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Bares fechados em SP: Protestos de empresários e previsão de demissões

Abrasel prevê que novas medidas restritivas em São Paulo podem provocar o fechamento de até 20 mil postos de trabalho

As novas medidas do governo do estado de São Paulo de restrição à circulação das pessoas para conter a propagação do coronavírus atingiram, especialmente, o setor de bares e restaurantes, estabelecimentos que deverão ficar fechados nos finais de semana e no período noturno. Seus principais representantes preveem um forte impacto sobre o segmento, com demissões e fechamento de espaços, e têm organizado manifestações contra as medidas.

Em São Paulo, todas as regiões do Estado devem entrar na fase vermelha de segunda a sexta-feira, das 20 horas às 6 horas, e durante todo o dia nos finais de semana e feriados. Nessa etapa, de alerta máximo, só podem ser realizadas as atividades consideradas essenciais. Assim, no período, bares e restaurantes devem ficar fechados, podendo funcionar apenas com os sistemas de delivery e drive thru. Inicialmente, as medidas têm validade até 7 de fevereiro.

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O estado de São Paulo registrou até esta terça-feira o dobro de novos casos e mortes pela Covid-19 em comparação aos indicadores de novembro. Em janeiro, já são 252.956 casos e 5.121 mortes. Em toda a pandemia, ocorreram 51.838 óbitos e 1.715.253 casos confirmados do coronavírus. As taxas de ocupação dos leitos de UTI são de 71% na Grande São Paulo e no Estado. O número de pacientes internados é de 13.106, sendo 7.256 em enfermaria e 5.820 em unidades de terapia intensiva.

A decisão do governo estadual provocou reclamações de diferentes entidades do setor de bares e restaurantes. Elas garantem que os protocolos de segurança vinham sendo cumpridos pelos estabelecimentos. E afirmam que as medidas são “insuportáveis” e vão provocar “demissões e fechamentos”.

A Associação Nacional de Restaurantes (ANR), por exemplo, apontou que o setor teve 84 mil demissões até setembro de 2019. “A estimativa da ANR é de que mais de 10 mil empresas do setor fecharam as portas na crise em 2020, de um total de 55 mil antes da pandemia, apenas na capital. Entre as quais estão muitas marcas tradicionais que representavam um papel relevante na cultura e memória da cidade”, afirma a entidade em nota oficial.

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Na visão da associação, o foco do governo estadual deveria se concentrar em evitar a realização de festas clandestinas e as praias lotadas. “A ANR defende a vida, a saúde de todos os brasileiros e, reitera, orienta bares e restaurantes a cumprirem rigorosamente todos os protocolos de higiene. A entidade reconhece também os esforços feitos pelo governo estadual para a vacinação. Mas não é mais possível suportar tamanha insensibilidade com o setor, com a aplicação de medidas ainda mais restritivas, quando se percebe que a real razão do aumento de casos, segundo os mais renomados infectologistas do país, são as praias lotadas no verão e as festas clandestinas que permanecem sem fiscalização.”

A Associação Brasileira de Bares e Restaurantes (Abrasel) prevê que a decisão de manter estabelecimentos fechados pode provocar a perda de até 20 mil postos de trabalho. Além disso, afirma que 50 mil espaços foram fechados desde o início da pandemia do coronavírus, em março de 2020. “Não contribuímos para a progressão da pandemia. Qualquer cidadão que frequenta restaurantes e bares que cumprem os protocolos, sabe disso”, destaca o presidente da Abrasel, Percival Mericato, em nota.

Já o presidente da Associação da Noite e Entretenimento Paulista (Anep), Beto Lago, diz haver tratamento desproporcional ao segmento na comparação a outros setores da economia. “Mais uma vez o governo do estado penaliza e marginaliza o pequeno e médio empreendedor do Turismo e entretenimento paulista, área fundamental no futuro do desenvolvimento econômico da cidade de São Paulo”, afirma. “A fase vermelha deveria ser aplicada a todos os setores e não, de novo, penalizar o empresário sério e que segue os protocolos sanitários adequados ao novo normal, como é o nosso caso.”

Nas redes sociais, donos de bares e restaurantes e chefs vêm publicando mensagens de protesto contra a medida com o uso de uma hashtag com a mensagem “Não deixe a conta fechar”. As manifestações, porém, não se resumem ao mundo virtual, tendo ocorrido na última sexta-feira em frente ao Palácio dos Bandeirantes. Um novo ato está marcado para esta quarta.

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