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Entrevista: Startup Brewing aposta em lançamentos online de olho no pós-pandemia

Apostando em atividades virtuais, Startup Brewing se propõe a manter o cronograma de lançamentos em 2020

Parecia inconcebível realizar lançamentos de cerveja sem bar, sem confraternização, sem o olho no olho do consumidor até meses atrás. No entanto, em função do coronavírus, essa é a alternativa que a Startup Brewing colocou em prática, com eventos online de apresentação das suas novidades.

A ideia da empresa, que abarca em seu nome várias marcas e se posiciona como uma plataforma de inovação cervejeira, surgiu como solução para manter o propósito de realizar um lançamento por mês ao longo do ano. E tem exigido de sua equipe uma grande capacidade de adaptação ao novo cenário.

Leia também – O novo mercado: 4 tendências sobre o consumo de cerveja em casa

Até agora, duas novas cervejas – uma West Coast IPA e uma Juicy Double IPA, ambas da UX Brew, uma das marcas da casa – foram lançadas nesse formato de evento, com a aposta na tecnologia, uma associação que sempre foi marcante na Startup Brewing.

“Fomos surpreendidos com uma recepção muito positiva, tanto do público quanto dos bares, que mesmo em um momento tão difícil, estão nos apoiando nestes novos formatos”, conta Aline Smaniotto Tiene, responsável pela gestão de eventos da companhia, em entrevista exclusiva ao Guia. 

Ela relata, ainda, como tem sido o processo de reestruturação do modelo de negócios da companhia para atravessar o complicado período da pandemia.

Confira, a seguir, a entrevista completa com Aline Smaniotto Tiene, responsável pela gestão de eventos na Startup Brewing.

Como surgiu a ideia dos lançamentos online e como ela se interliga com a história da Startup Brewing?
A Startup Brewing nasceu em 2017 com o objetivo de ser uma plataforma de inovação e desenvolvimento em tecnologia cervejeira. Somos apaixonados por cerveja e soluções, da produção à distribuição, buscando contribuir com o mercado. Para 2020, colocamos uma meta de lançarmos pelo menos um rótulo das nossas marcas por mês. No entanto, com a crise da Covid-19, nos vimos com cervejas em tanque e lançamentos cancelados. Como então ressignificar este momento, tão importante para nós, de estar nos PDVs, conversando diretamente com o público nos dias destes eventos? A live talvez seja um dos recursos mais utilizados neste momento para encurtar distâncias, então pensamos: por que não trazer este momento da mesa do bar, entre a cervejaria e o público, para o digital? Foi o que experimentamos.

Quais são as as principais dificuldades enfrentadas nesses lançamentos? 
Mesmo sendo eventos “on live”, criamos um roteiro de conversa para eles, assim colocamos em pauta alguns temas relacionados com o rótulo que estamos lançando. Um momento novo é sempre um desafio. Acostumar com a câmera do celular foi só o começo. A dinâmica e o alcance maior que a internet permite são pontos de muito cuidado, assim como a forma de se comunicar em meio a uma crise. São pontos que rediscutimos a cada live.

Quais lançamentos já foram feitos e quais outros estão previstos?
Até agora lançamos dois rótulos pela UX Brew: West Trends #2 (West Coast IPA com dry hop de Citra, Idaho7 e Centennial) e a Double Quarantine IPA (Juicy Double IPA com duplo dry hop de Amarillo, Citra e Mosaic) e fizemos uma receita de cheese cake com a Catharina Sour da Unicorn, com a Fernanda Meybom e uma aula da família de Lagers com as sommelières da casa. Temos convidado profissionais do mercado, gerando conversas sobre lúpulos, com a Júlia Reis da Sinnatrah (por conta das escolhas de lúpulo nos lançamentos), e com a Rosária Penz, da Hildegard (por conta do uso de lúpulos brasileiros na receita).

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De maneira geral, como tem sido a reação do público?
Fomos surpreendidos com uma recepção muito positiva, tanto do público quanto dos bares, que mesmo em um momento tão difícil, estão nos apoiando nestes novos formatos. Tivemos um número de visualizações interessante, com comentários e perguntas que geraram venda e interesse pelos rótulos. Estamos em parceria com outras marcas e parceiros do mercado e produzindo conteúdo que seja relevante para nossos clientes e consumidores.

De que maneira esses lançamentos e as dificuldades trazidas pelo coronavírus podem refletir futuramente no setor?
O mercado artesanal é outsider por vocação, o que requer muita resistência e resiliência. As cervejarias estão em um momento muito delicado, já que nas primeiras semanas de distanciamento social a redução nos volumes de vendas, em alguns casos, chegou a 95%. E estamos lidando com um momento de total instabilidade, que nos deixa com poucas opções de planejamento de curto prazo, mas no médio estamos desenhando diversas ações. O uso de tecnologia é nosso ponto forte e estamos pesquisando novos formatos. A criatividade precisa ser incorporada às novas realidades nas equipes de trabalho e isso tem sido uma saída, como o apoio aos bares e um olhar para situações de vulnerabilidade maiores do que as nossas.

Como a crise do coronavírus impactou a Startup Brewing? Além dos lançamentos online, o que mais a cervejaria tem feito para minimizar esses impactos?
Esta crise nos impacta em todas as nossas frentes de trabalho, seja com as marcas próprias ou com a produção voltada para as cervejarias ciganas. Nas marcas próprias, nossos maiores clientes são os bares. Alguns fecharam e outros abriram como delivery e estão com faturamento muito baixo. Boa parte dos PDVs não abriu. Prorrogamos boletos, e estamos dando atendimento normal com a equipe em home office.

Temos, ainda, nossas atividades voltadas aos ciganos e co-paker (termo que define parceiros comerciais que “empacotam” produtos com seu próprio rótulo), como o varejista Carrefour. Os ciganos praticamente paralisaram as produções, portanto liberamos uma quantidade de lotes e prorrogamos faturas. Participamos de eventos locais onde cada uma dessas empresas se organizou para dar atenção à comunidade e estamos com o foco na empatia e nas soluções.

Outra ação importante foi reforçar as plataformas de vendas online, sejam próprias ou de revendedores e de bares, além de trabalhar a comunicação de maneira mais ativa, desenvolvendo estratégias para viabilizar os custos e o estoque ativo.

O que a Startup Brewing vislumbra como tendência depois que a quarentena acabar e o mercado minimamente se normalizar?
Algumas situações que teremos que repensar, não apenas como cerveja artesanal, são questões ligadas ao consumo e aos eventos. Há alguns pontos que acreditamos serem fundamentais, que vêm como tendência nos últimos anos e ficaram mais latentes neste momento. Dentre eles, o consumo consciente, os produtos zero álcool, outras bebidas não alcoólicas, aquelas que de maneira geral são mais saudáveis, como bebidas funcionais, as low carb e a “função mindfulness” da bebida.

Agora, é preciso entender quais serão os comportamentos e posicionamentos dos consumidores pós-crise. Estamos atentos a essas transformações e ressignificações diárias da cerveja como mercado, como indústria e como pessoas, e continuamos queimando os neurônios, pensando em como lidar com tudo isso e pensando em nossos parceiros e novos produtos desenvolvidos para o agora.

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