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Como foi 2020 na visão de 7 fornecedores da indústria cervejeira

2020 cervejarias
Sem a possibilidade de participar de feiras, fornecedores precisaram readequar canais de vendas e comunicação em 2020

Os fornecedores da indústria brasileira de cerveja também viveram, em 2020, um ano inteiro de desafios e incertezas ocasionados pela crise global oriunda da pandemia da Covid-19. Assim como seus clientes, os cervejeiros que precisaram usar a criatividade para se adaptar ao difícil ano de 2020, os fornecedores sentiram os efeitos do novo normal e necessitaram encontrar caminhos alternativos.

Leia também – 12 cervejarias avaliam como foi o ano de 2020 para o setor

No primeiro momento, o isolamento social inviabilizou praticamente todos os eventos presenciais que estavam programados para ocorrer após o primeiro trimestre do ano. Assim, sem a possibilidade de participarem de diversas feiras e exposições em 2020, que eram umas das mais eficazes apresentações aos clientes, os fornecedores precisaram de uma rápida adequação aos novos canais de venda e de comunicação, como o e-commerce, as redes sociais, as lives, etc.

Ao novo momento, somou-se a incerteza vinda da luta das cervejarias para manterem-se vivas no mercado. Foi quando se aqueceu o delivery, modelo de entregas que priorizou as vendas das cervejas em lata, garrafas e growlers diretamente ao consumidor final. Bem recebido, contudo, ele exigiu toda uma readequeção na cadeia de fornecedores para atender a nova demanda.

E, com a pandemia permanecendo ao longo dos meses, não demorou para que o fechamento do mercado internacional, a alta do dólar e as dificuldades logísticas aumentassem os desafios. Tudo isso ainda foi permeado pela crise financeira do país, ocasionando a dispensa de pessoal, a reformulação de negócios e a falência de inúmeros estabelecimentos.

Mais recentemente, nos últimos meses de 2020, os fornecedores ainda precisaram encarar a falta de insumos e de matéria-prima, que impactaram na produção de garrafas, embalagens e outros componentes para a fabricação de cerveja.

Confira abaixo como foi o ano de 2020 na visão de sete fornecedores da indústria cervejeira.

Agência Alvo (Bento Ferreira, sócio-proprietário)
No início da pandemia, muitas cervejarias tiveram que reinventar seu negócio, colocando sua cerveja em lata, garrafa ou growler, para que chegasse ao consumidor final. No meu ponto de vista, tivemos um aumento de consumo de bebida alcoólica, mas isso não quer dizer que tivemos um aumento nos lucros das cervejarias, pois muitas tiveram que fazer a preço de custo, para honrar suas despesas. Agora, temos a falta de insumos e de matéria-prima, impactando na falta das garrafas, embalagens e insumos para fabricação. E, para lidar com esse cenário, as cervejarias tiveram que trocar de fornecedores, trocar de embalagem e tentar se reinventar.

Hoplog (Luciano Demattio, fundador)
Definitivamente o ano de 2020 foi desafiador. O mundo inteiro passou por transformações inesperadas e não só no universo cervejeiro. A suspensão das atividades diante da recém-chegada Covid-19, no mês de março e ao longo dos meses seguintes, mudou profundamente o mercado e, logicamente, impactou os planos de negócios em 2020. Nossa decisão foi de não parar nenhum dia! Aumentamos os cuidados na armazenagem e entrega, seguindo todas as normas da OMS, e nos adaptamos às novas realidades de cada cliente durante as paralisações dos comércios. Foi um período difícil, mas garantir o escoamento das cervejas até os pontos de vendas foi essencial para não prejudicar ainda mais os custos. Já a falta de insumos e matéria-prima não nos atinge diretamente como “operadores logísticos”, mas uma possível escassez pode nos impactar na armazenagem do produto final.

Label Sonic (Bruno Lage, sócio-proprietário)
Um ano muito difícil e de muitas mudanças, mas também de muitas conquistas. Um ano para aprendermos lições de como entender o mercado e as pessoas que fazem o mercado acontecer. Em termos práticos, praticamente empatamos com o resultado de 2019, o que é uma grande vitória. O impacto foi gigantesco em termos de comportamento, pois o home working, as reuniões virtuais e até as feiras virtuais “surgiram” na nossa vida. A falta de matéria-prima é algo que não imaginávamos ser tão grave. No fornecimento de rótulos, em março, já prevíamos que algumas matérias iriam faltar quando a economia se movimentasse novamente, mas não desta magnitude. Os fornecedores confiáveis e as multinacionais – com contratos de fornecimento – falharam sistematicamente. No entanto, estamos terminando o ano com poucos problemas de atrasos.

M&P Facility Services (Michel Gervasoni e Patrícia Lopes, sócios-proprietários)
2020 ficará conhecido como o ano do reinventar-se e cocriar-se. Para nós, desafiador também, por ser o de lançamento da marca M&P Facility Services. A jornada foi drasticamente alienada pela ausência de calendário, na qual não podemos reunir, conhecer, confraternizar, apresentar ou celebrar algo novo. O mundo dos eventos foi cancelado, algo sem precedentes, assim como nossas relações pessoais, interpessoais e comunitárias. Ter resiliência e pensar fora da caixa foi a nossa premissa. Sobreviver à paralisação das atividades e buscar mercados sinérgicos foi nossa ação imediata, ante tal contexto.

Porofil (Nelson Karsokas Filho, sócio-proprietário)
O ano de 2020 se iniciou com muita expectativa, pois a economia estava se recuperando de uma crise que a pouco se afastava. Me lembro que o mercado estava comprador e os bons ventos apontavam para um ano promissor. Passado um mês, a China instalou o isolamento social e já começamos a sentir aqui no Brasil os efeitos do câmbio, pessimismo de mercado e falta de materiais nos fornecedores nacionais. E assim foi piorando até que a doença se tornou uma pandemia e afetou o Brasil em suas atividades. Mesmo com projetos cancelados e todos segurando recursos e investimentos, o básico precisava ser mantido e encontramos uma oportunidade nessa área que nos manteve ativos. Desse modo, procuramos ampliar parcerias, fortalecer relacionamentos, fazer um planejamento de curto prazo e, principalmente, decidimos manter nosso estoque sempre abastecido.

Smart Mash (Heitor Wermann, sócio-proprietário)
O ano de 2020, apesar de muitas incertezas, trouxe também muitos desafios. No início, estávamos com o projeto de participar de diversas feiras e exposições para apresentar um pouco mais do nosso trabalho e divulgar nosso lançamento. Mas percebemos que nossos clientes estavam produzindo mais cervejas em casa do que em relação aos anos anteriores, o que nos trouxe um aumento da demanda por Controladores de Temperatura. Então, acabamos perdendo um pouco de divulgação presencial do produto, mas aumentamos a participação online.

Zero Grau (Leandro Spaniol, coordenador de marketing)
Percebemos aqui na empresa de forma muito nítida a curva de consumo: a forte parada no início da pandemia e depois uma retomada do mercado nos meses de julho, setembro e outubro. Claramente, foi uma forma dos empresários demonstrarem que queriam retomar suas atividades e se prepararem para o verão que estava chegando. Já o cliente sempre é o termômetro de tudo, e o cliente do nosso cliente também. As pessoas já estão cansadas de ficar em casa e buscam alternativas seguras para seu entretenimento. Com isso tudo, 2020 foi um ano atípico, mas, mesmo assim, no balanço do ano, nosso setor mostrou crescimento.

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