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Especial rotulagem: Confira tendências e novidades para identificar as embalagens

Especialistas avaliam que avanço da tecnologia contribuiu para que cervejarias diversificassem aplicação de rótulos nos seus produtos
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Elementos fundamentais para identificar um produto dentro de um universo competitivo e repleto de opções, os rótulos das cervejas podem se destacar por uma série de motivos. Além do nome e credibilidade alcançados por uma marca ao longo de anos, o visual e o formato das embalagens provocam impacto importante para a escolha de uma lata, garrafa ou growler em meio a dezenas de outras apresentadas aos compradores, tornando fundamental que as empresas entendam quais são as tendências em rotulagem para se destacarem.

Na quarta e última matéria da série especial sobre rotulagem, que o Guia começou a publicar no mês passado, ouvimos a opinião de especialistas que apontaram algumas das principais tendências de identificação das embalagens, que são um elo essencial de comunicação entre uma marca e o consumidor.

Leia também – Especial rotulagem: Como evitar erros e otimizar o processo com boas práticas

Bruno Lage, sócio-proprietário da empresa de rótulos Label Sonic, destaca que o enorme número de opções disponíveis aos fabricantes e lembra de uma opção de rotulagem, a sleeve, cujo custo-benefício é considerado satisfatório pela economia que pode proporcionar, além da praticidade de aplicação, o que a tem tornado uma das tendências do setor.

“Uma das tendências de hoje em rotulagem é termos vários tipos de embalagens para garrafas, latas e growlers. E as latas cresceram muito e vão continuar crescendo. O rótulo adesivo na lata é uma tendência mundial, pois é mais rápido, acessível e barato. O sleeve também fica muito bonito e é muito utilizado em lata, principalmente na de cerveja”, ressalta Lage.

O sleeve, um filme termoencolhível de PVC ou PET transparente que cobre 100% da área da embalagem, é uma impressão realizada por meio de uma flexografia, similar a um carimbo. Neste método, as partes que não forem impressas são retiradas das gravações das matrizes, permitindo que as áreas pintadas fiquem em alto relevo no rótulo.

Este modelo, porém, é mais caro do que o do rótulo adesivo, que dá ao fabricante a opção de imprimir pequenas tiragens, diferentemente do que acontece com o próprio sleeve.

“Havia uma dúvida se um tipo de rótulo iria eliminar o outro. E o que vimos é que os dois sistemas possuem mercados próprios. O motivo é que há vantagens e desvantagens nos dois tipos de rótulos para latas. Os adesivos são mais fáceis de aplicar, possuem menor preço para as quantidades mínimas menores e tiragem mínima menor. Já o rótulo sleeve cobre a lata por completo e tem preço equivalente, mas somente em grandes quantidades, se for feito com uma tiragem mínima maior”, explica Lage.

Donos do maior mercado de artesanais do mundo, com mais de 9 mil cervejarias, os Estados Unidos usam os rótulos adesivos em grande quantidade, por causa de diversas vantagens, incluindo o preço mais acessível.

“Se a gente for analisar o mercado americano, vai ver muito forte este processo de impressão no rótulo das cervejas. A principal tendência entre as cervejarias menores ou de edições especiais é o rótulo adesivo, pois é mais prático e mais fácil de aplicar. Há uma variedade de embalagens e a aplicação do adesivo em lata está crescendo para a cerveja artesanal”, completa Lage, enaltecendo também que a tecnologia permite a impressão de tiragens reduzidas, específicas para cada estilo de cerveja a ser evidenciada com eficiência na comunicação dos seus respectivos rótulos. “Cada vez mais as cervejarias fazem pequenos lotes de cervejas especiais”, acrescenta.

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Tecnologia que “despadrozina”
Regina Sugayama, mestre em Biologia e Genética e doutora em Ciências pela Universidade de São Paulo (USP) com mais de 30 anos de experiência em pesquisa e consultoria em agricultura e alimentos, enfatiza que as novas tecnologias também propiciaram uma “despadronização” das embalagens, que anteriormente eram muito parecidas entre si.

