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Em retomada, cervejarias reveem processos e custos por competitividade

Marcas artesanais não puderam repassar totalidade da alta dos insumos das suas produções nos preços ao consumidor

As restrições em função da pandemia do coronavírus chegaram ao fim no ano passado, mas nem por isso as marcas artesanais deixaram de encarar desafios. Em um cenário de alta dos custos, perda do poder de compra do consumidor e equipes reduzidas, as cervejarias precisaram rever processos com o intuito de se manterem competitivas.

Essa foi a avaliação majoritária apontada por profissionais e especialistas que atuam no segmento de cervejas artesanais ouvidos pelo Guia sobre o ano de 2022 e as adversidades encaradas pelos empreendedores. Assim, ao mesmo tempo em que as companhias conseguiram superar as perdas dos períodos mais graves da pandemia, foi necessário refazer planos em meio a esse processo de reconstrução.

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“Muitas cervejarias tiveram de se reinventar e recuperar vendas com quadros de funcionários muitas vezes deficitários. Os maiores desafios estiveram ligados à economia do país, com alta constante do dólar, preços dos insumos nas alturas, o que encareceu demais a atividade produtiva nas cervejarias. Aliado a isso, a queda do poder aquisitivo do consumidor exigiu uma engenharia grande por parte das cervejarias para colocar seus produtos nos PDVs em preços possíveis”, avalia a sommelière Fabiana Arreguy.

O último ano apresentou alguns contrastes para quem atua no segmento cervejeiro. Afinal, se houve um alívio para as cervejarias com a possibilidade de retomada dos eventos e do funcionamento dos bares sem restrições, isso veio acompanhado pela pressão dos custos, como destaca Gilberto Tarantino, presidente da Associação Brasileira de Cerveja Artesanal (Abracerva).

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“O aumento dos insumos e de outras contas foram elevados e dificultaram as cervejarias, que não puderam repassar todas essas altas. Em 2022, então, teve uma euforia com o retorno aos bares, mas também esse desafio. O segmento avançou, mas as cervejarias precisaram rever custos e processos para sobreviver. Acabou sendo um ano que demandou muita criatividade”, diz.

Foi um momento de, nas palavras de Paulo Vanzolin e replicadas por Leandro Sequelle, CEO da Graja Beer, “levantar, sacudir a poeira e dar a volta por cima”. “Ano de entender o que poderia ser feito em um cenário pós-pandêmico (e não tão pós assim), no qual o consumo de bebidas alcoólicas aumentou, mas a dificuldade de manter um negócio, em sua ampla cadeia, foi bem mais acentuada. Muita gente infelizmente quebrou, outros raros tiveram oportunidades, o mercado deu tímidos avanços, mas, ainda assim, foi e é um período de reorganização”, avalia.

Com tais desafios, poucas novidades de impacto apareceram no segmento cervejeiro em 2022, pois as marcas estavam mais focadas em seu realinhamento, ainda contabilizando prejuízos provocados por um dos períodos mais desafiantes para a sociedade em tempos recentes, como pondera a sommelière Bia Amorim.

“Vi poucos investimentos de maneira geral. Lançamentos de cervejas apenas das cervejarias que já tem isso como estratégia comercial. Tivemos baixa participação das marcas mais antigas em eventos grandes, festivais e cursos”, avalia.

Ainda assim, apesar de ter sido um ano sem grandes novidades no segmento de artesanais, alguns movimentos deram sinais de esperança para os próximos meses. E eles vieram, principalmente, no fim do ano, com a aceleração da demanda por eventos, que foi acompanhada pela crescente participação do consumidor. Isso, claro, desperta expectativas de um 2023 melhor para as cervejarias.

“Foi um ano razoável, de médio para bom. Houve aumento de produção, com a pandemia dando um descanso, atendendo o aumento de consumo. E os eventos de fim de ano voltaram com tudo. Não temos visto muita inovação ou novidades sendo lançadas. Foi mais um ano de manutenção”, conclui Marco Antônio Falcone, presidente da Federação Brasileira das Cervejarias Artesanais (Febracerva).

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