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Soluções, intercâmbio e brassagem feminina: como foi o congresso da Agrária

congresso técnico
Evento em Guarapuava reuniu cerca de 500 profissionais da indústria para debates, palestras e compartilhamento de informações

Uma parcela relevante e ativa da indústria cervejeira se encontrou na última semana, em Entre Rios, distrito de Guarapuava (PR). Foi lá onde a Agrária Malte realizou o Congresso Técnico Internacional, que, depois de duas edições online, voltou a acontecer de modo presencial, promovendo debates variados sobre produção da cerveja e seus ingredientes, assim como avaliações a respeito do mercado. Além disso, houve espaço para visitas às instalações da cooperativa e, de modo paralelo, para brassagem de uma bebida apenas com a participação de mulheres.

De acordo com os organizadores, cerca de 500 profissionais do encontro, um número recorde para as 13 edições do congresso, abarcando mais de 300 empresas atuantes dentro da indústria, com todos os perfis de cervejarias, das micro até as multinacionais presentes no mercado brasileiro.

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“O congresso foi uma oportunidade de desenvolvimento para quem participou, com a entrega de conhecimento técnico de qualidade. As pessoas chegaram com dúvidas e dores, mas saíram com soluções para melhorar os processos dentro das cervejarias. Os palestrantes estavam junto aos participantes esclarecendo dúvidas depois das suas apresentações. Com isso, o aprendizado acontecia em todos os momentos”, diz Alexandre Sierote, especialista de marketing da Agrária Malte.

Nos três dias de palestras, temas técnicos e vivenciados pelos profissionais na rotina das fábricas foram abordados, como turbidez, envelhecimento da cerveja, técnicas exóticas de mostura, biotransformação na produção, fermentação e formação de compostos sulfurosos, assim como se ressaltou a importância da segurança alimentar e a necessidade de adoção de cuidados para que ela seja cumprida.

Além disso, também houve espaço para relatos sobre novidades envolvendo ingredientes da cerveja, como programas de melhoramento de lúpulo e seu cultivo sustentável, assim como para a explanação de informações que influenciam nas decisões das companhias, como o impacto do mercado global sobre preços e acesso à cevada e ao malte.

Tendo apresentado a palestra “Filtrando cerveja sem perder a qualidade”, Lígia Marcondes, mestre cervejeira e professora da Universidade de Vassouras, no sul do estado do Rio de Janeiro, e da Escola Superior de Cerveja e Malte (ESCM), destaca a profundidade como os temas foram abordados no congresso. “Esse evento tem palestras de 1 hora e meia. Você só consegue passar conhecimento embasado com tempo. Temos tempo para falar, tirar dúvidas. É um detalhe que fez toda a diferença.”

Esse cuidado na abordagem de temas profundos também foi apontado como fundamental para o êxito do congresso por Carlos Ruiz, da HVG Lúpulos. “Temos um público muito heterogêneo, desde pessoas distantes da química da cerveja como outras com pós-doutorado nessa área. A ideia, então, é fazer com que seja compreensível para todos, para permitir que tirem mensagens para uso no dia a dia em suas cervejarias”, comenta.

Em uma novidade da edição de 2022 do Congresso Técnico Internacional, o encontro teve a realização de mesas redondas diárias. Elas abordaram os desafios atuais enfrentados no mercado cervejeiro e a cultura do lúpulo no país, além de relatos de histórias inspiradoras para quem empreende, relatadas por personagens icônicos do segmento.

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“A ideia foi mostrar para o cervejeiro as razões para movimentos de mercado que estão acontecendo, colocando todos na mesma página. Tivemos preocupação em promover discussões amplas sobre temas do dia a dia, além de tocar as pessoas com boas histórias”, explica o especialista de marketing da Agrária.

Compartilhamento do conhecimento
Para além das palestras e debates, a interação, com a troca de conhecimentos, acabou sendo outra marca do Congresso Técnico, com parceiros e profissionais voltando a se encontrar após o hiato provocado pela pandemia do coronavírus, tendo a possibilidade de compartilhar experiências e buscar soluções.

“O congresso é uma forma de reencontrar, ter conversas nos stands e centro de convenções para falar das dúvidas sobre maltes e processos cervejeiros. Estamos disponíveis para falar com os clientes e responder aos questionamentos”, argumenta Alírio Caldeira, profissional da Weyermann, que realizou uma apresentação sobre metodologias de cálculo de cor e mosto da cerveja.

Foi, também, o que relatou Lígia. Ao mesmo tempo em que subiu ao palco para dar dicas sobre como filtrar uma cerveja, ela pôde adquirir conhecimento a partir da apresentação de outros palestrantes e de conversas que acrescentaram informações para a sua rotina profissional.

Vi explicações do que acontece na prática e tendências, como um kit de análise microbiológica que foi apresentado. Tem coisas novas que vi no congresso que vou levar para a minha vida profissional

Lígia Marcondes, mestre cervejeira e professora da Universidade de Vassouras

Para além do congresso
Em atividade paralela ao congresso, a semana em Guarapuava contou, ainda, com a brassagem de uma White IPA. Para isso, 12 cervejeiras se reuniram na Cervejaria Experimental da Agrária, onde fabricaram 250 litros da bebida, criada pela mestre cervejeira Ludmila Antoniazzi. A receita teve em sua composição os maltes Pilsen e de trigo da cooperativa.

No encontro, as profissionais compartilharam suas experiências dentro do setor cervejeiro, hoje predominantemente masculino, embora a presença feminina seja crescente – a organização do Congresso Técnico Internacional estima que ao menos 15% dos participantes da 13ª edição tenham sido mulheres.

“Estar em um local onde a maioria do público é masculino e poder conhecer essas mulheres fortes, que já lançaram cervejas muito reconhecidas pelo mercado, é algo muito inspirador”, diz a cervejeira Bruna Tristão.

A cerveja produzida por elas será comercializada na Festa da Cevada, que vai ocorrer em outubro, em Entre Rios, distrito de Guarapuava, onde está localizada a sede da Agrária. E o valor arrecadado vai ser revertido em produtos de higiene para mulheres em situação de vulnerabilidade.

Além disso, antes do início dos três dias de palestras e após seu término, a Agrária reservou a segunda (18) e a sexta-feira (22) para visitas técnicas à sua estrutura. Os participantes conheceram o Museu Histórico de Entre Rios, a Fundação Agrária de Pesquisa Agropecuária, a maltaria e a cervejaria experimental da companhia.

“Independentemente do congresso, a cooperativa gosta muito de compartilhar sua história e cultura. E nós vemos, nos eventos, uma demanda grande das pessoas querendo conhecer a estrutura da Agrária. Mostramos que tem muita ciência e história por trás das sacas de malte”, conclui Sierote.

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