Cerveja supera alta do IPCA e tem inflação de 1,77% em outubro

No mês em que a inflação oficial foi a mais alta para um mês de outubro desde 2002, o preço da cerveja subiu ainda mais. O item no domicílio apresentou aceleração de 1,77% no décimo mês de 2021, de acordo com os dados divulgados pelo IBGE.
A inflação da cerveja foi, assim, maior do que a do Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), que ficou em 1,25% em outubro, já acima da taxa de setembro, quando havia sido de 1,16%. Além disso, agora a bebida no domicílio apresenta alta de 5,86% nos preços em 2021 e de 7,87% nos últimos 12 meses.
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Já o ritmo dos preços da cerveja fora do domicílio apresentou um rumo oposto em outubro: segundo o IBGE, houve deflação de 1,13%. Ainda assim, o item acumula alta de 3,82% nos preços em 2021 e de 5,64% nos últimos 12 meses.
O mesmo movimento se deu com outras bebidas alcoólicas. No domicílio, elas apresentaram redução expressiva nos preços em outubro, de 2,93%. Com isso, o item registra deflação de 0,85% em 2021, embora tenha alta de 1,45% nos últimos 12 meses.
Fora do domicílio, por sua vez, as outras bebidas alcoólicas tiveram deflação de 2,17% em outubro e reverteram uma tendência no ano, que agora também tem queda de 0,38% nos preços. Mas ainda há inflação, de 3,94%, no período de novembro de 2020 a outubro de 2021.
IPCA em alta
Essa redução nos preços, porém, não é uma tendência para a inflação oficial ou os alimentos e bebidas. A alta de 1,25% do IPCA em outubro deixou a inflação em 8,24% em 2021 e em 10,67% nos últimos 12 meses.
Os alimentos e bebidas voltaram a pressionar o índice e tiveram elevação de 1,17% no mês. Agora, no ano, esses itens somam alta de 7,08% nos preços. E a aceleração está em 10,67% no período de 12 meses. A taxa em outubro foi pressionada pelo tomate (26,01%) e pela batata-inglesa (16,01%). “Esse aumento no tomate e na batata decorre da redução da oferta devido ao frio e às chuvas”, observa Pedro Kislanov, gerente da pesquisa do IBGE.
Todos os nove grupos de produtos e serviços pesquisados pelo instituto tiveram alta nos preços em outubro, com a maior influência sendo dos transportes (2,62%), principalmente, por conta dos combustíveis (3,21%). A gasolina subiu 3,10% e teve o maior impacto individual no índice do mês, em 0,19%. “Transportes tiveram a maior variação e o maior impacto (0,55%) de longe no índice do mês”, afirma Kislanov.
Também aceleraram os preços das passagens aéreas, com alta de 33,86%. “A depreciação cambial e a alta dos preços dos combustíveis, em particular do querosene de aviação, têm contribuído com o aumento das passagens aéreas. A melhora do cenário da pandemia, com o avanço da vacinação, levou a um aumento no fluxo de circulação de pessoas e no tráfego de passageiros nos aeroportos. Como a oferta ainda não se ajustou à demanda, isso também pode estar contribuindo com a alta dos preços”, explica Kislanov.
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