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Graja amplia diálogo entre cerveja artesanal e cultura da periferia com ações artísticas

Conhecida como "cerveja da quebrada", Graja Beer tem aproveitado seu espaço para incentivar a cultura da periferia

Encarar a cultura como parte fundamental da construção da história, seja da sociedade, de um bairro ou de um movimento cervejeiro. É a partir dessa premissa que a Graja Beer tem atuado com a promoção de eventos em seu espaço no bairro do Grajaú, na periferia de São Paulo, unindo os hábitos e costumes das pessoas da região com as manifestações artísticas, a cerveja artesanal e seus signos.

Reforçar esse elo e diálogo é uma forte razão para a Graja Beer se autointitular a “cerveja da quebrada”. Afinal, além de produzir cervejas, o espaço na zona sul de São Paulo também realiza ações voltadas para a população local. Recentemente, entre reaberturas e fechamentos, de acordo com as medidas governamentais de combate à proliferação do coronavírus, a cervejaria promoveu e recebeu projetos artísticos, como exposições e saraus, para aproximar a cerveja artesanal do público da periferia e de suas expressões culturais.

Leia também – Saídas para a crise: Como as cervejarias buscaram se aproximar do consumidor

“Estudando a cultura cervejeira e as escolas, acredito muito que cada escola tem, em sua característica, além da produção de estilos e terroir, os hábitos e as culturas do seu tempo, do seu espaço, do seu território e das pessoas que compõem esse espaço. E o caminhar do Brasil é que a gente desenvolva tanto esse terroir, através da nossa flora, das possibilidades e da criatividade dos nossos cervejeiros, quanto também troque com essa cultura do nosso povo”, avalia Leandro Sequelle, sócio fundador da Graja.

A Graja, assim, acredita que a manifestação cultural, estimulada pela realização de eventos em seu estabelecimento, faz parte da consolidação do movimento cervejeiro. E, a partir do diálogo da periferia com a cultura local e da produção da sua cerveja artesanal, uma nova realidade pode ser construída, com a sua participação na consolidação da cena. “A gente tem ampliado a visão para periferia, como sendo parte de uma cena nacional ou de uma escola nacional”, comenta Sequelle.

Entre as ações e eventos realizados está o projeto Grajaú Autoral, que busca levar ao espaço da cervejaria artistas locais e seus trabalhos autorais. O Stand Up Comedy é outra iniciativa da cervejaria. Nele, o foco fica na oferta de visibilidade para artistas negros, homens e mulheres, além do público LGBTQI+.

As mulheres, aliás, também são protagonistas no Sarau das Minas. Assim como no Nós por Nós, uma rede de empreendedorismo de mulheres da região. E as artes plásticas também tiveram espaço na cervejaria, como na exposição Pele Preta, do artista plástico e muralista Ladis.

“Já tivemos shows de rap e Baile da Pele Preta, que foi um evento de discotecagem, e há uma série de outros projetos paralelos acontecendo e que a gente ainda quer ampliar. A nossa pegada é: nós não estamos reproduzindo uma cultura vinda de fora, estamos em diálogo com a cultura que vivemos no dia a dia”, aponta o sócio da Graja.

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Para todos
Sequelle destaca o trabalho para mostrar que a cerveja artesanal não deve ser um produto elitizado. E acredita que isso deve ser feito a partir do diálogo com a periferia, sua cultura e seus ritmos, manifestados, por exemplo, no rap e no grafite.

“Temos interesse nos encontros de poesia porque ali está o povo que dialoga com a gente, com a proposta de uma cervejaria na periferia. Essas pessoas bebem cerveja a todo momento, só que elas não fazem a menor ideia de que existem escolas, ou do que é malte, lúpulo, levedura. Mas elas sabem que cerveja é uma coisa muito gostosa de se beber”, reflete.

Logo, seja com um show de rap ou através de uma exposição, a Graja Beer busca apresentar indiretamente a essas pessoas outras possibilidades de sabores e culturas. “E conhecem diretamente uma parada que quando elas chegarem em casa e forem tomar [uma cerveja] vão falar: opa! por que essa cerveja aqui é diferente daquela que eu bebi lá naquele samba? E isso começa a mudar a chave”, acrescenta Sequelle.

Assim, a Graja acredita que o seu espaço fomenta a cultura local, além de agregar a cerveja artesanal a ela. “A Graja Beer não é um pub, ela é um centro de cultura, educação e convívio, assim como uma public house deve ser, um espaço onde as pessoas se sentem confortáveis para falar de negócios, se divertirem e para fazer suas confraternizações. E, consequentemente, a cada novo evento que a gente cria, eu tenho novos públicos para a cerveja artesanal, mesmo que eles nem saibam disso”, finaliza Sequelle.

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