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Cooperbreja resgata espírito de coletividade para apoiar setor cervejeiro em meio à crise

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Com quase mil associados, cooperativa oferece preços mais justos de matéria-prima, segundo destaca seu presidente, André de Polverel

A pandemia do coronavírus trouxe difíceis lições à contemporaneidade. Ao mesmo tempo em que provocou uma catástrofe sem precedentes nas últimas décadas, com centenas de milhares de mortes e uma crise econômica que levará anos para ser contornada, a Covid-19 fez despertar um perdido sentimento de coletividade – seja pela solidariedade com as vítimas da tragédia ou pela saudade de parentes e amigos separados pelo isolamento. Sentimento que deve reverberar no mercado cervejeiro, como destaca André de Polverel, presidente da Cooperbreja – Cooperativa de Cervejeiros do Brasil.

“Se podemos tirar alguma lição da pandemia, olhando para o setor artesanal especificamente, é que nunca houve tanta necessidade de mudança da nossa cultura empresarial. Precisamos lutar coletivamente ‘por espaço’ e não ‘pelo espaço’. Ou enxergamos isso ou seremos engolidos pelos nossos erros em um curto espaço de tempo”, aponta o presidente da cooperativa sediada em Ribeirão Preto, em conversa exclusiva com o Guia.

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Com quase mil associados em seu quadro, aliás, a Cooperbreja tem procurado utilizar sua experiência em “coletividade” para apoiar seus cooperados a enfrentarem esse momento difícil da Covid-19. Na prática a organização funciona como um brewshop, onde seus associados e clientes podem adquirir equipamentos e insumos para a produção de cerveja. Com uma vantagem: como funciona como uma “central de compras”, a cooperativa consegue preços mais “justos”.

“Todos nós sabemos que o setor cervejeiro como um todo vai precisar se aprimorar para fazer frente aos desafios que esta pandemia nos impõe, sobretudo neste momento de flexibilização do isolamento com regras especificas para cada segmento”, aponta André, para depois acrescentar.

“O trabalho da Cooperbreja vai ser importante em um momento como esse porque as micro e pequenas cervejarias que terão a oportunidade de aderir à cooperativa poderão fazer compras de insumos adequadas ao seu porte e necessidades do momento com vantagens e suporte que certamente elas não encontrariam ‘sozinhas’ no mercado”, detalha.

Além das vantagens competitivas, mesmo para aqueles que se encontram em uma situação de inadimplência com seus fornecedores, segundo relata André, as relações de negócios resultantes “entre cooperativa e cooperado, o chamado ‘ato cooperativo’, não é tributado e, neste sentido, a cooperativa pode ser tanto um brewshop competitivo quanto um grande PDV para os seus cooperados”.

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O presidente da Cooperbreja destaca, ainda, outros benefícios trazidos pelo conceito de coletividade intrínseco à cooperativa. É o caso, por exemplo, do suporte burocrático frente a questões relativas ao Ministério da Agricultura (Mapa), da realização de cursos voltados especialmente para o associado e da possibilidade de fazer testes sensoriais de sua bebida.

“Na cooperativa, além de ter acesso a preços diferenciados, as cervejarias poderão contar com suporte especializado para a sua formalização junto ao Mapa e não terão mais a necessidade de regular constantemente o seu estoque de insumos, facilitando a logística e tendo a oportunidade de um controle maior sobre a sua margem de preços”, afirma André.

“Poderão, ainda, participar de cursos oferecidos pela cooperativa para o seu aperfeiçoamento na produção de cerveja e gestão do seu negócio, além de poder levar as suas cervejas para serem analisadas sensorialmente e poderem fazer a sanitização adequada dos seus barris, entre outras vantagens”, complementa ele.

A estrutura da Cooperbreja
As vantagens propiciadas pela entidade, fundamentais em um período de crise como o atual, derivam de sua própria natureza empresarial. André explica que a Cooperbreja é uma típica cooperativa de consumo fundada nos termos da Lei Federal 5.764/71, que rege o cooperativismo no Brasil. 

“Antes de mais nada, é preciso dizer que uma cooperativa nada mais é que um empreendimento coletivo de negócios, porém com princípios e valores inalienáveis”, aponta o presidente da Cooperbreja. “Neste modelo de negócio todos os integrantes da cooperativa são sócios (donos) com o mesmo poder de voz e voto. Ela tem abrangência nacional, embora a maioria de seus cooperados residam em Ribeirão Preto e região.”

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Para que esse empreendimento desse certo e pudesse desenvolver o seu trabalho primordial, que é a prática do comércio justo, foi preciso que um grupo coeso se reunisse e levantasse um capital que fosse suficiente para realizar compras coletivas no atacado com a obtenção de vantagens competitivas para os seus membros, sobretudo nos preços, acrescenta André. 

E o resultado, segundo ele, não foi apenas o desenvolvimento do mercado cervejeiro local, mas também da própria região de Ribeirão Preto. “Por meio do seu trabalho, a cooperativa age como uma verdadeira central de compras, regulando os preços de mercado, proporcionando aos seus cooperados e clientes acesso a produtos e serviços de qualidade a um ‘preço justo’, além de contribuir para a melhora do Índice de Desenvolvimento Humano (IDH) do município onde está inserida”, finaliza o presidente da Cooperbreja.

1 Comment

  • JOCA Reply

    3 de junho de 2020 at 11:06

    O cenário é perfeito para iniciativas como esta. Aquisições fracionadas por cidade ou região proporciona menores custos logísticos de distribuição entre outras vantagens.. parabéns André e sucesso na gestão COOPERBREJA.
    Joca – Cervejoca Promotora Eventos Cervejeiros

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