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Chinga Tu Pelo: A cerveja que desafiou Trump em favor da comunidade latina

5 Rabbit rompeu contrato de fornecimento à Trump Tower e mudou o nome da sua Blonde Ale após declaração xenófoba do presidente dos EUA

Enquanto o mundo aguarda o fim da interminável apuração das eleições dos Estados Unidos, uma marca de cerveja pode dizer que está na vanguarda da oposição a Donald Trump, que tende a ser derrotado por Joe Biden nas urnas, embora o atual presidente venha atacando a democracia ao declarar, sem provas, que o processo tem sido fraudado. Trata-se da 5 Rabbit Cerveceria, que em 2015 alterou o nome da sua Blonde Ale para Chinga Tu Pelo em protesto contra Trump por suas declarações preconceituosas e xenófobas a respeito dos latinos e mexicanos.

De inspiração latina, a 5 Rabbit é uma cervejaria artesanal do Illionis, em Chicago. E, há cinco anos, quando o empresário buscava o seu primeiro mandato presidencial, era a fornecedora de Blonde Ales para a Trump Tower da cidade. Um acordo que foi rompido quando Trump, no anúncio da sua candidatura, fez um ataque aos imigrantes mexicanos, chamados por ele de “criminosos” e “estupradores”.

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Discordando das declarações do hoje presidente, a 5 Rabbit optou por encerrar a relação comercial com a Trump Tower. Buscou, então, vender a sua produção para bares e restaurantes, relatando a mudança de rumo do seu negócio em função da xenofobia do ex-parceiro. A recepção, de acordo com relato publicado em seu site oficial, foi ótima. E rendeu um novo nome para o seu rótulo.

Mais do que isso: de uma cerveja fornecida para um dos empreendimentos de Trump, tornou-se um rótulo – a Chinga Tu Pelo – que protesta contra tudo o que ele representa.

“No final do dia, a ‘Trump Golden Ale’ ganhou um novo nome. A Chinga Tu Pelo tornou-se um fenômeno, não pela rapidez com que foi vendida, mas por sua mensagem de solidariedade a favor da inclusão, aceitação e respeito”, afirma a cervejaria.

A cervejaria
A 5 Rabbit foi fundada por Andrés Araya, um costarriquenho. Ele é casado com uma peruana e viveu por anos na Cidade do México, onde nasceu a sua filha mais velha. Hoje, em Chicago, ele não se esquece de sua origem na operação da cervejaria. E repassa valores obtidos com a venda de produtos para instituições que lutam pela inclusão e rejeitam o preconceito e o ódio.

“Estaríamos sendo injustos para com a comunidade que servimos (e vivemos) ao nos envolvermos em negócios com alguém que não aceita nosso papel na sociedade e expressa uma retórica de ódio e ignorância em relação a nós”, diz Araya, em publicação no site da cervejaria.

O fundador da 5 Rabbit destaca os valores que permeiam a atuação da sua marca e que deveriam ser preceitos básicos para a sociedade norte-americana, apontando a sua preocupação em dar voz aos imigrantes latinos.

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“Precisamos nos defender e, mais importante, defender aqueles que não têm voz ou meios para fazê-lo. A própria fundação dos Estados Unidos da América foi construída sobre a aceitação e inclusão”, diz. “Como empresa, parte integrante de nossa visão diz que não estamos apenas baseados, mas também buscamos promover uma imagem forte e positiva da América Latina, seu patrimônio e seu povo.”

Assim, Araya destaca que a luta da 5 Rabbit não é apenas contra Trump, como expressado na Chinga Tu Pelo, mas também por uma sociedade mais justa e por uma parcela da população muitas vezes marginalizada e vista sob preconceito nos Estados Unidos.

As ações da 5 Rabbit como um símbolo de resistência foram registradas em um documentário chamado “F… Your Hair”, que chegou a figurar no cardápio do Amazon Prime, mas foi retirado neste ano das opções que podem ser assistidas no serviço de streaming.

Militância nas eleições
Nas últimas semanas, a cervejaria ainda participou de campanhas de mobilização para que as pessoas votassem na eleição presidencial dos Estados Unidos. E, no Illinois, estado onde a 5 Rabbit faz a sua cerveja, Trump foi derrotado por Biden. O candidato do Partido Democrata tinha 55,6% dos votos, contra 42,6% do atual presidente, com 91% das urnas apuradas, o que lhe garantiu 20 votos no colégio eleitoral.

No restante do país, Biden está muito próximo de chegar aos 270 votos necessários para se eleger. Até a manhã desta sexta-feira, ainda faltando a definição da eleição em seis estados, o candidato democrata tinha 264 votos no colégio eleitoral, contra 214 de Trump, de acordo com projeção da agência de notícias The Associated Press.

Para Biden, portanto, basta uma vitória em qualquer dos seis estados que ainda não tiveram seus resultados determinados – Carolina do Norte, Geórgia, Nevada, Pensilvânia, Arizona e Flórida – para se se eleger presidente.

Apesar disso, a oficialização da vitória de Biden ainda pode demorar, pois, como a eleição está apertada em vários estados, pode ser necessária uma recontagem. Alem disso, há os votos vindos do exterior a serem contabilizados. E, principalmente, ações judiciais podem protelar a divulgação o resultado.

De qualquer forma, o democrata deverá ser o próximo presidente dos Estados Unidos – assim como o ataque de Trump à democracia pode ter efeitos que irão muito além da atual eleição norte-americana.

As iniciativas da 5 Rabbit e da Chinga Tu Pelo em meio ao processo eleitoral dos Estados Unidos foram tema de recente reportagem da Esquire. Confira no link.

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