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Cervejeiro caseiro é branco, pós-graduado e prefere IPAs, aponta censo da Acerva

Cervejeiro caseiro do Brasil faz, em média, uma brassagem mensal de até 40 litros, segundo pesquisa

Engenheiro pós-graduado, homem, branco, de meia idade, classe média-alta e que produz IPA apenas para consumo próprio. Esse é o perfil do cervejeiro caseiro brasileiro, revelado pelo censo 2019/2020 da Associação dos Cervejeiros Artesanais (Acerva), demonstrando que a cerveja nacional ainda tem um longo caminho a evoluir até atingir uma maturação que envolva um grau maior e necessário de diversidade e democratização.

Realizado entre abril e maio de 2020, o levantamento teve respostas de 872 dos cerca de 6 mil filiados às Acervas estaduais e permite traçar um perfil comportamental e demográfico de quem faz cerveja em casa no Brasil.

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Olhando para o aspecto demográfico do censo da associação, a grande maioria é de homens: 93%, contra 7% de mulheres. Quase metade (45%) estão na faixa entre 30 e 39 anos, e outros 35% têm entre 40 e 49 anos – totalizando uma maioria de 80% dos cervejeiros caseiros entre 30 e 50 anos. Os jovens, entre 22 e 29 anos, são apenas 6%, e os da terceira idade, acima de 60 anos, somam 3%. Quanto à cor, 73% se declaram brancos, enquanto 17% são pardos e apenas 3% são negros.

Se considerados os dados de escolaridade, é possível afirmar que a cerveja caseira é uma atividade que interessa principalmente aos homens que têm formação universitária: 49% dos respondentes têm pós-graduação, mestrado ou doutorado – enquanto apenas 15% não possuem ensino superior completo.

Dentre os que fizeram curso superior, a maioria tem sua formação em áreas que sugerem alguma familiaridade com processos produtivos, como engenharia (21%), ciências exatas (20%), ciências biológicas, agrárias e área da saúde (15%). No entanto, há um equilíbrio – e os demais 39% são formados em ciências humanas, sociais, artes, línguas e outras carreiras.

É possível observar, também, uma concentração entre pessoas de classes média e alta. Do total de respondentes, 26% declararam renda entre 3 e 5 salários mínimos (R$ 3.135 a R$ 5.225), enquanto 35% ganham entre 6 e 10 salários mínimos (R$ 6.270 a R$ 10.450). Outros 32%, por sua vez, têm renda maior do que isso.

Produção e consumo
De acordo com o censo da Acerva, o cervejeiro caseiro brasileiro está dividido quanto à intenção de se profissionalizar: 53% não pretendem abrir uma cervejaria, 34% têm essa intenção e 13% já possuem sua cervejaria, seja com fábrica própria ou cigana.

A produção do cervejeiro caseiro comum é de uma brassagem mensal (70%) pequena, destinada principalmente ao consumo próprio: 14% fazem menos de 20 litros, 33% entre 20 e 40 litros, enquanto outros 13% produzem entre 40 e 100 litros – apenas 5% fabricam mais de 200 litros por mês.

As lupuladas receitas de IPAs, feitas por 66%, e de APAs, executadas por 57%, são as mais populares entre os cervejeiros caseiros, seguidas pelas Belgian Ales (25%), American Porter e Stout (21%).

Já o gasto anual com insumos de 75% dos cervejeiros caseiros fica entre R$ 500 e R$ 5.000, enquanto aproximadamente 10% despendem mais do que isso, segundo o censo da Acerva. Somam-se aos custos os equipamentos, que totalizam menos de R$ 2.000 anuais para aproximadamente 80% dos respondentes, sendo que 27% gastam menos de R$ 500 – e outros 28% ficam entre R$ 500 e R$ 1.000.

Com cerveja própria para consumir em casa, as saídas para beber fora de casa não são uma atividade essencial para a maioria, que considera os gastos com sua própria cerveja maiores do que o gasto comprando cerveja. Do total de respondentes, assim, 5% afirmam não sair para consumir fora de casa, enquanto 35% costumam sair menos de uma vez por semana, outros 18% saem uma vez e 28% saem duas vezes. Sair três vezes ou mais é costume para 14% deles. E o gasto a cada saída é de, no máximo, R$ 120 para 80% dos respondentes.

10 Comentários

  • Reinaldo Reply

    17 de setembro de 2020 at 13:42

    Exige um pouco de intelecto… estou tentando aprender, mas tá difícil..

    • Tiago Reply

      17 de setembro de 2020 at 22:28

      Quanta besteira numa reportagem só.

  • Ricardo Reply

    18 de setembro de 2020 at 09:15

    Vamos criar o bolsa cervejeiro caseiro ou investir em educação, saúde e geração de emprego pra não ter que ler uma reportagens ridículas dessa?

  • João Reply

    18 de setembro de 2020 at 11:10

    Comecei há 2 meses. Já fiz duas IPA’s e duas Stout.. Cada leva resultou em 35 litros aproximadamente.. Estou apaixonado por este hobby. Por incrível que pareça me enquadro em quase todas as características apontadas no texto. Acredito que o custo para aquisição de equipamento é o que dificulta a entrada de pessoas de baixa renda, já que os insumos são relativamente baratos. Em tempo: Achei um completo absurdo o que aconteceu há cerca de 1 mês com membros de um grupo de whatss que, inclusive, alguns faziam parte da direção da Abracerva.

    • Bil Bil Beer Reply

      18 de setembro de 2020 at 15:17

      A gente, da Bil Bil Beer Brewshop, sempre incentiva o pessoal que não tem um orçamento folgado, a começar com os extratos de malte lupulado da Coopers. Assim o investimento inicial não fica tão alto e depois o pessoal consegue migrar para grãos aos poucos. Achamos que desta forma ajudamos a trazer mais gente para o mundo cervejeiro.

  • CARLOS ANTONIO PESSOA Reply

    18 de setembro de 2020 at 11:41

    Nunca vi tanta besteira em uma reportagem.

  • Kurt Reply

    18 de setembro de 2020 at 13:11

    Não há nada de absurdo na matéria. O censo demonstra exatamente o que temos observado dentro da Acerva.

  • Wagner Reply

    18 de setembro de 2020 at 22:20

    Reportagem muito seletiva, estou em um grupo no Telegram que são 700 pessoas a maioria delas esta quase que na minha situação, sou pardo, ensino médio, e pintor, já fiz vários stilos.

  • walace Reply

    10 de janeiro de 2022 at 23:22

    amigo, me poderia me enviar o link deste grupo? sou estudante de graduação e to fazendo um estudo sobre o público cervejeiro caseiro

  • Claudio Cordeiro Reply

    9 de abril de 2023 at 23:34

    Reflete de fato a realidade de qualquer atividade que demonstra algum privilégio, sem blá blá blá, normal
    A propósito, dou negro, vidraceiro ensino médio, 55 anos e apaixonado por fzr cerveja de forma lobo solitário

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