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Crise energética e escassez de fertilizantes ameaçam indústria da cerveja na Europa

Cervejarias europeias, incluindo a operação polonesa da Carlsberg, têm encarado dificuldades de acesso ao CO2

A crise energética na Europa, com o aumento dos preços em função de problemas no abastecimento de gás natural, tem afetado diretamente a indústria da cerveja, assim como a escassez de fertilizantes. Em diferentes países, empresas e seus representantes vêm cobrando apoio governamental para não paralisarem suas atividades.

O problema tem relação com o conflito entre Rússia e Ucrânia, pois o fornecimento de gás natural à Europa por Moscou foi paralisado. Assim, o produto, que também é importado pelos europeus da Ásia, está com o preço em alta. E isso causa efeitos na indústria, com o aumento dos custos. Além disso, a escassez de fertilizantes também vem afetando fabricantes de cerveja, pois são essenciais para a produção de gás carbônico.

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No Reino Unido, a Sociedade de Cervejeiros Independentes (Siba, na sigla em inglês) e a Campanha pela Cerveja Real (Camra) assinaram uma carta conjunta destacando os desafios que estão colocando em risco o futuro da indústria da cerveja. As organizações apontam que o setor está enfrentando alta nos preços da energia, escassez frequente de ingredientes e aumentos de preços.

Por isso, eles pedem que o governo ajude, introduzindo um limite de emergência nos preços da energia para pequenas empresas, bem como maior apoio para que elas adotem fontes renováveis.

“Com as contas de energia subindo, estamos pedindo ao governo que apoie a cerveja britânica e ajude os cervejeiros independentes com um teto de preço de energia para pequenas empresas e ofereça subsídios e incentivos para as muitas empresas que desejam fabricar cerveja com mais energia verde”, diz Roy Allkin, presidente da Siba.

As associações lembram que o cenário adverso vem logo depois de o setor sofrer com os fechamentos em função da pandemia. “Com as empresas tendo feito todos os esforços para sobreviver à pandemia, seria uma farsa se nossas cervejarias locais, pequenas e independentes fossem forçadas a fechar definitivamente agora”, acrescenta Nik Antona, presidente da Camra.

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Falta de CO2
Além disso, a falta de acesso a CO2 vem sendo outro problema para as cervejarias na Europa. Na última quinta-feira, a maior empresa de fertilizantes do mundo, a Yara, com sede na Noruega, anunciou um corte de 50% em sua produção de fertilizantes à base de amônia e ureia na Europa, citando preços recordes.

A decisão veio na mesma semana em que a maior fábrica de fertilizantes da Grã-Bretanha, a CF Fertilizers UK, disse que iria “parar temporariamente” a produção em sua fábrica em Billingham. Além disso, dois outros grandes produtores de fertilizantes na Polônia anunciaram que interromperam as operações no início da semana.

“Assim que a planta de amônia for paralisada com segurança, a produção de CO2, que é um subproduto do processo de produção de amônia, será interrompida até que a planta seja reaberta”, afirma a CF Fertilizers UK.

A decisão foi recebida com preocupação pela chefe-executiva da Associação Britânica de Cervejarias e Pubs, Emma McClarkin. “Nossos pubs e cervejarias já estão lidando com fortes ventos contrários e pressões em suas cadeias de suprimentos. Esta decisão levanta sérias preocupações para o fornecimento sustentável de CO2”, diz. 

Mais conhecido pelo seu uso para aumentar a fertilidade do solo das plantações, os fertilizantes também fornecem um subproduto, o CO2, que é utilizado para adicionar o gás à cerveja, dando efervescência para a bebida.

Esperar até algumas semanas para que o governo aja pode ser muito tempo. Precisamos de um plano sustentável para o fornecimento de CO2 à nossa indústria e ajuda urgente com o aumento das contas de energia para as empresas antes que elas sejam forçadas a fechar suas portas

Emma McClarkin, chefe-executiva da Associação Britânica de Cervejarias e Pubs

Terceira maior cervejaria da Polônia, com 3 fábricas e participação de quase 20% do mercado, a Carlsberg Polska, que é subsidiária da multinacional dinamarquesa, chegou a declarar que cogitava paralisar a sua operação em função desse problema, também apontando que outras marcas do país encaram o mesmo desafio. Mas a empresa recuou em suas declarações após o governo polonês expressar apoio a medidas que abordariam a falta de dióxido de carbono usado na produção de cerveja.

O ministro da Agricultura da Polônia, Henryk Kowalczyk, garante que o governo está se movimentando para apoiar os produtores de fertilizantes a comprar gás a um preço moderado. “Estamos trabalhando nisso. Por enquanto, não quero falar sobre os detalhes, já temos algumas ideias e estamos acertando algumas soluções”, diz.

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