Com exibição da final da Liga dos Campeões, Mondial SP confirma sua versatilidade

O público ainda arrastava mesas e cadeiras para as proximidades de um telão quando a bola bateu no peito e no braço aberto de Sissoko, em jogada vista como pênalti pela arbitragem. O lance, com menos de um minuto do primeiro tempo, encaminhou a conquista da Liga dos Campeões pelo Liverpool, em final disputada em Madri e acompanhada atentamente por um público que lotou o Espaço Arca, palco da segunda edição paulistana do Mondial de Bière. Foi lá onde, por 90 minutos, as atenções ficaram divididas entre as cervejas e o futebol.
Divididas, aliás, talvez não seja o termo certo. Afinal, a segunda edição do Mondial em São Paulo tem sido marcada pela versatilidade de rótulos, tipos e sabores de cervejas disponíveis para o público, mas também por opções que aproveitam a feira cervejeira para atrair um público interessado em outros aspectos culturais.
O futebol, claro, foi uma dessas atrações, diante da coincidência de calendários, com a decisão da Liga dos Campeões agendada para o sábado, terceiro dos quatro dias do Mondial em São Paulo. Assim, o festival exibiu no telão do palco onde são realizados os shows noturnos, na área de alimentação do Espaço Arca, a vitória do Liverpool por 2 a 0 sobre o Tottenham.
Ali, não se falava em Corinthians, Flamengo ou Palmeiras, mas em nomes como Origi, Klopp, Salah, Alison e Kane. Um microcosmo de uma parcela da sociedade que cada vez mais vive, consome, aprende e até se apaixona por futebol europeu, assim como acontece com o mundo das cervejas artesanais há alguns anos.
Esporte e gastronomia
Nem todos os olhares, claro, se voltavam apenas para os jogadores de Tottenham e Liverpool durante o sábado. Também havia espaço para a prática de esportes. Conhecida por sua relação com atividades que vão além apenas da cerveja, a artesanal paulistana Tarantino aproveitou a estrutura do Espaço Arca para montar uma pequena quadra de basquete.
Lá, vários desafios foram disputados, com orientação e participação de dois ex-jogadores, Nilo e Michel, que passaram por vários times do basquete paulista. “Trouxemos a tabela que temos na Tarantino e que foi utilizada no torneio 2×2, que aconteceu lá na semana passada”, explicou Nilo, um dos responsáveis pela atividade e estrutura adaptada pela cervejaria do bairro do Limão.
Para além do esporte, seja assistindo, praticando ou torcendo, o público presente ao Espaço Arca também pôde aproveitar outras atrações. Entre elas, estandes que comercializavam alimentos como queijo e alho, em uma interessante oportunidade de divulgação da produção artesanal.
Para Thais Roji, da A Queijaria, estar presente ao Mondial – muito mais do que apenas fechar negócios – representa a oportunidade de apresentar o que definiu como “projeto de educação” a um público que valoriza o produtor artesanal, demonstrando a importância da busca por uma alimentação que respeita a natureza, aliando saúde, cultura e política em um produto de qualidade.
“A gente acredita na revolução queijeira e quer disseminar o queijo brasileiro e a cultura brasileira através do alimento”, afirma Thais, apontando similaridades entre os contextos e conceitos que norteiam a produção do queijo e da cerveja artesanal. “É um resgate da comida de verdade. Estamos distantes da natureza, sem conexão. A tecnologia deve ajudar a aprimorar a produção, mas sem deixar para trás a nossa essência”.
Assim, com esporte, alimentação e, claro, centenas de rótulos de cerveja, o Mondial vai se consolidando como um importante evento de entretenimento aliado ao conhecimento e à valorização da produção artesanal.
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