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Livro sobre produção de lúpulo no Brasil traz dados, avaliação técnica e custos

Trabalho aponta agricultura familiar e cooperativismo como melhores saídas para realização do cultivo no país

Ainda pequena, mas em expansão e alvo de grande interesse, a produção de lúpulo no país ganhou recentemente um livro que fornece conhecimento a interessados no seu cultivo, avaliações técnicas e um panorama do cenário atual. Trata-se de “Lúpulo no Brasil, Perspectivas e Realidades”, publicação lançada pelo Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (MAPA).

O livro é o resultado de estudo de viabilidade técnica e econômica da produção do lúpulo no Brasil, que foi desenvolvido pela Secretaria de Agricultura Familiar e Cooperativismo em parceria com o Instituto Interamericano de Cooperação para a Agricultura (IICA) e com apoio da Associação Brasileira de Produtores de Lúpulo (Aprolúpulo).

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A obra apresenta um plano de viabilidade técnica e econômica para o plantio comercial, apontando como as cadeias produtivas funcionam em países com relevância mundial no cultivo do lúpulo. A ideia, assim, é trazer embasamento técnico. Além disso, o material também conta com um manual de boas práticas, que visa auxiliar o desenvolvimento da atividade rural pelo produtor interessado em realizar o cultivo do ingrediente cervejeiro.

O diagnóstico, apresentado no livro, foi de que o cultivo de lúpulo pode ser uma interessante alternativa para a agricultura familiar, que, inclusive, responde por 84,4% dos empreendimentos agropecuários do Brasil. E a necessidade de acesso a equipamentos para transformação do produto plantado fez os profissionais ressaltarem a importância da formação de cooperativas.

“O estudo revelou que por ser uma cultura que em pequena área da propriedade consegue ter alto valor agregado, o lúpulo é uma boa oportunidade para a agricultura familiar diversificar a produção. Além disso, por os equipamentos para beneficiamento da flor serem de um valor alto, identificamos e sugerimos que, de forma cooperada, os agricultores familiares se unam para a compra desses equipamentos e criem suas próprias cooperativas com o fim de beneficiar e de vender de forma coletiva”, diz Gabriel Assmann, que foi supervisor do estudo e até o fim do ano passado atuava como coordenador geral do Cadastro Nacional da Agricultura Familiar.

Os números da pesquisa
Realizado em 2020, o trabalho contou com 171 respostas ao seu questionário, sendo que 152 dos respondentes afirmavam que cultivavam lúpulo. E Santa Catarina concentrou a maior parte das respostas, com 50, seguida por Rio Grande do Sul, com 31, e São Paulo, com 21. De acordo com o somatório geral de respostas, haviam 75 mil plantas de lúpulo no Brasil, com uma área de cultivo de 25 hectares.

Os números já são certamente maiores, tanto que 95 das 152 pessoas que cultivavam lúpulo responderam que pretendiam aumentar o plantio de 2020 para 2021. O trabalho, então, aponta uma perspectiva de aumento de até 47,8 hectares.

Entre as variedades mais citadas por quem cultiva lúpulo, Cascade está presente em 128 propriedades, seguida por Chinook, com 77, e Columbus, com 59. Nugget, com 47, e Saaz, com 44, completam o Top 5.  O trabalho também contabiliza um total de 48 cultivares de lúpulo registradas no país.

Custos
O livro também traz análises sobre valores de investimento inicial e custos de produção para cultivo do lúpulo. Para sistemas de treliças altas em V, o montante total para implantação de 1 hectare é estimado em R$ 177.534,68. O sistema de condução em latada, por sua vez, tem custo menor, de R$ 136.778,53.

A versão digital do livro pode ser baixada no link. “Essa publicação faz parte da estratégia de compartilhar e difundir o conhecimento gerado a partir de resultados expressivos desenvolvidos no âmbito da cooperação do IICA com a Saf/Mapa, em especial ampliação da gestão do conhecimento em temas inovadores e contemporâneos, principalmente alinhados com o governo brasileiro. Podemos dizer que trata-se de um estudo inédito bastante aprofundado e diversificado dessa cadeia”, afirma o coordenador de Negócios e Projetos do IICA, Heithel Silva.

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