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Ambev prioriza rentabilidade e tem balanço bem recebido pelo mercado

Receita obtida com venda de cerveja no primeiro trimestre de 2023 cresceu 14,4%

O indicativo de que a Ambev iria buscar ampliar seu lucro em 2023 com mais foco na rentabilidade do que no aumento de volume começou a ser confirmado com a divulgação do resultado do primeiro trimestre. Afinal, se houve até recuo no volume comercializado no período, em 0,4%, os principais indicadores financeiros, como receita e lucro líquido, apresentaram avanço significativo.

Na Bolsa, na última quinta-feira, data de divulgação do documento, não houve grande impacto do balanço sobre o comportamento da ação da Ambev, que teve alta de R$ 0,05, subindo de R$ 14,58 para R$ 14,63. Mas as equipes de analistas de bancos de investimento avaliaram que a estratégia da companhia é o melhor caminho a ser seguido e pode dar certo.  

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“Nossa ambição e prioridade máxima é expandir a rentabilidade”, disse o CEO da Ambev, Jean Jereissati, durante teleconferência para apresentação dos resultados, dando o tom do foco da companhia, algo bem recebido pelas casas de análise. “Achamos que seria difícil para a Ambev sustentar o forte ritmo de crescimento de volume dos últimos anos”, afirmam analistas do BTG Pactual em relatório.

De acordo com o relatório financeiro, o lucro líquido da Ambev cresceu 8,2% (R$ 3,819 bilhões), o Ebitda (lucro antes dos juros, impostos, depreciação e amortização) ajustado (R$ 6,444 bilhões) subiu 16,7% e a receita líquida expandiu 11,3% (R$ 20,531 bilhões).

“Esperamos que essas tendências ganhem mais significativa importância do que os volumes nos próximos trimestres, o que deve acelerar o ritmo de recuperação das margens, em nossa visão. No entanto, a resiliência à pressão de custos é algo a ser observado, mas esperamos um desempenho positivo por ações da Ambev”, afirma a equipe de analistas da XP Investimentos.

Principalmente concorrente da Ambev no Brasil, o Grupo Heineken não divulga números detalhados da sua operação no país em seus resultados financeiros. Porém, afirma que no período de janeiro a março teve incremento de 25% na sua receita no país, com seus volumes crescendo um dígito alto – em torno de 8% e 9% – no período.

A Ambev assegura, porém, que não houve perda de market share no primeiro trimestre, marcado, na indústria da cerveja do Brasil, pela recuperação judicial do Grupo Petrópolis. E conseguiu avançar na obtenção de receita com cerveja. Afinal, ainda que com crescimento de apenas 0,8% no volume de cerveja no Brasil, para 22,191 milhões de hectolitros, houve alta de 14,4% na receita obtida com a bebida no país.

Isso também foi possível pelo desempenho do mix de cervejas da Ambev, pois marcas do portfólio premium e super premium, como Original, Spaten, Corona, Stella Artois e Chopp Brahma, tiveram crescimento no volume de, aproximadamente, 35%.

“Após uma década de contração de margem no segmento de Cerveja Brasil, acreditamos que a empresa pode finalmente passar por um período de recuperação sequencial de lucratividade em 2023 e 2024”, diz o Itaú BBA em relatório divulgado após a apresentação do balanço.

A Ambev espera aprofundar os ganhos em rentabilidade com a perspectiva de menor pressão inflacionária sobre os custos em 2023. E já obteve um resultado inicial positivo, com o aumento de 26,9% na receita líquida por hectolitro consolidada no primeiro trimestre.

Iniciativas de gestão de receitas, mix de marcas favorável, melhor dinâmica on-trade, uma visão mais mix de embalagens lucrativo e a tão esperada retomada de eventos sociais importantes (ou seja, carnaval) são as principais razões para sustentar um crescimento médio de 26,9% na receita líquida por hectolitro

XP Investimentos

Além da busca por mais rentabilidade, a divisão de bebidas não alcoólicas aparece como outro destaque do balanço da Ambev, como ressalta a XP. “Para Brasil NAB, a Ambev manteve o forte momentum e os volumes aumentaram 7% em relação ao ano anterior (+2% ante o estimado pela XP), apesar da difícil base de comparação, com margem Ebitda ajustado aumentando 440 pontos-base ante um ano com marcas premium, de energéticos e de saúde e bem-estar superando a média do portfólio”, diz.

Ambev no mesmo tom da AB InBev
A AB InBev também divulgou seus resultados do primeiro trimestre de 2023 – e com resultados semelhantes ao da subsidiária. A maior cervejaria do mundo teve lucro atribuível aos acionistas de US$ 1,310 bilhão, crescendo 8,81% em relação ao mesmo período do ano passado.

O Ebitda normalizado da AB InBev expandiu 13,6%, para US$ 4,759 bilhões, com a receita indo a US$ 14,212 bilhões, uma alta de 13,2%. E isso se deu com o volume de bebidas expandindo 0,9% no período, para 140,548 milhões de hectolitros, após queda de 0,6% no quarto trimestre. E o crescimento do volume das cervejas do portfólio da companhia ficou em 0,4%, para 121,06 milhões de hectolitros.

“Continuamos a investir no longo prazo e esses resultados reforçam nossa confiança na resiliência da categoria de cerveja, na eficácia de nossa estratégia e na força de nossa plataforma para oferecer um crescimento lucrativo consistente”, diz o CEO da AB InBev, Michel Doukeris.

Ao comentar os resultados por mercado, a AB Inbev relata alta de 4% na receita nos Estados Unidos, mesmo com queda no volume de vendas vendas a varejistas e atacadistas. Na Europa, com foco em marcas premium, a receita cresceu pouco mais de 10%. Já na China, houve acréscimo de 7,4% no volume, acima do ritmo da indústria, de acordo com as estimativas da companhia.

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