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Entrevista: Bares precisam ampliar autoatendimento e presença digital

Para Wanderson Leite, crise evidenciou que os modelos de negócios precisam ser repensados constantemente a fim de serem rentáveis

A pandemia da Covid-19 acelerou a transformação digital em bares e restaurantes do Brasil. Diante da alteração abrupta do cenário e das novas exigências do consumidor, os estabelecimentos precisam estar atentos às mudanças que vieram para ficar. Entre elas, estão a adoção do autoatendimento e a maior presença digital dos estabelecimentos.

Na visão apresentada nesta entrevista ao Guia por Wanderson Leite, idealizador do YES Menu, aplicativo de cardápio digital, a opção por novas tecnologias permite a melhoria dos processos. Ele destaca que o autoatendimento, através de um menu digital, não só contribui para a segurança sanitária como também acelera etapas de consumo, contribuindo para o aumento das receitas de bares e restaurantes.

Wanderson também aponta que o menu digital pode ajudar na obtenção de informações sobre os clientes, algo fundamental para compreender os seus desejos em um período de tantas mudanças. E esse aprendizado também passa por uma ação mais ativa nas redes sociais, expandindo a atividade de bares e restaurantes para além do espaço físico dos estabelecimentos.

Além disso, Wanderson avalia que a crise evidenciou que os modelos de negócio precisam ser repensados constantemente a fim de serem rentáveis ao mesmo tempo que trazem conforto, confiança e segurança ao público.

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Confira abaixo a entrevista de Wanderson Leite, idealizador do YES Menu, ao Guia:

Como um bar pode se adaptar à transformação digital? É preciso repensar conceitos do modelo de negócios?
Eu acho que repensar o conceito do modelo do seu negócio é um exercício constante. Costumo dizer que os hábitos é que moldam os negócios. É importante que qualquer empresário esteja sempre atento ao seu conceito, se realmente ainda faz sentido o modelo de negócio, porque às vezes o produto faz sentido ainda, mas o modelo de negócio, não. É sempre importante pensar a forma como o meu cliente tem a experiência com o meu produto, o que ele quer quando vem ao bar. O bar pode se adaptar em alguns fatores, como, por exemplo, o autoatendimento, pois os clientes já estão habituados a esse modelo de negócio pelo próprio celular e cada vez mais está vindo para ficar. A presença digital dos bares também, acho que você ter uma agenda, uma rede social que conecte com o seu público, que passe uma agenda do que vai ter no bar, qual é a proposta do bar, tudo isso acho que é interessante. É importante os bares e restaurantes entenderem quem é o cliente e o que ele procura e isso só vai ser possível com uma presença digital bacana.

A transformação digital também passa pela capacitação dos funcionários. Como realizar essa mudança de mentalidade em tão pouco tempo, como foi uma das exigências da pandemia?
A transformação faz parte dessa capacitação dos funcionários e tem que ser uma capacitação constante. Quando você aplica isso de forma constante se torna hábito. Como o autoatendimento dentro da nossa empresa, uma presença digital bacana nas redes sociais, seja onde for. Então, o funcionário e o dono do bar também estão em constante manutenção. Você pode implementar vários processos digitais, como ferramentas de treinamento de vendas personalizada, mas você tem que ter uma hora também por dia ou semana, onde consiga trocar informações, dar uma atenção maior. Faz toda a diferença no rendimento.

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Como a tecnologia pode ser mais bem aproveitada por bares e restaurantes?
O bar e restaurante têm que entender que o cliente já está adaptado a isso. Hoje, ele pede comida pelo aplicativo, chama transporte pelo aplicativo, aluga casa pelo aplicativo. Muitas vezes, o restaurante acha que o cliente não está preparado, mas quem não está preparado ainda é o restaurante. Ao entender isso, ele ganha tempo e a satisfação do cliente. Primeiro, ele [cliente] pode avaliar o prato individualmente, o atendimento, o serviço, etc. Tudo isso é um monte de informação que o dono vai ter para analisar em como eles podem melhorar. Segundo, ele [cliente] deixa algumas informações sobre quem ele é, quanto tempo ficou na mesa, o quanto consumiu, qual a sua idade. Com isso você começa a traçar um perfil de quem é o seu cliente. Eu sempre digo que a informação hoje é o maior bem que a gente tem. E, se a gente não sabe usar a informação a nosso favor, a gente deixa o cliente na mão de qualquer concorrente.

Se sabe que em um momento como o atual, a segurança é primordial para a população fazer escolhas de lazer. Como a tecnologia pode dar conforto e confiança ao público para frequentar um bar ou restaurante?
O bom exemplo foi do autoatendimento que cai muito bem nesse conceito, porque quanto menos contato o cliente tem com o garçom, melhor. São coisas interessantes em como a tecnologia pode ajudar: você expor ao cliente que o seu bar está tomando todas as medidas possíveis. E tem que avisar isso para o cliente antes de ele ir lá. Então, essa é a diferença de ter uma presença digital e de ter redes sociais, etc. E aí vem o conceito também do autoatendimento e de outras tecnologias que a gente está falando. Quando você tem um autoatendimento, você tem um menor contato possível do garçom com o cliente, porque ele faz o pedido pelo celular, olha o cardápio pelo celular e o último contato ou é através do garçom para pegar a comida ou o cliente mesmo pode ir até o balcão retirar. E isso também traz uma segurança muito grande. Esse tipo de segurança, quando você começa a adotar algumas práticas, mostra para o cliente que, dentro do cenário atual, o ambiente é o mais seguro possível para ele ir com a família.

A adoção da tecnologia demanda investimentos, mas é possível dizer que ela pode ajudar a ampliar o faturamento? Há algum estudo que aponte isso?
Um é consequência do outro. O investimento precisa ter retorno. Primeiro, quando você fala em adoção de novas tecnologias, você quer atrair novos clientes, e aí já está falando em aumento de faturamento. Você quer também, além de atrair novos clientes, reter clientes que já tem, e está falando de faturamento. E melhoria de processo. Se uma mesa no meu restaurante demora uma hora e meia para girar, eu consigo reduzir esse tempo com autoatendimento, pois o cliente não precisa mais esperar o garçom vir trazer o cardápio pronto. Isso vai reduzir esse tempo de uma hora e meia para 50 minutos. E esse tempo é para outras pessoas se sentarem nessa mesa e circular mais dinheiro. Então, é óbvio que investimento atrai retorno e faturamento. Esse sempre tem que ser o conselho. Mesmo quando a gente está falando, por exemplo, de treinamento de equipe, tudo isso é melhoria no atendimento, atraindo e retendo mais clientes. Tudo isso culmina com um aumento de faturamento. Melhoria de processos é para que a empresa continue saudável e faturando cada vez mais.

A transformação digital já era algo que alguns estabelecimentos vinham passando antes da pandemia. A aceleração, a partir dela, pode ser um bom legado desse período tão difícil para a sociedade e o setor de bares e restaurantes?
Era um processo que já vinha acontecendo, ele acelerou durante a pandemia, mas os bares e restaurantes já estavam entendendo como eles poderiam se adaptar a um novo cenário. A pandemia acelerou e trouxe, de repente, um cenário mais diferenciado. Mas é um legado muito importante, porque permite entender como a gente pode melhorar alguns processos dentro do restaurante para que, no pós-pandemia, consiga tirar o que realmente fica de bom e aplicar dentro do restaurante para ter um cliente fidelizado.

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