Espaço Aberto: O conhecimento cervejeiro a serviço da sociedade

*Por Luiz Guerreiro
A pandemia provocada pela Covid-19 desencadeou novos hábitos em parte da população, pois inúmeros métodos de higienização passaram a ser incorporados ao cotidiano. Tais procedimentos já eram comuns no conhecimento cervejeiro, haja vista a estreita relação entre a sanitização e a qualidade da bebida.
Leia também – Espaço Aberto: A cerveja no Brasil, vista por um apreciador
Ao iniciar na cultura supracitada, a primeira lição incide na obrigação de uma padronização de limpeza durante a fabricação – este passo apresenta-se como a primeira medida enquanto fabricante. Destarte, a escolha dos itens usados na assepsia varia de acordo com as condições financeiras e do estilo de equipamento de cada produtor.
A execução da lavagem e a posterior sanitização dos equipamentos têm por finalidade conceber a cerveja sem contaminação pois, caso isto venha a ocorrer, acarretará em estrago de todo o material, significando dano financeiro, dentre outros, com o descarte do líquido que passa a ser inviável para o consumo.
A busca pelo conhecimento sobre o tema é constante e tenta subsidiar a execução das melhores práticas, a fim de garantir a ausência de contaminantes que podem ser físicos, químicos e/ou biológicos. Deste modo, ao eliminar essas possibilidades, é possível chegar às condições ideais para o preparo da bebida.
O cuidado durante a manipulação dos insumos e manuseio dos equipamentos devem obedecer a um rito de segurança, de modo a evitar problemas durante os processos. Nesse sentido, o uso de EPI’s durante a fabricação da bebida é de extrema necessidade, pois garante a segurança física dos produtores, bem como evita introdução de impurezas.
O medo da população em contrair a Covid-19 provocou o esgotamento de alguns itens, como ocorreu na adoção de protocolos rigorosos de higienização, a exemplo do álcool 70º, que inicialmente passou a ocupar no imaginário popular a solução de imunização contra o vírus.
Nas redes sociais há o compartilhamento de opções que prometem acabar com todos os vírus e bactérias. Contudo, a maioria não possui evidência cientifica comprovada, podendo, desta forma, colocar em risco quem as utiliza.
Existem inúmeros sanitizantes que causam extermínio dos agentes contaminantes. Nesse sentido, as técnicas empregadas no mundo cervejeiro podem corroborar no cotidiano da sociedade, uma vez que a maioria das pessoas, devido ao cenário atual, está redescobrindo a necessidade da adoção de protocolos de higiene, com maior rigorosidade. É preciso atender as recomendações de uso de toda solução desinfetante.
Leia também – Ambev fabricará 3 milhões de máscaras laváveis para doar ao Ministério da Saúde
O conhecimento adquirido durante a formação do cervejeiro ajuda neste momento complicado. Em virtude de possuir uma concepção ampla sobre protocolos de higienização, ele pode contribuir na busca por alternativas, em especial quando o comum aponta para os mesmos caminhos. Nesse cenário conturbado, além de produzir a cerveja, ele pode ser o propagador de alternativas e métodos para executar a assepsia.
*Luiz Guerreiro é apreciador de longa data, produtor de cerveja caseira e um leitor inquieto do Guia
Para promover o debate entre os mais distintos segmentos do setor cervejeiro, o Guia deixa o espaço totalmente aberto para seus leitores. Se quiser mandar uma sugestão de artigo, é só escrever para nosso editor: itamar@guiadacervejabr.com
2 Comentários
Fernanda Pestana
15 de abril de 2020 at 14:06Otimo texto! Uma importante reflexão associando temas atuais o covid19 e higiene ao mercado cervejeiro. Parabens Luiz

Elizabeth
30 de abril de 2020 at 20:54Ótimo texto . Não sou do ramo e não sabia da necessidade de tamanho rigor na higiene.