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Entrevista: Automação e experiências de consumo vão conviver no setor cervejeiro

Gerente da Zero Grau avalia que as demandas das cervejarias para o setor de refrigeração ficarão mais diversificadas

A automação vai dividir espaço com a busca por novas experiências no momento de consumo de uma cerveja. É sob essa perspectiva que a Zero Grau tem atuado com o fornecimento e desenvolvimento de produtos de refrigeração para o setor, unificando duas demandas: o autoatendimento, que expandiu durante a pandemia, e o desejo de imersão em novas vivências.

A avaliação é de Leandro Spaniol, gerente de marketing da Zero Grau, em entrevista ao Guia. Passados 21 meses do início da pandemia do coronavírus, ele destacou que essa visão amplificada, que vai do autosserviço em um condomínio até a passagem por uma câmara fria, será uma das marcas do futuro setor cervejeiro, podendo ser explorada pelos estabelecimentos.

O aumento das opções também fez parte da estratégia recente da Zero Grau, empresa especializada em soluções e equipamentos de refrigeração que tem olhado com mais atenção para outros segmentos, como o alimentício, buscando superar os momentos mais drásticos da crise sanitária, quando o setor de eventos ficou completamente paralisado e, consequentemente, afetou as receitas e a operação da indústria cervejeira.

Agora, porém, o momento é outro, com a retomada gradual dos eventos e a expectativa de um aumento da demanda com a chegada das festas de fim de ano e do verão. Spaniol garante que a Zero Grau estará preparada para lidar com o crescimento do volume de pedidos de soluções em refrigeração, pois até mudou a sua estratégia de estocagem após a falta de matéria-prima tornar-se um problema em alguns momentos da pandemia.

Na entrevista, Spaniol também dá dicas de como a indústria cervejeira deve lidar com o desafio mais recente, a crise energética, apontando como entender o uso dos equipamentos de refrigeração pode tornar a operação mais eficiente.

Leia também – Especial gestão: Desafios e soluções para a indústria da cerveja aproveitar a retomada

Confira, abaixo, a entrevista do Guia com Leandro Spaniol, gerente de marketing da Zero Grau:

Como a Zero Grau passou pelos momentos mais tensos da pandemia e qual é o cenário atual da empresa?
A gente está se adaptando aos processos. A empresa sofreu um pouco com a pandemia, assim como toda a indústria. Passamos por diversas fases, desde uma incerteza no começo, sem saber o que estava acontecendo. A gente percebeu um impacto muito grande na questão do mercado de eventos, que parou no Brasil. E a gente sabe que esse mercado de eventos é abastecido pela indústria cervejeira. Então, focamos em outros mercados, conseguindo estabilizar a indústria para também passar por essa fase de pandemia. Com relação a números, a gente foi feliz, teve crescimento na ordem de 20% no nosso faturamento em 2020. Vamos manter isso, chegando a até os 25% em 2021. E estamos com uma expectativa grande, principalmente pela questão dos eventos. Estão entrando pedidos na casa, com o pessoal se reaquecendo, entendendo que o mercado vai voltar. E ainda tem a expectativa do verão, que vai chegar daqui a pouco.

Quais foram os principais desafios para a Zero Grau na pandemia?
A nossa maior dificuldade foi o aprendizado sobre a matéria-prima, foi onde a gente mais sentiu, tendo uma necessidade de gerenciamento de estoques, de entregas, pedidos e vendas. E o mercado de eventos, que parou, com a demanda por caixas térmicas diminuindo bastante. A gente estabeleceu um posicionamento um pouquinho diferente, começou a atender alguns mercados, empresas de alimentos congelados, que fazem essa entrega já com produto congelado. Eles acabaram usando nossos equipamentos de refrigeração para manutenção desses produtos na fábrica ou no ponto de venda, inclusive com o uso de caixas térmicas para transporte. E estamos nos posicionando mais forte nesse mercado de cerveja, com equipamentos que são passíveis de automação, de autoatendimento, inclusive para lojas de conveniência.

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Como você disse, a automação é uma tendência que ganhou espaço durante a pandemia. Ela vai se consolidar ou tende a perder espaço daqui para a frente?
É uma diversificação. Não acho que uma tecnologia vai substituir a outra. É uma novidade de mercado que está em alta, principalmente em áreas de condomínios, que estão absorvendo muito bem essa tecnologia. Mas na outra ponta a gente também fabrica equipamentos como as beer caves, com a oferta de uma experiência de consumo. A pessoa vai consumir uma cerveja, vai comprar algum produto, ela entra dentro de uma câmara fria refrigerada, ela sente uma temperatura muito próxima a 0ºC. E acho que também vai continuar com uma demanda mais alta nos próximos anos, isso é uma tendência que veio para ficar. A tecnologia de autoatendimento, de automação e as experiências de consumo são duas pontas que vão acabar se diversificando, o próprio cliente vai acabar identificando o seu nicho para se posicionar de uma ou de outra forma. Acho que a gente tem público para todo mundo.

A atual crise energética impõe novos desafios para as cervejarias. Em termos de refrigeração, como tornar a operação mais eficiente, especialmente para evitar um indesejado aumento de custos?
O cliente pode usar algumas alternativas, incluindo a instalação de placas solares para reduzir a própria conta de energia. Na questão dos equipamentos em si, o nosso é calculado para que ele tenha uma eficiência energética melhor, já fizemos comparativos e é até 50% mais eficiente do que a concorrência. No momento da venda, a gente sempre tenta orientar bem o cliente com relação ao ambiente, ao tipo de instalação, à forma como ele vai usar o produto. Produtos customizados, por exemplo, câmaras frias, a gente pode montar no tamanho específico. A gente quer saber de que forma ele vai usar aquilo, qual é a rotatividade diária de carga que ele vai ter, se ele abre muito a porta… É entender bem o projeto dele, dando orientações sobre a melhor forma de uso desse equipamento. É importante que o cliente tenha ciência de todo o processo com relação à eficiência energética e o consumo de energia.

Em 2020, nos meses em que a pandemia desacelerou, a falta de matéria-prima foi um problema em algumas pontas da cadeia produtiva do setor cervejeiro. Isso é uma preocupação para a Zero Grau para esse período de retomada de eventos, festas de fim de ano e verão?
Até agora, não. A gente trabalhava com estoque mínimo reduzido nesse período. Então, a gente sentiu esse impacto. A gente percebe que alguns setores estão sofrendo um pouco de desabastecimento de matéria-prima, como vi com o setor de motos. Nós estamos tentando não ter tanto essa influência. Como é que a gente fez? A gente teve que mudar a nossa gestão de estoque de componentes. A gente trabalhava antes com estoque reduzido, tinha um estoque só para aquilo que iria consumir naquele período. E tivemos que aumentar muito o nosso estoque. A gente quadruplicou para não sofrer com essa questão de desabastecimento. E acabou abrindo alguns canais de importação. É uma cadeia, se o nosso fornecedor não conseguir cumprir com metas estabelecidas, com prazos de entrega, com certeza pode chegar na gente. Mas, por enquanto, a expectativa é que esteja tudo certo.

A Zero Grau já prepara alguma novidade para o setor cervejeiro em 2022?
A gente tem alguns desenvolvimentos de produtos específicos para a nossa linha de cerveja, como minicâmeras para chope. Algo para quem quer um autoatendimento, para quem está montando um bar. A gente tem uma equipe forte de desenvolvimento de produto, que está fazendo ensaios e testes. E iremos divulgar futuramente as novidades.

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