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Ação da Ambev mostra força em agosto, mas analistas divergem sobre futuro

Ação da Ambev valorizou 2,76% na Bolsa brasileira no último mês, fechando agosto com preço de R$ 17,10

Agosto não foi um bom mês no mercado financeiro brasileiro. Com a ampliação do cenário de crise, em um somatório entre escassez hídrica, alta da inflação e ameaças à democracia, o Ibovespa, o principal índice da Bolsa de Valores de São Paulo, desvalorizou na segunda queda mensal consecutiva. Mas a Ambev se descolou desse contexto. E sua ação valorizou 2,76% no período.

O papel da multinacional cervejeira fechou o pregão desta terça-feira cotado a R$ 17,10. E, além da alta em agosto, terminou o oitavo mês de 2021 com valorização ainda maior ao logo do ano, de 8,57%.

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Para setembro, ao menos duas corretoras incluíram a ação da Ambev em suas carteiras de ações sugeridas. Foram os casos da Órama Investimentos e da Ágora, essa em razão da aposta de que os preços dos insumos deverão se reduzir, diminuindo a pressão nos custos.

“Em nossa visão, a Ambev pode se beneficiar no longo prazo da esperada redução dos preços dos grãos. Considerando a nossa visão de baixa sobre os custos agrícolas (20% do total) e que os aumentos de preços provavelmente permanecerão (como acontecem historicamente), o lucro líquido do consenso de mercado parece excessivamente baixista para o período entre 2022-24”, afirma a Ágora.

Não há, porém, um consenso sobre o futuro da ação da Ambev. O Goldman Sachs, por exemplo, apontou um preço-alvo de R$ 13,50, 21,05% abaixo da cotação do pregão da terça-feira. A avaliação é de que a competição aumentará com a reabertura dos estabelecimentos, pressionando os lucros da companhia. Por isso, recomenda a venda do ativo.

“Com a base de comparação dos volumes de cerveja se tornando mais desafiadora no segundo semestre, investidores vão deixar de olhar para esse indicador e prestar atenção nas tendências de lucratividade geral”, escrevem Thiago Bortoluci, Galdino Falcão e Rupanshi Bajaj, analistas da Goldman Sachs.

Há, também, preocupação com a elevação dos custos da produção cervejeira. “Vemos os custos por hectolitro da Ambev subindo 21,5% em 2021 e 12,5% em 2022, níveis que achamos alto demais para serem abatidos por reajustes e mix de produtos”, acrescentam os analistas da Goldman Sachs.

Contexto de turbulência
O bom desempenho da ação da Ambev em agosto não foi, porém, tendência no mercado financeiro: o Ibovespa acumula desvalorização de 6,32% nos últimos dois meses. O resultado é fruto do avanço da inflação e da crise institucional e política, a ponto de entidades empresariais terem esboçado a divulgação de documento em defesa da democracia. Algo parecido aconteceu com entidades do agronegócio, com a diferença de que este texto foi publicado.

Tudo, claro, relacionado com a instabilidade institucional provocada por Jair Bolsonaro. Mas também com a postura errática da gestão da economia, a ponto de o ministro Paulo Guedes, o “Posto Ipiranga”, como apelidado na campanha eleitoral de 2018, ter sido chamado de “Faria Loser” em intervenção na avenida Faria Lima, a via mais associada ao mercado financeiro no Brasil, após declarações lenientes sobre a alta da inflação.

Em função da redução do preço de algumas commodities, como aço e minério de ferro, a CSN liderou as perdas na Bolsa em agosto, com desvalorização de 21,21%. Foi seguida pela Via, a proprietária do Ponto e das Casas Bahia, com 17,47%, a Ultrapar (17,25%), a Qualicorp (17,01%) e o Iguatemi (16,26%).

Já a maior alta do mês foi da Embraer, em 25,98%, impulsionada por um acordo firmado na Ásia pela subsidiária Eve para fornecimento de veículos de decolagem e pouso verticais, entre outros fatores. Ela foi seguida por CPFL Energia (14,69%), Braskem (14,27%), Cemig (13,15%) e Suzano (12,82%).

E no exterior?
Fora do Brasil, o mês foi de desvalorização das ações das duas principais cervejarias do mundo no mercado financeiro europeu. O papel da AB Inbev terminou agosto cotado a 51,99 euros, perdendo 2,64% no mês e ficando 8,81% abaixo do preço com que terminou 2020.

Já a ação da Heineken encerrou o mês em 92,70 euros. Desvalorizou, assim, 5,6% em agosto, mas ainda registra alta de 1,62% neste ano.

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