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Estudo indica dificuldade de cumprimento de protocolos contra o coronavírus em bares

Pesquisa realizada na Escócia aponta que o consumo de álcool nos bares dificulta o cumprimento das medidas de isolamento

Um estudo realizado na Grã-Bretanha demonstrou as dificuldades para os bares cumprirem os protocolos de distanciamento para evitar a propagação do coronavírus. A pesquisa, denominada Gerenciando Riscos de Transmissão da Covid-19 em Bares: Um Estudo de Entrevistas e Observação (em uma tradução livre), relatou que apesar dos esforços dos estabelecimentos e da orientação governamental, os perigos de contaminação persistem, especialmente quando os frequentadores estão embriagados.

O trabalho foi publicado no Journal of Studies on Alcohol and Drugs (Jornal de Estudos Sobre Álcool e Drogas), sendo liderado pela professora Niamh Fitzgerald. A ideia da pesquisa foi estudar as práticas e comportamentos dos estabelecimentos comerciais para adotar e informar as medidas de combate ao coronavírus na Escócia.

Para isso, antes da reabertura dos bares e restaurantes, foram realizadas entrevistas com seus responsáveis para abordar as estratégias e os desafios para os locais. Após a retomada, em julho e agosto de 2020, foi a vez de o grupo de pesquisadores ir aos bares para a observação das práticas e dos comportamentos adotados nos estabelecimentos.

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De acordo com o estudo, os entrevistados geralmente buscavam clareza, flexibilidade e equilíbrio na orientação do governo sobre a reabertura em meio à pandemia do coronavírus e citavam os desafios comerciais e práticos para fazê-lo com segurança. O consumo de álcool foi percebido como um dificultador adicional, ainda que potencialmente administrável.

A maioria dos locais visitados apresentou modificações físicas e operacionais, embora variáveis. Os incidentes preocupantes observados incluíam a interação física entre os clientes, frequentemente bêbados, e os funcionários, que raramente conseguiam interromper de forma eficaz os frequentadores.

As medidas para o funcionamento de bares na Escócia durante a pandemia têm semelhanças com as adotadas em outros países, como o Brasil: os grupos de clientes nas mesas precisam ficar separados por ao menos um metro de distância e os funcionários devem utilizar proteções faciais, como as máscaras. Mas aí alguns problemas já começaram a acontecer, apontou a pesquisa, com alguns deles abaixando-as para se comunicar com os clientes.

Além disso, ocorreram casos de desrespeito ao distanciamento, especialmente em filas, corredores e banheiros. “Havia muitas instalações nas quais o EPI não era usado de forma consistente pela equipe. E algumas estavam mal preparadas para evitar violações das medidas de distanciamento em filas, pontos de aperto e banheiros”, afirma o estudo, destacando os desafios para os estabelecimentos controlarem maus comportamentos durante a pandemia do coronavírus.

O trabalho também indica que nem o uso de sinalização impediu a aglomeração em pontos como o balcão de bares. “Foi utilizada fita adesiva para impedir o uso de alguns cubículos sanitários de um local (V5) ou para isolar o balcão de atendimento do bar (V4, V19, V21, V28), embora este último nem sempre tenha sido cumprido.”

Efeitos do álcool
O estudo ainda destaca como se torna mais complicado o cumprimento das regras de distanciamento físico para evitar a propagação do coronavírus pelas pessoas após o consumo de álcool.

“Na prática, os clientes foram observados gritando, se abraçando ou interagindo rotineiramente de perto com diferentes grupos de outras famílias e funcionários em várias instalações; e a intervenção da equipe foi rara ou ineficaz. A intoxicação por álcool foi observada na maioria dos incidentes envolvendo múltiplos riscos ou maior número de clientes”, aponta o trabalho. “Embora os clientes devam ter alguma responsabilidade pelo cumprimento das orientações, os efeitos diretos do álcool prejudicam sua capacidade de fazê-lo.”

A pesquisa assegura, ainda, que a estrutura de vários bares e restaurantes também dificulta o cumprimento das medidas. “Os desafios práticos incluíam o tamanho e o layout das instalações, dificultando o distanciamento físico (por exemplo, nos pontos de entrada e saída, ao se movimentar nos locais dentro e ao redor dos banheiros)”, finaliza o estudo.

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