para o futuro.

Nenhuma cerveja, nenhuma harmonização, nenhuma degustação, nenhuma gastronomia pode ser feita sem pessoas.

Com mais inclusão e diversidade, temos mais pessoas consumindo cervejas, fazendo cervejas, participando do universo cervejeiro.

A Guinness já está produzindo sua famosa Stout na versão sem álcool, porque é possível se divertir ou relaxar sem precisar ficar embriagado, porque o consumo pode ser consciente e seguro para todas as pessoas.

A Delirium Tremens já está sendo envasada em latas, porque é melhor para o meio ambiente, é mais fácil de reciclar, mais fácil de manusear e armazenar, o líquido fica mais protegido, entre outras vantagens.

A BrewDog já é uma empresa carbono negativo, está plantando sua própria floresta, porque não podemos mais produzir e consumir sem pensar na ecologia e sustentabilidade.

As mulheres, os negros e as consideradas “minorias” (que sempre foram a maioria da população) estão tomando seus espaços.

As cervejarias cada vez mais querem representar a diversidade.

Os consumidores de cerveja querem comprar produtos que estejam envolvidos com toda essa transformação.

O mundo evolui, e a cerveja evolui junto. Ou seria o contrário?


*Natália Noronha é beer sommelière e consultora de campo da rede Mestre Cervejeiro. Tem formação de beer sommelière pela Universidade Positivo, sendo estudante de Agroecologia e Sustentabilidade na Agricultura pela Universidade Federal do Paraná


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