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Brasil melhora qualidade da produção, mas importa mais lúpulo em 2021

Mesmo com mais investimentos internos, Brasil gastou mais de US$ 82 milhões em importação de lúpulo no ano passado

Ainda que a produção de lúpulo pelo Brasil seja diminuta quando se observa a demanda da indústria cervejeira, a cultura tem apresentado avanço ao longo dos anos e terminou 2021 com melhorias na qualidade. Um cenário que provoca a expectativa de ampliação do seu uso pelos fabricantes, contribuindo para a evolução da cadeia produtiva.

Essa avaliação foi apresentada à reportagem do Guia por Rodrigo Baierle, proprietário da Lúpulos 1090. Para ele, em 2021, alguns cultivos de lúpulo no Brasil, de regiões diferentes, apresentaram qualidade semelhante ao do produto que costuma ser importado pelas cervejarias.

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“Tivemos ótimos resultados, especialmente de qualidade, e em várias regiões do Brasil. Em alguns casos, sendo até superior ao lúpulo importado. O nível de óleo essencial chegou a bater 3,5%, algo que só era imaginável em lúpulos estrangeiros”, afirma.

A imensa maioria do lúpulo utilizado no Brasil, porém, continua sendo de fora do país. De acordo com os dados divulgados pela Secretaria de Comércio Exterior do Ministério da Indústria, Comércio Exterior e Serviços, foram 4.721 toneladas de lúpulos importadas em 2021, com um dispêndio de US$ 82,078 milhões. Isso representou aumento superior a 40% em volume e valor gasto com o lúpulo no mercado externo no ano passado, quando comparados a 2020.

Mas a produção no Brasil também tem aumentado. Em agosto de 2021, a Associação Brasileira de Produtores de Lúpulo (Aprolúpulo) relatou um crescimento de 110% na área plantada no país em 2020 em relação a 2019, com uma produção de 24 toneladas.

Além disso, a produção de lúpulo pelo Brasil, que se concentra em Santa Catarina, Rio de Janeiro e São Paulo, apresentou novidades ao longo de 2021. Isso envolve as grandes cervejarias, que têm começado a olhar com mais atenção para o lúpulo nacional.

O Grupo Petrópolis, inclusive, começou a vender parte da produção de lúpulo da sua fazenda em Teresópolis (RJ) para microcervejarias através do seu comércio eletrônico. Além disso, expandiu a sua produção para o entorno da fábrica localizada em Uberaba (MG).  Já a Ambev inaugurou em Lages (SC) uma planta de transformação de lúpulo em ingrediente pronto, assim como um viveiro com capacidade para produzir 60 mil mudas ao ano.

“As cervejarias têm muito a ganhar com isso, pois poderão usar um lúpulo fresco e de altíssima qualidade. Assim, o lúpulo brasileiro poderá representar um ganho de qualidade muito grande para as cervejarias”, avalia Baierle.

Nesse momento, porém, o uso do lúpulo não é disseminado no mercado brasileiro, com o seu uso se concentrando em cervejas de maior valor agregado ou sazonais.  Há marcas, como as gaúchas Salva Craft Beer e Fil, que aproveitam a própria produção do ingrediente para utilizá-lo nos seus rótulos. Além disso, grandes nomes do setor também têm apresentado novidades, como a Colorado, que lançou uma Hop Lager com lúpulo nacional em 2021, e a Goose Island, que se uniu à Lohn para criar uma cerveja com o ingrediente brasileiro.

São casos ainda pontuais no terceiro maior produtor de cerveja do mundo e, portanto, como uma alta demanda por lúpulo. Mas Baierle acredita que esse cenário poderá se alterar com o aumento da qualidade da planta e safras maiores.

“A expectativa é que se possa fornecer o lúpulo durante o ano todo para as cervejarias, com as cervejas que as usam deixando de ser apenas para algo sazonal”, afirma o proprietário da Lúpulos 1090.  

E em 2022?
Para que o cenário esperado por Baierle comece a se tornar mais próximo no ano recém-iniciado, será necessário investimento em maquinário pelos produtores desse ingrediente cervejeiro, em função do aumento da área produtiva do lúpulo no país.

“Há desafio em maquinários para colheita e processamento, mas já temos empresas que os têm. Outras estão se desenvolvendo e aprimorando. É algo importante porque a expectativa é de que ocorra um aumento na área produtiva, com aumento de volume”, diz.

De qualquer forma, ele acredita que a plantação realizada há quatro anos trará bons resultados ao longo de 2022. “As áreas implantadas, especialmente em 2018, terão uma maturidade em 2022, com maior produção e qualidade, atingindo as cervejarias”, prevê o agrônomo.

1 Comment

  • Roberto A. Chagas Reply

    2 de junho de 2022 at 09:51

    Parabéns em acreditar em nosso potencial, orgulho saber sobre o Lúpulo Nacional e tão logo possível se tornará igual ou síndico melhor que o importado, trazendo divisas e até aprimorando o sabor deste líquido tão precioso e amado pelos aficionados pela Cerveja. Parabéns a todos envolvidos e que o projeto se alavanque e seja Próspero!

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