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“Até a década de 1990, rótulos de cerveja eram meio sem graça e parece até que padronizados, com a mesma combinação de cores, o tipo de letra… De longe já dava para sacar que era uma cerveja. Não sei ao certo como o uso de imagens criativas e tipologias sofisticadas começou a acontecer no setor, mas o fato é que elas aguçam a curiosidade e acabam se tornando diferenciais competitivos”, ressalta Regina. 

O avanço da tecnologia de impressão e, mais recentemente, o uso de rótulos adesivos em latas barateou o processo, o que deve ter possibilitado que um grande número de indústrias cervejeiras nascentes fizesse sua estreia, trazendo propostas inovadoras e muita personalidade

Regina Sugayama, profissional com mais de 30 anos de atuação em pesquisa e consultoria em agricultura e alimentos

Ela também aponta que o uso da realidade aumentada deverá se popularizar com o passar dos anos e o consequente avanço da tecnologia, se tornando uma das tendências em rotulagem por permitir que as embalagens das cervejas se tornem cada vez mais “high-tech” e inovadoras aos olhos dos consumidores.

“Para os próximos anos, com a democratização de tecnologias em dispositivos móveis, deve se consolidar o uso de recursos de realidade aumentada nos rótulos de alimentos e bebidas. Ou seja, ao apontar a câmera do celular para o rótulo, o potencial comprador pode ser transportado para a lavoura, a fábrica ou para uma cozinha onde vai aprender a como preparar o produto. Isso amplifica a experiência de compra em milhões de vezes”, indica.

Storytelling e minimalismo
Além do tipo de impressão escolhida para sua exposição, da identidade visual adotada e os recursos tecnológicos que o tornam cada vez mais modernos, os rótulos contam cada vez mais com ilustrações e histórias que ajudam a conectar o universo de uma marca com os seus potenciais consumidores.

Gabriel Lopes, presidente da Associação Brasileira de Empresas de Design (Abedesign), destaca como as storytellings, palavra em inglês relacionada com uma narrativa e que significa a capacidade de contar histórias relevantes de um produto por meio da exploração dos seus elementos específicos, têm ganhado relevância.

“Passamos por diversas transformações em um curto período, principalmente com a entrada de cervejas artesanais que acabam por questionar o status quo, trazendo novos elementos para o segmento cervejeiro. Em um dado momento tivemos a invasão de ilustrações. Logo em seguida, veio a evolução das storytellings. Deixamos de (somente) comprar cerveja e passamos a ver os seus ingredientes e tipos, em seguida o terroir, logo após as histórias das cervejas, da sua origem”, ressalta.

O especialista, que é formado em Design, com especialização em embalagens, inteligência artificial e ciência de dados pela Universidade de Chicago, avalia que o consumidor não compra uma cerveja apenas pela qualidade do produto, mas também pela mensagem que transmite e pode estar presente no seu rótulo.

“Além de comprar histórias, passamos a ter uma expectativa do propósito dessas histórias. Entrou a experiência no jogo e agora, além da cerveja, o copo, o local, ingredientes, o tipo, a história, o propósito por trás da história”, completa Lopes.

Leia também – Especial rotulagem: Entenda a importância da aplicação em embalagens de cerveja

Um rótulo tem de ser completo em informações ao consumidor e até em experiências oferecidas, mas isso não significa necessariamente que a embalagem de um produto precise possuir a sua área de exposição repleta ou até mesmo “poluída” em sua identidade visual. E Regina ressalta, inclusive, que existe uma tendência crescente pela adoção de rótulos cada vez mais “limpos”.

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“Uma macrotendência do setor de alimentos em nível mundial é a que se chama de ‘clean label’ ou etiqueta limpa, em tradução livre. Isso se refere ao uso de elementos mínimos no layout. Por exemplo: apesar de, num primeiro momento, parecer estar na contramão do que se vê nas prateleiras de cervejas nos pontos de venda, uma rotulagem limpa pode também ser efetiva para comunicar as propriedades associadas à bebida, no caso, tranquilidade e bem-estar pelo uso de substâncias psicoativas. O termo ‘clean label’ refere-se também a uma lista de ingredientes ‘limpa’, ou seja, produtos cujas formulações não usem substâncias que despertem sentimentos negativos no consumidor, tais como corantes artificiais, conservantes, entre outros”, detalha.

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