Com produção de cerveja proibida, México tem 120 mortes por bebida adulterada
Com severas restrições ao comércio e produção de alcoólicos na quarentena, o México enfrenta onda de mortes por consumo de bebida adulterada nos últimos meses. Mais de 120 pessoas faleceram ao longo do último mês após consumirem algum produto modificado.
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As vendas de alcoólicos foram proibidas por estados e municípios no México em esforço para evitar aglomerações que favorecessem a transmissão do coronavírus entre a população. O último balanço aponta 6.586 mortes pela doença no país.
Em paralelo, as cervejarias foram classificadas como atividades não essenciais pelo governo federal, o que as obrigou a paralisar a produção. Como consequência, se deu uma corrida ao varejo para comprar bebidas alcoólicas. E os estoques acabaram rapidamente.
Desde então, “alternativas” como o tráfico de alcoólicos de outros países, principalmente dos Estados Unidos, e a produção caseira ganharam espaço. No entanto, cresceu também o comércio de bebida falsificada ou adulterada.
Comum entre a população mais pobre do país, o “refino”, espécie de cachaça feita de maneira caseira a partir da cana de açúcar, viu sua demanda disparar, o que pode ter incentivado produtores ilegais a inserirem etanol na “receita”.
Na cidade de Chiconcuautla, no estado de Puebla, ao menos 20 pessoas morreram após ter consumido refino adulterado em um funeral. O crescimento de bebidas contaminadas fez o governo local declarar estado de emergência sanitária, passando a recomendar que a população não consuma qualquer tipo de alcoólico.
No estado de Jalisco, 28 pessoas morreram no último mês por terem ingerido outro popular destilado, conhecido como el chorito.
Apesar de não haver uma posição oficial de governos locais ou mesmo do federal, é clara a ligação entre as mortes e a situação causada pelas medidas restritivas, com a população buscando alternativas que têm se mostrado perigosas.
“Presumimos que, por conta da falta de bebida no mercado, haja pessoas vendendo metanol”, afirma Denis Santiago Hernandez, diretor do departamento sanitário do estado de Jalisco.
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