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Terroir “brasiliano”: O que motivou sócios da Cozalinda a criarem a Cosabella

Marca estreou com o lançamento de espumantes e cervejas que são fermentados à base de uvas

A inventividade utilizada nas produções da Cozalinda e a experiência de atuar em uma fábrica de bebidas estão sendo colocadas à serviço de uma nova marca. Cervejeiro, blender e sócio-fundador da cervejaria de Florianópolis, Diego Simão Rzatki se juntou a mais três profissionais para criar a Cosabella, uma nova marca de fermentados à base de uva.

O objetivo principal da nova marca é desenvolver produtos fermentados com uva, priorizando a utilização de ingredientes locais, com o que os próprios sócios estão denominando como “terroir brasiliano”.

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A primeira leva de lançamentos conta com duas cervejas: a Brett Italian Grape Ale, fermentada com o mosto das uvas Trebiano e Chardonnay, além de utilizar a levedura Brettanomyces bruxellensis, e a Wild Italian Grape Ale, produzida com fermentação selvagem e uva Cabernet Sauvignon. Os vinhos espumantes Pét-Nat Bianco Natural Orgânico e Pét-Nat Bianco Natural Orgânico completam as novidades, na apresentação inicial da Cosabella ao mercado.

Nessa empreitada, Diego Rzatki tem a companhia de outros três sócios: Carlos Pavanelli, também sócio da Cozalinda; Ivan Tisatto, enólogo e fundador da vinícola Dom Dionysios e da cervejaria Donner; e Lázaro Araújo, sócio e cervejeiro na Donner.

Diego explica que as experiências técnicas com cervejas na Cozalinda, especificamente aquelas com uvas, ajudaram no novo empreendimento. A marca, afinal, tornou-se conhecida por suas cervejas ácidas, muitas delas fermentadas em barris de madeira, com leveduras nacionais. “Se não fosse toda a experiência adquirida anteriormente, não poderia haver esse projeto da Cosabella”, diz.

Ele destaca, porém, que a existência de objetivos diferentes, que não poderiam ser explorados na Cozalinda, motivou a criação da Cosabella. “Quando a gente faz cervejas da Cozalinda, a nossa maior intenção é sempre trabalhar com as coisas que são locais e ligadas à Florianópolis. De certa forma, trabalhar com uvas de Caxias do Sul e com a ideia de uma cultura italiana praticamente escapava aos objetivos da Cozalinda. Então, para a gente ficar mais livre até para fazer mais coisas, pareceu muito oportuno abrir essa nova marca”, afirma.

Além disso, a presença de profissionais da Donner, de Caxias do Sul (RS), na sociedade da Cozalinda não é à toa. Diego lembra que a Cosabella participou de um projeto ao lado da marca gaúcha nos anos de 2019 e 2020, com o lançamento de “cervejas selvagens”, que levavam a uva Merlot.

“A Cozalinda ensaiava há algum tempo a produção de uma linha de bebidas com uvas.  Em 2019, lançamos com a Donner a Sympotein Merlot: uma Wild Italian Grape Ale com uva Merlot. No ano seguinte fizemos uma segunda safra e então decidimos unir forças e lançar uma marca focada em produções com uva”, conta Diego.

O terroir da Cosabella
De acordo com um dos seus fundadores, a Cosabella busca trabalhar com a valorização de cepas, do terroir e de receitas ancestrais, resgatando as histórias por trás de cada ingrediente. As produções serão realizadas em Caxias do Sul e Florianópolis, cidades onde os sócios já possuem estrutura apta para acomodar os produtos durante as fases de fermentação.

As bebidas serão safradas e sempre com produções limitadas. E com o uso de ingredientes básicos da cerveja e do vinho nas criações dos fermentados.  “Assim como as cervejas receberão mosto de uva para sua fermentação, também faremos vinhos que recebem lúpulos brasileiros, por exemplo. A ideia é trabalhar ao máximo com ingredientes próximos e aproveitar do terroir que está ao nosso redor. É o que estamos chamando de terroir brasiliano”, ressalta Diego.

Outro aspecto fundamental para a Cosabella é o que seus sócios estão chamando de “terroir brasiliano”. Na visão de Diego, o conceito de terroir precisa levar em conta uma somatória de questões físico-químicas, como o clima, o solo e os microrganismos de determinada região, mas também as características culturais que fazem com que algumas técnicas de produção sejam predominantes em certa região.

No caso da Cosabella, então, o terroir é brasiliano pela mistura de características e culturas italianas com as brasileiras e o seu solo. E isso, claro, remete à colonização italiana da região Sul do país.

Tendo em vista que o terroir é muito mais do que apenas uma situação de qualidade físico-químicas, mas também todo o aspecto cultural e histórico que está intrínseco naquela área, no nosso caso, a gente colheu a questão do terroir brasileiro para estar em conjunto com a cultura italiana

Diego Simão Rzatki, sócio da Cosabella

Foi justamente essa ideia utilizada no desenvolvimento da nova marca, o que já pode ser visto na produção dos espumantes, que utilizam a variedade americana de uvas ao invés das mais tradicionais para vinhos, como a Pinot Noir.

“A Cosabella dialoga com toda a cultura italiana, que é um dos motivos a induzir a gente a decidir por certos caminhos. Quando a gente fala nos caminhos, olhamos, por exemplo, para como a população imigrante vinda da Itália fazia os seus primeiros vinhos. Vamos ver se eles usavam técnicas mais rústicas. E vamos usar técnicas mais rústicas. A gente está usando uvas de mesa, uvas americanas porque foram elas que se adaptaram ao local”, conclui.

Confira quais são os primeiros lançamentos da Cosabella:

Cervejas
Wild Italian Grape Ale – Cabernet Sauvignon
Cerveja produzida com uvas orgânicas e fermentada espontaneamente com os microrganismos encontrados nas uvas, fermentando não apenas o mosto de uva, mas o mosto cervejeiro também. A fermentação aconteceu sem controle de temperatura por 15 meses em barris de carvalho francês em Caxias do Sul.
Ingredientes: malte de cevada, trigo, aveia e mandioca, uva, lúpulo e água
Graduação alcoólica: 7,8%
IBUs: 8

 – Brett Italian Grape Ale – Trebiano & Chardonnay
Cerveja produzida em parceria com a Levtek.  Toda fermentação é feita com Brettanomyces bruxelensis de Santa Catarina, em temperaturas de Caxias do Sul, e com uva com o terroir de lá.
Ingredientes: malte de cevada, trigo, aveia, uva, lúpulo e água
Graduação alcoólica: 8,6%
IBUs: 11

Espumantes
Pét Nat Natural Orgânico – Sabel
Vinho espumante Rose natural. O vinho base é fabricado com uvas de diferentes parcelas e, depois de pronto, passa por uma infusão de cubos de madeira brasileira. Após ganhar o perfil aromático desejado, vai então para a garrafa fechada em rolha de espumante.
Ingredientes: fermentado de uva
Graduação alcoólica: 10,7%

Pét-Nat Bianco Natural Orgânico – Trebiano & Chardonnay
Vinho espumante branco natural Chardonnay. O vinho base é fabricado com uvas brancas Chardonnay e, depois de pronto, passa por uma infusão de cubos de madeira amburana. Após ganhar o perfil aromático desejado, vai então para a garrafa fechada em rolha de espumante.
Ingredientes: fermentado de uva
Graduação alcoólica: 13,2%

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