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CEO da Brewers Association prega união do setor no Brasil e reforço da atuação política

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Bob Pease proferiu palestra promovida pela Abracerva e destacou a importância de segmento ter associação forte

O segmento brasileiro de cervejas artesanais precisa de união para expandir a sua participação no mercado e de proximidade dos responsáveis pelas políticas públicas para fomentar a atividade. A avaliação e o conselho ao setor foram dados por Bob Pease, presidente e diretor executivo (CEO) da Brewers Association, que representa as cervejarias independentes e artesanais dos Estados Unidos.

Pease proferiu, na última semana, uma palestra online, atendendo a convite da Associação Brasileira de Cervejas Artesanais (Abracerva), direcionada principalmente aos associados da entidade representativa deste nicho no Brasil e aos profissionais em geral do mercado.

Leia também – Brasil melhora qualidade da produção, mas importa mais lúpulo em 2021

País com o maior número de produtores de cervejas artesanais no mundo, os Estados Unidos são considerados uma referência de sucesso neste segmento. E Pease falou como líder de uma associação nacional que conta hoje com cerca de 5.600 membros filiados de cervejarias independentes, além de aproximadamente 46 mil sócios da American Homebrewers Association, que representa os produtores caseiros.

Com a vacina agora consolidada como maior arma contra a pandemia, o mercado das cervejas artesanais vem retomando a sua força aos poucos, na esteira da reabertura gradual de bares e restaurantes. E ao resumir a história da Brewers Association, da qual faz parte desde 1993, e explicar como a entidade se estruturou, Pease apontou a união do setor como um dos segredos para o sucesso das artesanais nos Estados Unidos, embora a concorrência entre elas seja inevitável. 

 “É fundamental que todas as cervejarias artesanais do Brasil se juntem à sua associação. Esse deve ser o seu objetivo e esse é o nosso objetivo nos Estados Unidos. Acredito firmemente que todas as cervejarias do nosso país deveriam pertencer à Brewers Association”.

Ele apontou que no início da Brewers Association, as cervejarias enxergavam a necessidade de não apenas terem êxito individualmente, mas também de se unirem em busca da consolidação do setor de artesanais.

“Quando estávamos em um estágio semelhante ao seu (do Brasil), nossos líderes (da associação), fizeram o que era melhor para toda o segmento da cerveja artesanal primeiro e o que era melhor para sua cervejaria em segundo lugar, porque eles sabiam que ter uma visão de longo prazo, que é contraintuitiva para muitas pessoas, seria de interesse próprio. E eles estavam certos porque olharam para outras indústrias e outras associações. E viram como elas fizeram isso. E eles deixaram as suas diferenças pessoais de lado e encontraram maneiras de se unirem quando estávamos formando a Brewers Association”, relembra Pease.

União pelo crescimento no mercado
Com o tempo, as cervejarias perceberam também que, ao dividirem informações valiosas, conseguiram aumentar a participação no mercado das artesanais como um todo. Embora sejam concorrentes dentro do próprio nicho, os produtores ganharam mais representatividade no segmento e se fortaleceram também perante as grandes cervejarias.

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“Quando eu comecei na Brewers Association, a cerveja artesanal tinha cerca de 3% de participação de mercado nos Estados Unidos em volume e agora é de cerca de 13%. E podemos dizer que temos 13% do mercado em volume e 25% do mercado em dólares, números que fazem as pessoas sentarem e prestarem atenção. Porém, você não pode conseguir isso se não coletar informações entre as cervejarias”, enfatiza Pease.

Confira, abaixo, outros assuntos abordados por Pease na palestra dada a convite da Abracerva:

Missão e representatividade da Brewers Association
Nosso propósito é promover e proteger nossos membros, cervejeiros artesanais americanos, suas cervejas e a comunidade de entusiastas cervejeiros. Isso é o que fazemos. Hoje temos 5.600 cervejeiros como membros da associação. E isso de um total de cerca de 8.500 cervejarias artesanais nos Estados Unidos. Portanto, temos cerca de 65% de todas as cervejarias artesanais como membros da Brewers Association.

Como a pandemia afetou a associação
Antes da pandemia, tínhamos 66 funcionários em tempo integral. A pandemia encerrou os eventos por dois anos e tivemos de demitir cerca de um terço de nossa equipe. Agora estamos contratando novamente, crescendo, mas não de volta ao nível onde estávamos em fevereiro de 2020, antes de o mundo mudar e do início da Covid-19.

Conselhos para a Abracerva
Trabalhamos com assuntos governamentais. E como uma associação iniciante (a Abracerva foi fundada em 2013), e mesmo não conhecendo muito sobre política brasileira, ao dar conselhos, eu diria que tentaria estabelecer relações com as pessoas locais, com deputados federais. Convide-os para visitar as suas cervejarias. Quando um legislador entra em uma cervejaria como a do (Giba) Tarantino (presidente da Abracerva) e vê todo o aço inox, vê todas as pessoas trabalhando, você pode ver que ele fica impressionado. Não se trata de cerveja, trata-se de negócios, trata-se de criar empregos, trata-se de criar um produto do qual possamos nos orgulhar.

Qualidade é fundamental
Se sua cerveja não é de primeira, você provavelmente não vai durar muito tempo (neste negócio) porque o mercado é muito competitivo, como é nos EUA, com 8.500 pequenas cervejarias. Enfatizamos, através de nossos programas técnicos e de qualidade, que todos os pequenos cervejeiros devem ter um laboratório, devem fazer controle de qualidade e análise de qualidade em cada cerveja que fabricam. Qualidade é a missão número 1 para este grupo. E em seguida vem a segurança da fabricação de cerveja. É um empreendimento perigoso, as pessoas morrem nas cervejarias, isso acontece e uma morte já é demais.

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