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Receosos, consumidores vão priorizar segurança na reabertura dos bares

Consumidores avaliam que o momento ainda não é o ideal para a volta do funcionamento dos bares

Priorizar a segurança em detrimento até mesmo do lazer. Essa deve ser a postura do público na reabertura dos bares durante e após a pandemia do coronavírus. Preocupados com os riscos de contaminação, os consumidores indicam que vão optar por lugares conhecidos, que deixem claro o respeito às medidas sanitárias, sem grandes aglomerações e com espaços abertos.

Leia também – Investimento em tecnologia e higiene: As ações dos bares para reconquistar os clientes

Esses temores, que pesarão na escolha sobre como, quando e quais bares frequentar no momento em que eles estiverem reabertos, foram captados pela reportagem do Guia ao ouvir consumidores que estavam muito habituados a frequentar esses lugares antes da pandemia.

“O que me deixaria segura para ir em um bar seria primeiramente ter poucas pessoas no lugar, sem aglomerações. Apresentar também as devidas precauções sanitárias. E, também, lugares abertos”, afirma a professora e artista de dança Daniela de Souza Firmino, que mora em São Paulo, no Brooklyn.

Outra moradora da capital paulista, mas do Butantã, a microbiologista Carola Souza Ramos de Carvalho também tem preocupações com a segurança, mas pretende voltar aos bares logo na reabertura. “O quanto antes, desde que respeitadas algumas normas de segurança e higiene como presença de álcool gel, ambiente limpo, maior distanciamento entre as mesas e funcionários com máscaras”, conta ela.

Já o arquiteto Eric Zompero, morador da Lapa, que tinha o costume de explorar a cidade descobrindo bares antes da pandemia, diz que agora só irá frequentar lugares que já conhece e confia. “Eu acho que nesse começo vou ficar mais em casa. Antes eu ia em vários lugares em bairros diferentes. Agora vou deixar para ir aos bares que eu conheço mais e sinto mais segurança”, relata.

Morador de Piracicaba, a 160 quilômetros da capital paulista, o advogado Rodrigo Prado Marques explica que ia pelo menos duas vezes por semana a bares antes da pandemia. E admite que vai demorar a recolocar os estabelecimentos na sua rotina de lazer.

“Só volto a essa frequência quando eu sentir uma segurança real. Não basta apenas uma autoridade dizer que saímos do laranja para o amarelo, tem que ser uma segurança visível nos números e nos fatos. Não adianta pegar pequenas verdades e transformar isso no seu dia a dia”, argumenta o advogado.

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Hora da volta
Na cidade de São Paulo, ainda que com restrições, bares e restaurantes deverão estar autorizados a reabrir a partir da próxima segunda-feira, 6 de julho. Mas pesquisas de opinião, feitas com consumidores, apontam que a maioria das pessoas ainda não sente segurança em frequentar lojas e estabelecimentos.

Em levantamento do Datafolha publicado na última segunda-feira, 29 de junho, pela Folha de S. Paulo, 52% dos entrevistados disseram ser contra a reabertura dos estabelecimentos comerciais e de serviços, como os bares.

Para Daniela, o momento ainda não é o ideal para a volta do funcionamento. Mas a professora e artista aponta a motivação econômica como fator motivador para a decisão.

“As pessoas estão comentando que essa é uma medida bastante irresponsável (reabrir os bares). No meu bairro os bares e restaurantes estão meio receosos com a abertura, porém a necessidade de obter uma renda está sendo maior”, comenta Daniela.

Consumidores em outros países
Nos lugares do mundo onde a atividade dos bares já foi retomada, o movimento de clientes voltou a acontecer. O Guia também conversou com brasileiros que moram na Europa e nos Estados Unidos para saber como está a situação por lá.

Morador da cidade de Praga, na República Checa, o executivo Rafael Coluci diz que as pessoas voltaram aos bares, mesmo com restrição de horário e de distanciamento entre as mesas.

“As pessoas estão agora saindo mais cedo pois os estabelecimentos fecham às 23 horas. Mas eu me sinto seguro, estou frequentando normalmente os bares por aqui”, relata Rafael, que informa ainda a existência de uma limitação de 300 pessoas em cada estabelecimento. “Mas como a maioria dos pubs aqui é pequeno esse limite nem é atingido.”

Mas um fato recente nos Estados Unidos pode indicar que deve haver mais cuidado com a reabertura dos bares. Na última sexta-feira, dia 26 de julho, os estados do Texas e da Florida, que haviam liberado o funcionamento dos estabelecimentos, retrocederam e voltaram a fechá-los por causa do aumento no número de casos do coronavírus.

Ricardo Gouvêa, morador de Orlando, conta que as pessoas se comportavam como se não houvesse risco de contaminação. “Eu estive há uma semana na cidade litorânea de São Petersburgo, no Golfo do México, e parecia tudo normal lá, as praias cheias, estacionamentos lotados, bares cheios e equipes de atendimento sem máscaras. Fiquei admirado”, aponta ele, citando essas atitudes entre os motivos do retrocesso na abertura dos estabelecimentos.

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