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Antes de balanço, ação da Ambev recua em mês de tombo da B3; veja prévias

No primeiro trimestre de 2023, ação da cervejaria acumula queda de 7,78%

Em um mês com valorização de apenas 11 das ações que compõem o Ibovespa, a Ambev não passou ilesa. O papel da cervejaria fechou fevereiro valendo R$ 13,39, queda de 1,98% em relação a janeiro, mas que pode ser considerada modesta em relação ao recuo do principal índice da B3, a bolsa de valores brasileira. O Ibovespa caiu 7,5% no período, para 104.931,93 pontos.

A queda da ação da Ambev no mês passado se deu, principalmente, pelo tombo de 1º de fevereiro. Naquela data, o papel recuou 3,51%, na sequência da publicação de uma matéria no site da revista Veja em que a CervBrasil, a Associação Brasileira da Indústria da Cerveja, afirmava que a Ambev poderia ter inconsistências em suas demonstrações financeiras, geradas por manobras envolvendo a atuação na Zona Franca de Manaus – a companhia negou as acusações.

Naquele dia, a ação da Ambev recuou dos R$ 13,66, que havia fechado o mês de janeiro, para R$ 13,18. E embora tenha registrado leve recuperação nos dias seguintes, o avanço não foi suficiente para colocar a cervejaria no seleto grupo das ações que se valorizaram em fevereiro na B3. E agora já acumula queda de 7,78% em 2023.

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Outra razão para explicar a queda da ação da Ambev no mês recém-encerrado é a baixa expectativa em relação ao balanço do quarto trimestre, a ser divulgado nesta quinta-feira (2). Afinal, a avaliação entre as equipes de analistas de bancos de investimento é de que o resultado será menos positivo do que se imaginava inicialmente.

O título da prévia da análise da XP Investimentos, “Faltavam só 4 minutos”, explica a frustração com um balanço para o qual algumas casas imaginavam um resultado exuberante. Mas a eliminação precoce do Brasil na Copa do Mundo do Catar, em que estava classificado às semifinais a até 4 minutos do fim da prorrogação contra a Croácia, e um dezembro mais chuvoso e de menos calor causaram efeitos negativos na Ambev.

Assim, a expectativa é de que o volume de cerveja no Brasil no quarto trimestre seja menor do que a expectativa inicial. “O clima abaixo da média no trimestre e o impacto limitado da Copa do Mundo devido à eliminação precoce da seleção brasileira e datas de partidas caindo em dias que já eram de ocasiões de consumo foram os principais culpados para os resultados mais fracos do que o esperado no início do trimestre. Portanto, esperamos que os volumes aumentem em 6% ano a ano, enquanto as expectativas do mercado parecem ter variado de 8% a 12%”, afirma a prévia do Itaú BBA. 

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E isso se dá dentro de um cenário de alta das despesas no período, provocadas pela elevação do preço do diesel e dos investimentos em marketing em virtude da Copa, o que deve causar impacto negativo no lucro da Ambev. Além disso, o BTG Pactual exibe preocupação com o desempenho da Ambev para 2023.

“Se o desempenho abaixo do esperado do volume em um trimestre impulsionado pela Copa do Mundo for confirmado, pode sinalizar uma indústria em desaceleração (a produção de bebidas alcoólicas parece apoiar isso), trazendo riscos para a sustentabilidade do poder de reajustes de preços da Ambev para 2023 em meio a uma economia desacelerando”, afirmam seus analistas.

O balanço também será divulgado na sequência da revelação do escândalo contábil da Americanas, que tem, assim como a Ambev, Jorge Paulo Lemann, Carlos Alberto Sicupira e Marcel Telles como alguns dos seus principais acionistas. Mas a situação não preocupa, de acordo com os analistas, por causa da posição de caixa da cervejaria. Além disso, eles não acreditam que o trio possa vender suas ações na Ambev para reduzir o rombo da varejista.

Queda inferior
O recuo da ação da Ambev em fevereiro, porém, foi bem menor do que o do Ibovespa, que tem a sua carteira puxada por Petrobras e Vale. E se uma empresa oscilou com a incerteza sobre a política para os combustíveis do governo Lula, o recuo dos preços do minério de ferro pressionaram a outra gigante.

Além disso, a expectativa de aceleração da inflação em fevereiro e as críticas públicas de Lula à gestão do Banco Central afetaram o humor do mercado. E ninguém sofreu mais do que a Azul, com recuo de 39,83% em fevereiro, seguida por CVC (-32,67%), Yduqs (-31,75%), Alpargatas (-30,71%) e Gol (-27,81%). Já a maior alta no período, mas de apenas 8,76%, foi da São Martinho.

Fora do Brasil
A queda da ação da Ambev em fevereiro se repetiu em Nova York. Na bolsa dos Estados Unidos, o papel terminou o mês cotado a US$ 2,55, caindo 4,85%. No ano, o recuo está em 6,25%.

Por outro lado, também fora do Brasil, as ações das duas maiores cervejarias do mundo apresentaram alta em fevereiro. O papel da AB InBev fechou o mês valendo 57,23 euros na Europa, apresentando valorização de 3,88%. No bimestre, a alta é mais modesta, de 1,71%.

Já a ação do Grupo Heineken acumulou o segundo mês de valorização em 2023, terminando fevereiro com preço de 96,50 euros. O papel, inclusive, teve alta relevante após a divulgação do balanço de 2022, ficando 5,38 euros mais caro desde então. Assim, subiu 5,42% em fevereiro, chegando aos 9,81% de valorização neste começo de ano.

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