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Ação da Ambev cai em abril, mas está acima do Ibovespa no ano; veja perspectivas

Ativo apresenta desvalorização de 2,48% no ano, após terminar 2022 com preço de R$ 14,52

A Ambev não conseguiu alcançar o segundo mês consecutivo de alta na Bolsa de Valores brasileira. Em abril, a ação da Ambev sofreu leve queda, de 1,18%, tendo fechado a sessão da última sexta-feira (28) valendo R$ 14,13. Assim, caiu em um mês marcado por uma modesta valorização do Ibovespa e por expectativas envolvendo a possibilidade de adoção de novas regras fiscais pelo governo federal e pelas prévias do balanço do primeiro trimestre de 2023 da companhia.

Com o resultado, a ação da Ambev apresenta desvalorização de 2,48% no ano, após terminar 2022 cotada a R$ 14,52. Em comparação, o Ibovespa fechou o quarto mês de 2023 com 104.431,63 pontos, apresentando alta de 2,5% em abril. Porém, tem queda de 4,83% no ano.

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Longe de estar entre os destaques positivos ou negativos da Bolsa em abril, a Ambev se posicionou entre 28 das 88 ações do Ibovespa que se desvalorizaram, em uma lista liderada pelo Assaí (-20,59%). A outra ponta, a das altas, teve a construtora Eztec (19,29%) à frente.

O desempenho da Ambev acima do Ibovespa nos quatro primeiros meses de 2022 foi visto como um indicativo de fortaleza da companhia pelos analistas Leandro Fontanesi e Victor Romano, do Bradesco BBI. Para eles, isso se dá “provavelmente por ser vista como uma ação defensiva no contexto de incertezas macroeconômicas no Brasil”.

Razões para oscilação

A divulgação do relatório com essa avaliação, aliás, esteve relacionada com a maior alta diária da ação da Ambev em abril, de 2,21%, no dia 11. No documento, a equipe do Bradesco BBI manteve a indicação de compra do papel da cervejaria, com preço-alvo de R$ 21,00, o que representa um potencial de valorização de 48,3% do ativo.

Em abril, houve, também, dois dias em que a ação da Ambev apresentou desvalorização acima de 1% no dia. Isso se deu em 24 de abril, com queda de 1,78%, na sequência de declarações do ministro da Economia, Fernando Haddad, sobre a possibilidade de alterações em benefícios tributários, citando a distribuição de Juros sobre Capital Próprio (JCP) e os incentivos concedidos a produtores da Zona Franca de Manaus.

Analistas do Goldman Sachs viram as declarações com preocupação para a Ambev. “Os incentivos fiscais no Brasil representaram 43% do lucro líquido da Ambev em 2022, e qualquer mudança significativa na política tributária pode representar um risco negativo para a empresa”, dizem.

A XP Investimentos, por sua vez, adotou mais cautela em relação a possíveis impactos de uma eventual mudança no pagamento de JCP. “Apesar do potencial de causar um impacto nos resultados das empresas, nem todas seriam afetadas de forma igual. A princípio, o efeito dessa mudança no JCP no balanço de cada companhia ainda não é claro, dada uma série de outras alterações que estão sendo discutidas também como: mudanças no arrecadamento de impostos, alterações na carga tributária das empresas, entre outras pautas”, afirma Jennie Li, estrategista de ações da XP.

O outro recuo relevante da ação da Ambev em abril se deu no dia 13, com queda de 1,15%. Na data, analistas do BTG Pactual divulgaram análise em que definiram 2023 como “ano da verdade” para a companhia, pelo cenário de normalidade encarado, diante do esfriamento da crise sanitária.

Para eles, diante da perspectiva de que a alta dos volumes não mantenha o ritmo de outrora, a Ambev precisará aumentar a sua rentabilidade através dos preços, algo que a equipe do BTG não acredita que irá acontecer.

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“Após se beneficiar de um mix favorável de produtos em 2022, a receita por hectolitro deve ser o principal motor de crescimento da receita. Mas nós não estamos confiantes de que isso virá tão cedo”, escrevem os analistas Thiago Duarte e Henrique Brustolin.

Balanço da Ambev vem aí…

Parte do desempenho da Ambev nesse “ano normal” poderá começar a ser constatado nesta quinta-feira, quando a companhia divulgará os seus resultados do primeiro trimestre, antes da abertura da Bolsa brasileira.

“Esperamos um trimestre sem mudanças significativas nas tendências atuais: o desempenho da receita deve permanecer sólido, impulsionado por um aumento positivo da receita líquida por hectolitro devido à premiumização, melhor mix e iniciativas de gerenciamento de receita”, diz Leonardo Alencar e Pedro Fonseca, analistas da XP Investimentos.

Em relação à receita, a expectativa média das instituições é de que a empresa supere a barreira dos R$ 20 bilhões no primeiro trimestre deste ano, o que representaria aumento de pouco mais de 10% ante o mesmo intervalo de 2022. Seria, assim, um saldo positivo entre a conquista de mercado do Grupo Petrópolis, que entrou em recuperação judicial, e um carnaval cheio contra os desafios encarados em função do início de ano chuvoso.

“Espera-se que a Ambev reporte um desempenho tranquilo para o primeiro trimestre de 2023, uma vez que os ganhos sobre a Petrópolis devem compensar a dinâmica climática desfavorável, ambas amplamente esperadas pelo mercado”, afirma Gustavo Troyano, analista do Itaú BBA.

Outros desafios para a companhia envolvem, na visão da XP, a inflação na Argentina e a Selic, a taxa básica de juros do Brasil, em nível elevado. Isso fez a sua equipe de analistas prever queda anualizada de 29% no lucro líquido, para R$ 2,5 bilhões.

Olhando para frente

Ajustando o foco para o futuro, a XP prevê um segundo semestre melhor para a Ambev.

Uma taxa de câmbio mais baixa e preços de commodities devem permitir uma recuperação de margem no 2º semestre de 2023, em nossa visão, também beneficiada pela continuação de um sólido desempenho da receita líquida por hectolitro

XP Investimentos

Esse cenário positivo também é enxergado pelo Bank of America, que ajustou o seu preço-alvo da ação da Ambev de R$ 16,00 para R$ 16,50 em função de perspectivas mais positivas para 2023 e 2024 em função da queda dos custos.

“Esperamos que a Ambev registre forte crescimento do Ebitda em 2023 e 2024 com uma taxa de crescimento anual composta (CAGR) de 16%, impulsionado principalmente por margens mais altas em Cerveja Brasil e uma recuperação nas margens de custo de aquisição por cliente”, preveem os analistas Isabella Simonato e Guilherme Palhares, em relatório.

Cervejarias fora do Brasil

Assim como aconteceu na Bolsa brasileira, a ação da Ambev sofreu leve desvalorização no último mês em Nova York. Por lá, a queda foi ainda mais modesta, de 0,71%, para US$ 2,80. Já o ativo da AB InBev caiu 3,64% na Europa, para 59,10 euros, ao fim de abril.

O Grupo Heineken, por sua vez, viu sua ação valorizar 5,04% em abril, atingindo o preço de 104,05 euros. Essa alta foi impulsionada pelo seu resultado financeiro do primeiro trimestre de 2023. Afinal, valia 99,90 euros na véspera da divulgação do balanço, subindo para 103,85 euros no dia da apresentação do resultado.

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