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Ambev aumenta preço da cerveja; Abrasel estima alta entre 6% e 10%

Alta nos preços das cervejas da Ambev ficará entre 6% e 8% na maior parte dos estados, segundo a Abrasel

As cervejas da Ambev vão ficar mais caras a partir de outubro. Proprietária de marcas como Brahma, Skol, Bohemia, Stella Artois, Original, Antarctica e Colorado, a companhia confirma que realizou um reajuste nos preços, ainda que sem dar maiores detalhes dos valores. A Associação Brasileira de Bares e Restaurantes (Abrasel) também reconhece o aumento no preço da cerveja da Ambev e estima que ficará entre 6% e 8% na maior parte dos estados brasileiros, chegando a até 10% em São Paulo.

À reportagem do Guia, a Ambev reconhece o reajuste nos preços das cervejas. A companhia, porém, não revela qual foi o porcentual de aumento ou em quais marcas ou embalagens ele será aplicado e como. Destaca, ainda, que também há variações no reajuste de acordo com o tipo de estabelecimento e região do país.

Leia também – Como a alta crescente da inflação vai impactar grandes cervejarias e artesanais

A Ambev também assegura que o aumento é natural, fazendo parte da política de reajuste anual dos preços pela companhia. E explica que ele é generalizado, envolvendo diversas embalagens e marcas do seu portfólio. “A Ambev faz, periodicamente, ajustes nos preços de seus produtos e as mudanças variam de acordo com as regiões, marca, canal de venda e embalagem”, destaca a companhia em nota oficial.

A variação do aumento em virtude da região é confirmada pela Abrasel. Em nota oficial enviada à reportagem do Guia, a associação afirma que o reajuste em São Paulo será próximo ao da inflação anualizada. O Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) está em 9,68% nos últimos 12 meses, de acordo com o IBGE.

“Acreditamos que São Paulo deve seguir a inflação, mas nos outros estados, esse aumento ficará entre 6% e 8%. No Rio de Janeiro, por exemplo, nossa expectativa é que fique em torno de 7%”, analisa o presidente-executivo da Abrasel, Paulo Solmucci.

O aumento do preço da cerveja pela Ambev se dá em um contexto de inflação generalizada e, principalmente, de itens essenciais para a indústria, caso dos combustíveis e da energia, como demonstra reportagem publicada pelo Guia nesta quarta-feira.

No IPCA-15 de setembro, o índice de preços mais recente divulgado pelo IBGE, a alta dos combustíveis foi de 3,00%. Especificamente, a gasolina subiu 2,85% e acumula 39,05% de inflação nos últimos 12 meses.

A energia elétrica, por sua vez, também vem impactando diretamente a inflação. Em setembro, no IPCA-15, cresceu expressivos 3,61%. No mês passado, vigorou a bandeira vermelha patamar 2, com acréscimo de R$ 9,492 a cada 100 kWh consumidos. A partir de 1º de setembro, passou a valer a bandeira tarifária de escassez hídrica, que acrescenta R$ 14,20 para os mesmos 100 kWh.

Mas a cerveja, até agora, vem registrando inflação menor do que o índice oficial, segundo os dados do IBGE. O preço da cerveja no domicílio desacelerou em agosto e fechou o oitavo mês de 2021 com uma inflação de apenas 0,29%. A alta pouco expressiva fez com que o item tenha terminado agosto com uma aceleração acumulada de 3,49% em 2021. E sua inflação está em 7,62% no somatório dos últimos 12 meses.

Já o preço da cerveja fora do domicílio praticamente permaneceu estável em agosto, com inflação de apenas 0,05%. Agora, então, a variação é de 3,14% em 2021 e de 5,94% no período de setembro de 2020 até agosto de 2021.

Repasse ao consumidor
A expectativa é de que o aumento definido pela Ambev seja repassado na integralidade por bares e restaurantes ao consumidor, segundo o presidente da Abrasel. E imediatamente. “O setor está hiper pressionado por aumento de custos na luz, no aluguel, nos alimentos, no combustível, que afeta o delivery, por exemplo. Não suporta novo aumento sem repassar para o consumidor. É o que acreditamos que vai acontecer instantaneamente”, afirma Solmucci.

E, na avaliação do presidente da Abrasel, o reajuste no preço da cerveja não deverá parar na Ambev. Em sua visão, outras companhias do setor devem realizar o mesmo movimento, seguindo os passos da líder do mercado. “Há uma referência de preços no mercado ditada pela Ambev. Quando ela aumenta, as concorrentes acompanham a decisão”, acrescenta ele, apontando que o segmento está pressionado pelos efeitos econômicos da pandemia.

Mesmo que grande parte das restrições ao funcionamento de bares e restaurantes tenha sido revogada em diversos estados brasileiros com o avanço da vacinação contra o coronavírus, o cenário ainda é ruim para bares e restaurantes, como demonstra recente pesquisa da série Covid-19, realizada pela Associação Nacional de Restaurantes, em parceria com a consultoria Galunion e o Instituto Foodservice Brasil.

Segundo o levantamento, 62% das empresas entre restaurantes, bares, cafés e lanchonetes ainda não recuperaram as vendas em relação ao nível pré-pandemia, quando se compara julho de 2021 a julho de 2019. Além disso, 55% dos bares, restaurantes, cafés e lanchonetes se declaram endividados.

Margens pressionadas
Em julho, quando divulgou o seu balanço financeiro do segundo trimestre, a Ambev apresentou lucro líquido ajustado de R$ 2,963 bilhões, influenciado por um crédito tributário de R$ 1,6 bilhão. Ainda assim, alguns analistas encararam o resultado financeiro sem euforia, em função da pressão sobre os custos provocada pela alta de matérias-primas e do dólar – tanto que o custo do produto vendido por hectolitro aumentou 15,7%.

Além disso, a margem EBITDA de cerveja Brasil atingiu a marca de 22%, definida por analistas como a mais baixa de todos os tempos. Agora, então, a Ambev optou por realizar um reajuste no preço da cerveja entre 6% e 10%, segundo as estimativas da Abrasel.

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