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Entrevista: Câmara da Cerveja mira tributação e quer regulamentar sommelier

Estabelecimento de regras que dão mais transparência sobre as receitas dos rótulos foi uma das novidades no segmento

Em outubro, a Câmara Setorial da Cadeia Produtiva da Cerveja completa um ano. A entidade, que é ligada ao Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa), estabeleceu, desde então, uma ponte direta para que as demandas do setor chegassem aos órgãos do governo federal.

Nesse período, o segmento passou por vários momentos importantes, como o estabelecimento de regras que dão mais transparência sobre as receitas dos rótulos. Mas também por abalos: o caso Backer, com a morte de dez pessoas pelo consumo de cervejas contaminadas, e a crise do coronavírus, que paralisou a economia.

Olhando para frente, o grupo garante estar atento em Brasília às movimentações envolvendo mudanças na legislação da cerveja e na possibilidade de alterações na tributação, uma das bandeiras do setor. E espera regulamentar a profissão de sommelier.

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Em quase um ano, a condução da frente de trabalho é realizada pela Associação Brasileira de Cerveja Artesanal (Abracerva), que representa as marcas independentes brasileiras, sendo presidida por Carlo Lapolli, que fez esse balanço e projeções em entrevista ao Guia.

A câmara conta, ainda, com a Associação Brasileira de Bebidas (Abrabe), Associação Brasileira de Produtores de Lata de Alumínio (Abralatas), Associação Brasileira da Indústria da Cerveja (CervBrasil), Sindicato Nacional da Indústria da Cerveja (Sindcerv) e Associação de Cervejeiros Artesanais (Acerva Brasil).

Para entender a atuação da câmara nesse período e seus planos, confira a entrevista completa com Carlo Lapolli.

O que é a Câmara Setorial da Cerveja e qual a sua importância para o setor?
Em resumo, a câmara é um grupo que reúne entidades relacionadas à cadeia produtiva da cerveja para debates e apresentação de pleitos comuns. Desta forma, ao invés de nos comunicarmos com o governo federal de forma individual, discutimos no setor e apresentamos propostas mais estruturadas e já com demandas mais definidas em conjunto.

Por que a Abracerva se movimentou para torná-la realidade? E como se deu o processo de construção da Câmara da Cerveja?
Em 2017, no planejamento estratégico da Abracerva, entendemos que uma das nossas grandes dificuldades era o diálogo. Embora o setor venha em uma crescente exponencial inédita no Brasil, nós ainda tínhamos barreiras para proposições e apresentação de demandas para o governo federal que trouxessem um impacto positivo na competitividade e no ganho de espaço para o setor. Iniciamos vários movimentos de aproximação não só com os órgãos governamentais, mas também entre entidades que apresentavam similaridades nas pautas. Com isso, o segmento foi tomando mais corpo e importância para o Mapa, que já acompanhava nossas demandas, mas de maneira individual. Foi então que propusemos a Câmara Setorial da Cadeia Produtiva da Cerveja.

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Neste primeiro ano, quais foram os momentos ou pleitos mais impactantes?
Nós tivemos um ano bastante agitado, tanto no sentido da construção dos debates da câmara, quanto no setor em si. Teve a questão da Instrução Normativa 65, por exemplo, que estabelece regras para a transparência com o consumidor dos ingredientes contidos na cerveja e ainda descreve de forma mais precisa o que pode fazer parte da receita. Outro ponto fundamental é que o Mapa está caminhando para adotar o princípio do autocontrole na indústria de cerveja. Isso demanda uma adequação das cervejarias a protocolos mais exigentes de controles de qualidade e segurança de alimentos. Dessa demanda, já nasceu o programa entre a Abracerva e Sindicerv abordando o tema. Neste sentido, outra dezena de projetos foram debatidos e seguiram ou não para outras esferas.

Neste ano, a Câmara da Cerveja presenciou um caso grave no setor cervejeiro, da Backer, com a contaminação dos seus rótulos provocando dez mortes. Como se deram os debates no grupo sobre esse tema?
A contaminação em Belo Horizonte provocou reuniões extraordinárias com discussões e aproximações interessantes no sentido da qualificação e profissionalização do setor. Neste sentido, tanto o Mapa evoluiu estudos sobre controle de qualidade quanto as entidades já iniciaram trabalhos de capacitação dos seus players para que esse tipo de situação não volte a acontecer.

Como se deu a atuação da Câmara da Cerveja a partir da chegada ao Brasil da pandemia do coronavírus?
Durante a pandemia, conquistamos espaço para que as cervejarias se mantivessem em funcionamento e promovemos conhecimento em todas as entidades para a manutenção não só das fábricas, mas também dos pontos de vendas e demais envolvidos.

Quais são os principais pontos nos quais a Câmara da Cerveja trabalha neste momento na esfera política?
Fizemos um benchmarking com outros setores e entendemos que uma das demandas mais urgentes é montarmos um comitê legislativo para acompanhar as propostas de mudanças nas legislações federal, estadual e municipal relacionadas à cerveja. Na prática, nós queremos monitorar projetos que intercedam no nosso setor e agir proativamente na proposta de adequações ou soluções que corroborem para o crescimento das cervejarias brasileiras. Outros dois pontos importantes é estarmos nas discussões relacionadas à reforma tributária. Todos os presidentes de câmaras fazem parte desse debate e nós, como Abracerva, estamos levando as demandas e opiniões do setor sobre essa questão.

E para os profissionais do setor? Qual é a demanda que a Câmara Setorial considera mais importante nesse momento?
Em uma iniciativa do Núcleo de Sommeliers da Abracerva e que conta com o apoio da câmara, estamos trabalhando para a regulamentação da profissão de sommelier de cervejas e pleiteando que ele seja incorporado entre as possibilidades do MEI.

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