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Balcão olímpico: A conquista de mercados e o peso dos impostos na cerveja do Japão

Japão é o sétimo país em consumo de cerveja no mundo, mas apenas o 53º na média per capita

A cerveja pode não ser a primeira bebida que se relaciona ao Japão, em um espaço na imaginação que costuma ser ocupado pelo saquê. No entanto, levada ao país por um estrangeiro, ela caiu no gosto popular, especialmente as Lagers. Tanto que hoje as suas principais marcas fazem o caminho inverso, tendo conquistado espaço em outras nações. E têm a sua diversidade relacionada diretamente com o sistema tributário do país.

O setor cervejeiro no Japão se concentra em quatro grandes indústrias. A Asahi Breweries possui, segundo as pesquisas mais recentes, 40,5% do mercado, sendo a sua líder. Mas também há participações relevantes da Kirin, com 27,6%, da Suntory, com 13,3%, e da Sapporo, com 12%. Dessas, as indústrias que originaram Kirin e Sapporo surgiram em Yokohama e Sapporo, respectivamente, cidades vistas como berço da cerveja no Japão.

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As principais indústrias cervejeiras começaram a aparecer no fim do século XIX, coincidência ou não, na sequência da assinatura pelo Japão da Convenção de Kanagawa, um acordo bilateral com os Estados Unidos que representou a abertura do país a outras nações através dos seus portos. E algo que traçou um caminho para acertos semelhantes com outros países. Além disso, as cervejas presentes no Japão inicialmente chegaram pelas mãos de outro estrangeiro, um doutor em medicina holandês, ao menos um século antes.

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Deu tão certo que agora diversas cervejarias japonesas possuem investimentos em outros mercados, especialmente na Oceania, mas também em outros continentes. Na Austrália, por exemplo, a Asahi adquiriu a Carlton & United Breweries. Na Inglaterra, se tornou proprietária da Fuller’s. E também comprou participações em marcas que eram da SAB Miller em países da Europa como Polônia, Hungria e Romênia. Já a Kirin possui participação em marcas que operam em países da Oceania e das Filipinas. E a Sapporo, por sua vez, também conta com cervejarias nos Estados Unidos, Canadá e Vietnã.

As cervejas mais vendidas por essas marcas são, em geral, as Pilsens e as Lagers, tendo cerca de 5% de graduação alcoólica, com a Asahi Super Dry sendo a mais comercializada.

Além disso, o Japão é o sétimo país em consumo de cerveja no mundo, de acordo com um relatório anual e global sobre o tema divulgado no fim de 2020 pela Kirin. Foram, de acordo com o levantamento, 4,869 bilhões de litros de cerveja consumidos  no país em 2019. Com isso, a média é de 38,4 litros de cerveja per capita no Japão, o que o deixa apenas na 53ª posição no ranking mundial.

Isso se dá, também, porque a definição de cerveja no Japão é mais elástica, havendo espaço nessa conta para o happoshu, uma bebida que leva menos malte e, assim, tem menor tributação, possuindo ao menos 33% de aditivos como arroz e milho. Mais recentemente, inclusive, surgiu uma opção sem malte, a novo gênero, driblando os impostos. Mas a previsão é de que eles sejam igualados em 2026, o que deve favorecer as cervejas mais tradicionais, deixando-as com preços mais competitivos.  

A legislação também está relacionada diretamente com a conquista de mercado pelas cervejarias artesanais no Japão. A partir de 1994, se tornou necessário fabricar apenas 60 mil litros para ter vantagens tributárias para uma fábrica operar, o que provocou um “boom” de novas marcas. Esse espaço levou a Kirin, inclusive, a entrar no segmento com a Spring Valley Brewing.

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