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10 especialistas avaliam como foi o ano cervejeiro em 2019

Para analistas, embora tenha trazido novos desafios ao setor, ano de 2019 foi de consolidação do mercado de artesanais

O ano de 2019 chega ao fim e, com ele, termina também a segunda década dos anos 2000. Para a cerveja esse foi um período de crescimento e resgate de tradições, não só no Brasil, mas em todo mundo. Assim, o mercado cervejeiro global entra na terceira década desse milênio muito mais fortalecido do que antes.

E, para ter um panorama de como o mercado se comportou em 2019, o Guia pediu a análise de 10 especialistas de diferentes áreas do setor. Confira, a seguir, a avaliação de cada um deles.

Bia Amorim, sommelière, editora da Farofa Magazine e jurada do Eisenbahn Mestre Cervejeiro
Com certeza 2019 foi um ano em que muita coisa aconteceu no mercado cervejeiro. Tivemos uma enorme sintonia entre as políticas das grandes e pequenas cervejarias e o amadurecimento da Abracerva e suas importantíssimas reuniões. (…) Eventos grandes se consolidando. (…) A mineira Zalaz está dando uma aula de sustentabilidade e criatividade. Cervejarias do interior do estado de São Paulo estão mostrando que são boas de fazer marcas ciganas e desenvolvem cada vez mais ferramentas. (…) Cada vez mais entendemos que se ficarmos na bolha não vamos sobreviver, as marcas precisam estar mais conectadas com o consumidor.

Carlo Lapolli, presidente da Associação Brasileira da Cerveja Artesanal (Abracerva) e da Câmara Setorial da Cerveja no Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa)
Foi um ano de fortalecimento, passamos de mil cervejarias e foi muito importante para o setor a nossa articulação política. Ficou muito claro a importância política e econômica que alcançamos, sendo um importante instrumento para mudar e melhorar o ambiente econômico, principalmente para o pequeno produtor.

Clairton Kubaszwski Gama, especialista em Direito Tributário pelo Instituto Brasileiro de Direito Tributário (IBET), e Daniela Froener, especialista em Propriedade Intelectual pela World Intellectual Property Organization (WIPO)
De forma geral, a nova IN do MAPA, assim como as modificações do novo Decreto, são extremamente benéficas ao setor cervejeiro, especialmente para o artesanal. Reivindicações antigas, como a possibilidade de utilização de adjuntos de origem animal (mel, por exemplo), padronização das informações de rótulo e simplificação do processo de registro de novos produtos, foram atendidas. O único ponto que parece ainda carente de uma melhor definição é em relação ao limite de uso de adjuntos, pois, mesmo com a nova IN, ainda é possível defender a tese de que não há norma válida que limite o uso de adjuntos cervejeiros, uma vez que tal limitação está prevista apenas na IN, mas não no Decreto.

Leita também: Entenda o que muda com a norma que redefiniu as regras da cerveja brasileira

Euclydes Minella, pesquisador da Embrapa Trigo
A safra de cevada pode ser considerada positiva considerando-se o clima desfavorável, com seca prolongada no Paraná e excesso de chuvas na colheita do Rio Grande do Sul e Santa Catarina. A produtividade nacional média deve ficar ao redor de 3.500 kg por hectare, que pode ser considerada boa diante das adversidades climáticas.

Humberto Saldívar, presidente do concurso Aro Rojo, no México
O cenário da cerveja latino-americana, em geral, é um pouco complicado, uma vez que a maioria dos insumos são importados em dólares e as economias latino-americanas atravessam dificuldades. O positivo é que sempre há um aumento no consumo, possivelmente mais lento neste ano do que nos outros, mas sempre em crescimento.

Nadhine França, consultora cervejeira, fundadora da Maria Bonita Beer e responsável pelo braço de diversidade da Abracerva
O mercado cervejeiro brasileiro é formado basicamente por homens de classe média, média-alta, brancos, geralmente barbudos. Esses geralmente são os donos de estabelecimentos, das cervejarias. E eles pensam muito como se os clientes fossem iguais, contratam pessoas com um perfil parecido. Não existe pensamento diferente e discussão de se trazer a diversidade. Há um pouco de discussão sobre a presença feminina, mas a gente sabe que essa presença feminina não é tão grande, embora tenhamos mulheres bem fortes e renomadas no mercado. Falando em números, deve passar um pouco dos 10% dos profissionais da área.

Percival Maricato, presidente da Associação Brasileira de Bares e Restaurantes (Abrasel)
A depuração do paladar está muito a frente do desenvolvimento econômico. Os donos de bares e restaurantes aprenderam isso. Hoje tem botequim chique em todos os bairros. A evolução do gosto, de maneira geral, condiciona a evolução da cerveja consumida.

Rodrigo Jordão Rosa, presidente da Associação dos Cervejeiros Artesanais Paulistas (Acerva Paulista)
O mercado de insumos não mudou em 2019: continua na mão de poucos e grandes fornecedores, o que deixa os custos mais caros para nós, cervejeiros caseiros. Em 2019 nós conseguimos estruturar melhor a nossa associação e a Acerva Brasil também está fazendo um trabalho de integração muito importante em todo o país.

Sady Homrich, mestre cervejeiro, sommelier, jurado do concurso da Eisenbahn Mestre Cervejeiro e baterista do Nenhum de Nós
Em 2019 houve uma oferta muito grande de cervejas artesanais e alguns novos mercados se abriram, principalmente no interior dos estados. Mas vários PDVs já estabelecidos entraram em uma concorrência nem sempre saudável. A qualidade, em geral, acaba caindo pelo excesso de oferta.

Taiga Cazarine, jornalista e beer sommelier
Não importa onde a gente está no mundo, e não importa o quanto de história está por trás de uma região: quando a gente fala de cerveja artesanal todo lugar está vivenciando o mesmo cenário cervejeiro, com cervejarias pequenas fazendo de tudo para sobreviver e usando a criatividade. Isso acontece em todo lugar, não só no Brasil.

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