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Guia na Copa: Bares miram alta de mais de 20% na receita durante o Mundial

Estabelecimentos esperam casa cheia com disputa da competição em meio às festas de fim de ano e início do verão

Em um 2022 marcado pela retomada do funcionamento dos bares e restaurantes sem restrições, após praticamente dois anos de desafios, o melhor para o setor pode ter ficado para os meses finais. E a razão para essa perspectiva é a realização da Copa do Mundo, que promete adicionar receitas financeiras extras, especialmente para os bares.

A realização da competição no fim do ano, algo inédito, e o horário dos jogos, com muitos ocorrendo à tarde, motivam previsões de representantes de associações de bares de uma expansão de ao menos 20% no faturamento durante a Copa do Mundo.

Serão, também, os primeiros meses de novembro e dezembro com maior normalidade desde 2019. Até por isso, a Copa do Mundo é vista como um ingrediente para elevar receitas que já deveriam estar em alta, em função da sazonalidade.

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“O período em que a competição será realizada é um diferencial. A chegada das festas de fim de ano e do verão já aumentam as expectativas por si só. Além disso, nós também teremos a primeira parcela do 13º salário sendo paga durante a Copa do Mundo, no dia 30 de novembro, e o Auxílio Brasil, turbinando os gastos e fazendo com que a economia gire”, afirma Paulo Solmucci, presidente-executivo da Associação Brasileira de Bares e Restaurantes (Abrasel).

A sazonalidade também é vista como fator impulsionador por Fabio de Francisco, diretor e fundador da BaresSP, apostando que bares e restaurantes estarão mais cheios nas últimas semanas do ano e em horários diferentes.

“A estimativa é de que tenhamos um aumento de receita de pelo menos 20% nos estabelecimentos porque os jogos (do Brasil na fase inicial do Mundial) são em dias da semana. E pode ser que isso gere um recorde no movimento, porque a Copa vai acabar encavalando com os eventos corporativos de final de ano, como amigo-secreto e festa de empresa. Então, isso tende a deixar os bares e restaurantes com mais gente e em mais horários diferentes”, diz.

Além disso, os três jogos da seleção brasileira na fase de grupos vão ocorrer no período da tarde, sendo dois deles a partir das 16 horas, o que deve provocar happy hours mais alongados.

“A expectativa da BaresSP é a de que aumente o movimento no setor de bares e restaurantes de forma geral. Principalmente porque os jogos serão por volta das 13h e das 16h. Assim, há um período a mais com maior número de pessoas nos bares depois do almoço, próximo ao happy hour. O pessoal está contando muito com isso e tem bastante gente preparando os estabelecimentos para receber o público. E não só para os jogos do Brasil, mas também das outras seleções”, destaca o profissional do BaresSP.

E há, claro, torcida para o êxito da seleção brasileira. E não apenas por motivos patrióticos.

As expectativas são muito boas. Nós esperamos um crescimento de até 30% da demanda no setor e, se o Brasil avançar na competição, essa porcentagem pode aumentar. Os resultados dos jogos farão toda diferença

Paulo Solmucci, presidente-executivo da Abrasel

E os restaurantes?
O presidente da Abrasel acredita que a alta do fluxo de pessoas querendo acompanhar os jogos da Copa do Mundo fora de casa também será benéfico para restaurantes. “Normalmente, a Copa do Mundo é muito boa para os bares, mas causa prejuízos ou a redução de movimento nos restaurantes. Neste ano, estamos observando uma mudança muito interessante: os restaurantes estão fazendo reservas para novembro e dezembro, o período da competição. Então, podemos dizer que as expectativas têm sido boas tanto para os bares quanto para os restaurantes”, relata.

Fernando Blower, diretor-executivo da Associação Nacional de Restaurantes (ANR), pondera, porém, que o aumento do faturamento de restaurantes em função da Copa do Mundo não é uma certeza, dependendo, em sua visão, do perfil desses estabelecimentos.

“Se por um lado a Copa do Mundo atrai um movimento principalmente para bares que exibem os jogos, por outro ele enfraquece em restaurantes mais tradicionais ou que sequer têm televisão e para negócios dependentes de áreas comerciais, do público do almoço, como regiões centrais e mais corporativas”, enfatiza Blower.

Como ficam os preços
O aquecimento econômico extra que será proporcionado pela Copa do Mundo para muitos bares e restaurantes pode vir acompanhado de aumentos nos preços dos cardápios, com os estabelecimentos aproveitando o período para recuperar margens perdidas.

“Há a possibilidade de reajuste dos preços, até porque o setor está atrasado em relação à inflação média e apresenta valores pouco acima da metade da inflação da alimentação dentro de casa. Além disso, estamos ainda com 19% dos estabelecimentos operando com prejuízos e 36% apenas em equilíbrio. Então, é bastante provável que essas empresas busquem corrigir os preços de maneira com que elas voltem à rentabilidade”, prevê Solmucci.

Porém, o líder da ANR assegura que eventuais alterações nos preços não vão ser expressivas, até para não afugentar consumidores. “Qualquer eventual reajuste é uma consequência da inflação, que já vinha se acumulando e não reajuste real. Ou seja, não vejo a possibilidade de nenhum grande reajuste acima da inflação, até porque a capacidade de renda das pessoas está limitada e o operador sabe que precisa garantir o público dele. Portanto, não, vejo nenhuma disparada de preços de Copa do Mundo, não faria essa correlação”, diz Blower.

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