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Falta de papelão vai inviabilizar kits cervejeiros de Natal, alerta especialista

Sócio da Label Sonic revela que vendas de caixas para kits cervejeiros estão suspensas pela falta de papelão

As festas de fim de ano sempre foram uma oportunidade para o setor cervejeiro. Mais até do que pela percepção de que há um aumento no consumo de bebidas alcoólicas, mas porque kits cervejeiros de Natal são vistos como uma boa forma de presentear parentes e amigos, com as artesanais sendo um carro-chefe desse tipo de lembrança. Só que essa possibilidade está ameaçada em 2020 pela falta de papelão, como revela Bruno Lage, sócio da empresa de rótulos Label Sonic.

Confira na íntegra a live completa com Bruno Lage, sócio da Label Sonic

Em live realizada pelo Guia, Bruno relatou um cenário de falta de matéria-prima, algo que ameaça a viabilidade desse importante produto de Natal. Em sua avaliação, esse tipo de material tem sido escoado para exportação e grandes consumidores. Além disso, houve redução na captação e produção em função da crise do coronavírus.

Esse foi um dos pontos abordados pelo sócio da Label Sonic durante a conversa, na qual também apresentou sua visão sobre como o setor se modificou com a crise do coronavírus. Para ele, as latas vieram para ficar e serão cada vez mais vistas como opção para envasamento de artesanais. E, claro, ele também comenta qual foi o impacto da pandemia sobre uma empresa de rótulos, explicando que houve uma alteração brusca na demanda de seus parceiros.

Confira, abaixo, as avaliações de Bruno Lage, sócio da Label Sonic, empresa com mais de 1.300 clientes no segmento de bebidas.

Leia também – Entenda os motivos do aumento da demanda por latas e seus benefícios

Impactos da pandemia
A gente foi aprendendo a trabalhar em home office, aprendendo como funcionaria remotamente o programa que comanda todas as atividades. A palavra foi adaptação e fomos achando os novos caminhos. Na primeira semana da pandemia, foi um momento que muito pedidos ficariam prontos, os clientes brecaram as negociações e se deu uma grande baixa nas vendas. E aí começamos a arrumar as coisas. À medida que o governo foi passando as informações, a gente foi se adaptando. Entendemos o que era o grupo de risco e tiramos estes trabalhadores da gráfica. Para muitos atendentes, demos férias, suspendemos contratos e reduzimos a equipe, mas não despedimos ninguém.

Novos canais de venda
Em abril, todo mundo estava com dúvidas do que iria acontecer e a vendas foram baixas, com queda para metade do esperado. Mas a gente viu que, mesmo preocupado, ninguém se rendeu. O mercado apresentou algumas oportunidades. Quem vendia barril para eventos todos os finais de semana, estava viciado neste canal de vendas, até por não ter tempo para se planejar. Com a pandemia e o tanque cheio, com os bares e brewpubs fechados, veio a onda dos growlers. Mas, as empresas que poderiam fazer, não conseguem desenvolver a embalagem da noite para o dia.

Tendências em embalagens
O mercado custou também a acertar o fornecimento dessas embalagens (growlers) para as cervejarias. E aí o pessoal começou a querer rótulos de growlers, mas não tinha arte. Isso consumiu tempo. Abril e maio foram meses de tensão porque todo mundo queria colocar planos B em prática. O pessoal foi achando novas formas de vender e muita gente conseguiu vencer essas etapas. Quem vendia garrafa PET, disparou, a lata cresceu mais ainda, por ter uma facilidade logística.

Momento das latas
Os equipamentos para o envase estão ficando mais acessíveis, muitas cervejarias que produzem para ciganos passaram a produzir em latas. Assim, muita gente nem passou pela garrafa, já foi direto para a lata. Quem ainda não embarcou na lata, vai fazê-lo, mesmo que só com alguns estilos de cerveja. A lata pode ser usada como um produto mais barato, mas também como um produto especial. Dentro de um grande mix, acho que as cervejarias terão garrafas e latas, ora para um produto especial, ora para o produto de grande margem. Mas o consumidor final, que está aprendendo sobre cerveja artesanal, ainda tem preconceito (com as latas). Só que os preconceitos em toda sociedade estão aí para serem encarados e conversados.

Opções de rotulação
Muita gente agora está falando nos rótulos sleeve (filmes termoencolhíveis) para as latas. Mas você precisa ter um certa estrutura para aplicar o sleeve com produtividade, para, por exemplo, poder selá-lo. É um negócio complicado, caro e com algumas variáveis, como oscilação de temperatura. Eu já vendi e não gosto por achar o processo complicado. O mercado norte-americano, por exemplo, é dominado pelos adesivos. Eu aposto no adesivo por ser mais prático, mais fácil de ser aplicado.

Saiba mais sobre a Label Sonic em nossa página do Guia do Mercado

Falta de produtos
É uma pena, mas hoje estou com vendas suspensas de caixas para kits porque não tem papelão. Sobre o papelão que vai chegar, a gente nem sabe se vem a quantidade que encomendamos e isso o próprio fornecedor fala, limitando, inclusive, a quantidade que você pode comprar.

Razões da falta do papelão
Com o dólar alto, a gente pode imaginar que a matéria-prima está sendo destinada para outros mercados. É algo estrutural e que está pegando outros mercados. No caso do papelão, ele é recolhido, reciclado e volta para o mercado. Então, você imagina que tinha milhões de pessoas que recolhiam este papelão e levavam para a indústria, mas elas não puderam ir para a rua ou não precisam fazer, pois estão recebendo o auxílio emergencial. Muitas fábricas também ficaram paradas e a retomada da produção também não é simples e não consegue atender uma demanda maior. Houve um aumento da venda dos supermercados. E os grandes consumidores que têm contratos robustos não podem ficar na mão, não estão ficando e não está sobrando papel para o restante. Isso também tem acontecido com a busca por garrafas.

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