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“Retrato dos consumidores de cervejas” tem adesão recorde e busca ampliar alcance

Missão da pesquisa é coletar informações sobre comportamento dos consumidores brasileiros, mostrando suas preferências

Embora figure como o terceiro maior consumidor de cerveja do mundo, atrás apenas dos Estados Unidos e da China, o Brasil ainda é carente de dados detalhados que possam mostrar com maior precisão o perfil dos amantes da bebida. Cientes desta realidade, Ludmyla Almeida e Leandro Bulkool, criadores do podcast Surra de Lúpulo, estão promovendo a terceira edição da pesquisa “Retrato dos consumidores de cervejas”, que terminará no dia 31 e já conta com a adesão de mais de 2.500 participantes, recorde da história deste levantamento. Com isso, está ampliando o seu alcance após focar também o objetivo de ouvir um maior número de pessoas das regiões Norte, Nordeste e Centro-Oeste.

A missão da pesquisa é coletar informações sobre o comportamento dos consumidores brasileiros, mostrando as preferências de rótulos, estilos e ocasiões em que ingerem a bebida. Depois, divulgar esses dados à sociedade e torná-los uma referência importante para colaborar com as tomadas de decisões dos profissionais que compõem o mercado cervejeiro. Os consumidores interessados em participar da pesquisa podem fazê-lo através do link.

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Os levantamentos de 2020 e 2021 registraram 1.006 e 2.023 participantes, respectivamente, figurando como uma rara referência para quem busca o perfil do consumidor de cerveja, como argumenta Leandro Bulkool, designer apaixonado por cervejas e estudante de antropologia do consumo.

“Os dois primeiros anos da pesquisa demonstram clara evolução não apenas na quantidade de respostas, mas no amadurecimento do questionário apresentado. E os dados extraídos são de grande valia para o mercado cervejeiro mesmo com um número menos expressivo de respostas. Neste terceiro ano, a proposta segue sendo alcançar todos os estados do Brasil, feito repetido desde a primeira coleta, mas também aumentar a participação dos consumidores das regiões Norte, Nordeste e Centro-Oeste”, destaca.

A expectativa é de que nesta terceira edição, com o número recorde de participantes, o resultado retrate melhor o perfil do consumidor. As informações coletadas na edição de 2021 apontaram que ele é, em geral, homem, heterossexual, branco, com ensino superior completo, morador do Sudeste e que bebe tanto artesanais quanto cervejas comuns.  

Entretanto, os próprios idealizadores do levantamento reconhecem que a descrição ficou distante de representar um retrato fiel do público que consome a bebida. “Sabemos que o Brasil não é assim, o Brasil é gigante, por isso nós queremos ir muito além. Queremos aumentar a participação de todas as regiões do País e irmos mais para o interior, não ficando restritos às capitais”, projeta Ludmyla, que é sommelière formada pelo Instituto da Cerveja Brasil (ICB).

A importância de traçar o perfil do consumidor
Os responsáveis pela pesquisa esperam que ela seja vista como uma ferramenta para evitar a adoção de achismos de integrantes do setor na definição das estratégias comerciais para alcançar os consumidores.

Um mercado sem dados é um mercado que opera no escuro e que toma decisões baseado em intuição e não em informação

Leandro Bulkool, designer apaixonado por cervejas e estudante de antropologia do consumo

Para ele, ter acesso a um perfil mais detalhado do consumidor de cerveja permitirá o crescimento do setor, principalmente pela possibilidade de acesso a informações mais assertivas sobre o público.

“Ajudará a criar uma musculatura de dados que dará suporte a mais variada gama de negócios cervejeiros. Quem é responsável pelo crescimento do mercado cervejeiro é o consumidor, que direciona todo o esforço dessa cadeia para atender suas necessidades e desejos, mas não sabemos como ele se comporta. O que ele quer? Quando ele gasta? Por que ele gasta? Quando o mercado souber disso poderá atender esse consumidor melhor, preparar o caminho para expandir”, enfatiza.

Essa edição do levantamento possui outros três integrantes em seu corpo técnico: Lucas Fernandes, mestre em estatística pela UNB e sommelier de cervejas pelo Science of Beer; Guilherme Oliveira, bacharel em sistemas de informação; e Roberto “Bob” Fonseca, jornalista, idealizador e realizador da pesquisa Melhores do Ano na Cerveja por dez anos. A iniciativa ainda conta com MyTapp, BierHeld, Fermenta Pessoas e Lamas Brew Shop como empresas apoiadoras.

Maiores produtores de artesanais, EUA são referência em pesquisa
Maior produtor de cervejas artesanais do mundo, os Estados Unidos se tornaram uma potência do setor, entre outros motivos, pelo investimento em pesquisas que ajudaram a revelar, ao longo do tempo, os anseios dos consumidores, fato lembrado por Bulkool ao elogiar o trabalho realizado a partir dos dados pela Brewers Association.

“O mercado craft norte-americano é muito robusto, seja pelo seu tamanho, ocupando aproximadamente 15% da fatia de mercado, seja pela quantidade de dados que coleta e distribui. A Brewers Association, anualmente, libera todo tipo de dados que ajudam a entender não apenas o consumidor, mas quantidade de produção, volume de vendas etc. Esse tipo de informação certamente ajuda na construção de um mercado mais forte e sólido para que novos investimentos possam ser feitos em todo o mercado cervejeiro”, ressalta.

É quase o oposto do que ocorre com o Brasil, com ausência de dados confiáveis. Principal documento sobre o setor, o Anuário da Cerveja foi divulgado pela última vez em abril de 2021 pelo Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (MAPA), não tendo previsão de publicação em 2022.

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