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Heineken e Carlsberg saem definitivamente da Rússia e ampliam êxodo na guerra

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Empresas multinacionais europeias eram duas das três maiores em operação no mercado cervejeiro do país

O êxodo de empresas ocidentais do território russo após a invasão da Ucrânia pelo país aumentou nesta segunda-feira. O Grupo Heineken e a Carlsberg anunciaram a decisão de deixarem o país menos de três semanas depois de paralisarem as atividades na Rússia.

Em tom de reprovação pela iniciativa dos russos em seguir com a invasão do território da Ucrânia, a multinacional holandesa disse estar “chocada e profundamente decepcionada” ao ver o conflito “continuar a se desenrolar e a se intensificar”

O Grupo Heineken também revelou que o fim de suas operações na nação governada por Vladimir Putin também lhe representará um prejuízo de 400 milhões de euros (aproximadamente R$ 2,098 bilhões), valor relativo aos custos para poder encerrar de vez os vínculos comerciais que mantinha no país.

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“Não lucraremos com qualquer transferência de propriedade e esperamos uma perda por depreciação e outros encargos excepcionais não monetários de aproximadamente 0,4 bilhão de euros no total”, ressaltou o Grupo Heineken.

A companhia lembrou que, anteriormente, havia optado por interromper novos investimentos e exportações para a Rússia, encerrando a produção, venda e publicidade da marca Heineken e anunciando que não aceitaria nenhum benefício financeiro líquido ou lucro dos seus negócios no país.

Agora, porém, diante do cenário proporcionado pelo governo russo, considerou inviável a possibilidade de continuar com as atividades no país. “Concluímos que a propriedade do negócio da Heineken na Rússia não é mais sustentável nem viável no ambiente atual. Como resultado, decidimos deixar a Rússia”, ressalta a cervejaria.

O Grupo Heineken iniciará, assim, um processo de transição para encerrar suas operações na Rússia. “Nosso objetivo é uma transferência ordenada de nossos negócios para um novo proprietário em total conformidade com as leis internacionais e locais. Para garantir a segurança e o bem-estar contínuos dos nossos colaboradores e minimizar o risco de nacionalização, concluímos que é essencial continuarmos com as operações recentemente reduzidas durante este período de transição”, afirma.

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A companhia também fez uma promessa aos funcionários que trabalham para a empresa na Rússia e agora se veem próximos de ficar sem as suas ocupações na multinacional. “Garantimos que os salários de nossos 1.800 funcionários serão pagos até o final de 2022 e faremos o possível para proteger seu emprego futuro”, diz.

A empresa operava no país desde fevereiro de 2002, sendo que atualmente possui oito fábricas no país, onde também vinha figurando com a presença de 30 marcas do seu portfólio. O Grupo Heineken era, até agora, o terceiro maior grupo cervejeiro da Rússia, atrás da Carlsberg e da AB InBev em participação.

Saída da maior da Rússia
Por sua vez, a Carlsberg ainda não contabilizou o impacto financeiro da sua saída da Rússia, mas ele tende a ser ainda maior do que o do Grupo Heineken. E também citou o conflito no Leste Europeu como razão para a sua saída.  “Tomamos a difícil e imediata decisão de buscar a alienação total de nossos negócios na Rússia, o que acreditamos ser a coisa certa a fazer no ambiente atual. Após a conclusão, não teremos presença na Rússia”, anunciou.

Ao anunciar a sua saída, a Carslberg não ofereceu maiores detalhes de como se dará esse processo. “Como resultado dessa decisão, nossos negócios na Rússia não serão mais incluídos na receita e no lucro operacional do grupo. Do ponto de vista contábil, o negócio será tratado como um ativo mantido para venda até a conclusão da alienação”, acrescenta.

A Carslberg é líder no mercado russo com uma participação de 27%, por ser proprietária da maior cervejaria do país, a Baltika. No ano passado, 10% da sua receita (6,5 bilhões de coroas dinamarquesas) e 6% do seu lucro operacional (682 milhões de coroas dinamarquesas) no mundo vieram da Rússia, onde possui oito fábricas e 8.400 funcionários.  

Outras ações
Iniciado em 24 de fevereiro, o conflito na Ucrânia vem provocando uma série de decisões que estão sendo prejudiciais aos russos dentro do mercado cervejeiro e em outros setores de sua economia. Uma delas foi tomada pela AB InBev, que solicitou à sua parceira no mercado local que deixe de vender e fabricar a Budweiser. A empresa é a vice-líder do mercado russo com uma joint-venture com a turca Anadolu Efes.

Outra cervejaria relevante no cenário mundial, a Molson Coors suspendeu os seus negócios por lá, em decisões que acompanharam outra série de saídas de empresas multinacionais do setor de alimentos e bebidas, como Coca-Cola, Starbucks, McDonald’s, Burger King e KFC, mas também de outros segmentos, casos de Apple, Samsung e Goldman Sachs.

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