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Estudo mostra que mudanças climáticas ameaçam produção de cevada

mudanças climáticas prejudicam cevada e elevam preços da cerveja até 2100
Se as pessoas querem beber cerveja enquanto assistem futebol, temos que fazer alguma coisa, avisa pesquisador

As mudanças climáticas já estão começando a preocupar o mercado cervejeiro. Um estudo publicado no jornal Nature Plants comandado pelo pesquisador britânico Dabo Guan, da Universidade de East Anglia (Inglaterra), com base em modelos econométricos e de previsões climáticas, mostra que se o aquecimento global continuar no ritmo atual, fenômenos como secas e ondas de calor deverão afetar as principais regiões produtoras de cevada do mundo. Há o risco de reduções significativas nas colheitas e até de aumentos nos preços.

A pesquisa estudou a possibilidade desses eventos extremos atingirem as principais áreas de produção de cevada nos seis continentes habitados entre os anos de 2010 e 2099. Foram considerados quatro cenários possíveis, desde um mais positivo, prevendo a diminuição drástica e imediata de emissões de gases de efeito estufa, até o pior, com aumento nas emissões. Em todos os casos foram encontradas chances maiores de fortes eventos climáticos afetarem a produção registrada no século XX. No melhor cenário, a probabilidade é de 4%. E, no pior, de 31%.

Segundo o estudo, o clima extremo reduziria a produção entre 3% e 17% em 34 regiões do mundo pesquisadas. Áreas tropicais como América Central e do Sul seriam bastante prejudicadas por seu clima tropical, enquanto em outras áreas, como o norte da China e dos Estados Unidos, a colheita pode crescer até 90%, mas não compensaria os estragos.

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Depois de projetada a situação climática, Guam e sua equipe usaram um modelo econômico para prever oferta, demanda e movimentos do mercado internacional do cereal e de cerveja. Concluíram que, na pior das hipóteses, o consumo seria reduzido em 16% e o preço dobraria até 2099. Na melhor delas, o consumo retrairia 4% e o preço subiria 16%.

A China, maior mercado consumidor de cerveja do mundo, consumiria 4,34 bilhões de litros a menos por ano. Os EUA, mesmo crescendo sua produção com as maiores temperaturas, também consumiria menos devido à alta nos preços. Na Irlanda o preço triplicaria, chegando perto de US$ 10 por litro, devido à alta predisposição do público a pagar. E, na República Tcheca, os preços podem aumentar até 600%.

“O que estou tentando enfatizar é que as mudanças climáticas vão impactar o estilo de vida das pessoas”, afirma Guan.

Ele espera que, entendendo as consequências no dia a dia, mesmo os cidadãos de países industrializados – geralmente pouco prejudicados por problemas de suprimentos de alimentos – passem a agir. “Se as pessoas querem beber cerveja enquanto assistem futebol, temos que fazer alguma coisa”.

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