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Consumo de álcool na quarentena: Uma reflexão a partir da visão de um apreciador

álcool quarentena
Leitor do Guia, Luiz Guerreiro escreve uma coluna avaliando os prós e contras do consumo de álcool na quarentena

*Por Luiz Guerreiro

O consumo de álcool na quarentena provocada pela Covid-19 é motivo de intenso debate. Algumas regiões adotaram a lei seca, especiamente no cenário internacional, proibindo a circulação desse tipo de mercadoria em sua região. Afinal, será que essa atitude realmente surte algum efeito positivo?

Leia também – Consumo consciente de álcool pode se tornar o “novo normal” após o isolamento, dizem acadêmicos

Em primeiro momento, consiste entender que a Organização Mundial da Saúde (OMS) recomendou evitar o consumo de álcool durante a atual pandemia devido aos riscos gerados pela ingestão em excesso, tanto fisicamente para quem consome quanto a terceiros, por conta da mudança de comportamento sob a influência de álcool.

Acontece que existem dois tipos de consumidor: o primeiro grupo, composto por indivíduos que possuem controle quando estão consumindo bebida alcoólica; e o segundo conjunto, formado por aqueles em que essa substância acarreta em problemas, uma vez que perdem o controle e fazem o uso exageradamente. Estes são considerados doentes e, portanto, devem evitar o uso em qualquer circunstância.

O fato do consumo de bebida ser geralmente realizado em grupos também acarreta em problemas, pois o distanciamento social é a única alternativa a fim de conter o avanço da doença. Consequentemente, os bares e similares são ambientes que devem ser evitados nesse momento.

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É sabido também que a ingestão dessa substância associada à direção de veículos automotivos consiste na motivação do número gigantesco de acidentes de trânsito no Brasil. É algo do cotidiano que precisa de combate, assim não é um problema relacionado ao atual cenário.

Por outro lado, inúmeras pessoas fazem o uso de álcool com moderação, servindo como ferramenta de degustação e alegria. São indivíduos saudáveis e com controle durante o consumo, os quais sob o efeito do líquido não violam as regras. Logo, estes não podem ser impedidos de ter acesso ao produto.

Toda tentativa de proibição de algum item gera um mercado clandestino, pois há pessoas que não vão respeitar a norma imposta. Justamente aquele grupo considerado doente tende a cometer irregularidades a fim de conseguir o objeto de desejo.

O consumo de bebida traz inúmeros debates, contudo é necessário entender todo o conjunto de atores envolvidos no seu uso. Portanto, as medidas devem ser direcionadas de acordo com cada situação específica.

Em suma a proibição do álcool na quarentena não é o caminho, pois não vai resolver o problema, pelo contrário: acarretará em mais impasses. A melhor opção é a informação e a busca por sensibilizar o cidadão dos riscos do consumo em excesso. Paralelamente a isso, a compra e o consumo consciente podem e devem seguir no atual momento sem problemas.

*Luiz Guerreiro é apreciador de longa data, produtor de cerveja caseira e um leitor inquieto do Guia

Para promover o debate entre os mais distintos segmentos do setor cervejeiro, o Guia deixa o espaço totalmente aberto para seus leitores. Se quiser mandar uma sugestão de artigo, é só escrever para nosso editor: itamar@guiadacervejabr.com

5 Comentários

  • Fernanda Pestana Reply

    31 de maio de 2020 at 11:22

    Otima reflexao!!! Em tempos de pandemia a conscientização é de extrema importancia, parabens pelo texto.

  • Patrício dos Santos Reply

    31 de maio de 2020 at 13:03

    Texto interessante, não concordo com tudo, mas ele trás boas reflexões sobre um tema tão delicado nesse momento.

    • Alyne Moreira Reply

      1 de junho de 2020 at 18:06

      Texto interessante para discutirmos a estreita relação entre o consumo de bebidas alcoólicas e a violência doméstica. Principalmente neste momento de pandemia, no qual verifica-se o aumento das agressões no instante que a necessidade de permanecer em casa é a palavra de ordem.
      Porém, estabelecer o consumo de bebidas alcoólicas como o único responsável pelos acréscimos da violência de gênero, corre o risco de “amenizar ” a responsabilidade do agressor, justificando assim, sua ação motivada pela bebida, e consequentemente naturalizar uma cultura machista que ao longo da história estabeleceu a prática da interiorização da mulher em relação ao homem.

  • Sandra Ferreira Reply

    31 de maio de 2020 at 13:27

    Não deve ser proibido, até pq sabemos que mesmo proibido haverá o consumo, o que deve haver é a conscientização de todos sobre os riscos q o consumo exagerado pode trazer pra o indivíduo e todos que o cerca, não só em tempos de pandemia mais em qualquer tempo. Ressaltando que em tempos de pandemia há um rico maior, que é a baixo imunidade pois sabemos que o consumo de álcool baixa a imunidade, então fica a critério de cada indivíduo consumir ou não.

  • Neiva Reply

    2 de junho de 2020 at 20:54

    Excelente texto! Muito bom lembrar que os problemas gerados pelo consumo exagerado do álcool não são de agora, a exemplo do trânsito, onde muitos perdem a vida por esse motivo

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