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Os segredos das artesanais brasileiras premiadas no World Beer Awards

Albanos, Leopoldina e Lohn foram as três artesanais brasileiras que levaram a medalha de ouro na premiação internacional

A edição 2021 do World Beer Awards reconheceu a qualidade da cerveja brasileira. Foram nove rótulos premiados em um dos principais concursos internacionais, sendo que três deles foram conquistados por marcas artesanais não totalmente ligadas a grandes grupos. São os casos da mineira Albanos, da catarinense Lohn Bier e da gaúcha Leopoldina.

Vindas de três estados diferentes, as marcas celebram o reconhecimento como o resultado do planejamento, paciência, união, resiliência, pioneirismo e aperfeiçoamento da atuação dentro do setor. Esses são alguns dos “segredos” revelados por essas cervejarias artesanais para alcançarem as premiações no World Beer Awards.

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Em entrevistas ao Guia, representantes da Albanos, Leopoldina e Lohn Bier contaram detalhes sobre os rótulos premiados e a importância do reconhecimento de um dos mais importantes concursos do setor no mundo. A premiação acontece anualmente em Londres e reúne rótulos do mundo inteiro disputando suas colocações em diversas categorias.

As bebidas são escolhidas por criteriosos juízes e especialistas no mercado, baseadas em características sensoriais de cada uma. Além disso, o World Beer Awards envolve cervejarias de todos os tamanhos, das grandes indústrias até as artesanais.

Nos 25 anos da Albanos, prêmio para a criatividade do hub
Com 25 anos completados em maio, a Albanos conseguiu receber um outro presente em setembro. A marca de Belo Horizonte, afinal, foi premiada como a melhor Oub Bruin pelo World Beer Awards com a Acidentally Sour Brown. O rótulo é uma Brown Ale, cerveja do estilo belga, sendo maltada, frutada e envelhecida em barris, além de levemente ácida.

De acordo com Pablo Carvalho, mestre-cervejeiro da Albanos, foi preciso planejamento e paciência em todos os processos – sempre cuidadosamente pensados – na fabricação dessa cerveja. “Essa acidez é proveniente de um processo de refermentação com uma cultura mista de leveduras e bactérias selecionadas em laboratório. Nossa cerveja, após refermentar e envelhecer até o ponto desejado, é então ‘blendada’ com uma versão mais jovem da mesma cerveja para equilibrar os níveis de acidez, sabor maltado, corpo e outras características.”


Para chegar ao resultado final, foi necessário acompanhamento constante da evolução da cerveja nos barris de madeira para que nenhum atributo se sobrepusesse aos demais. “Apesar da brincadeira com o nome da cerveja, Accidentally Sour, posso garantir que não teve nada de acidental durante sua produção”, conta Pablo.

A Accidentally Sour Brown faz parte de um desejo antigo da Albanos de produzir cervejas que envelhecem em barris de madeira e de um projeto que envolve uma série de experimentos que, em breve, estarão no mercado e vêm sendo desenvolvidos no hub cervejeiro da marca.

Da mesma série, a Acidentally Sour, a Flanders Red Ale levou a prata na premiação nacional do World Beer Awards. Já a Pumpkin Ale levou o bronze na categoria Flavoured/Wild Sour. A Albanos ainda foi premiada com a Life Lager, medalha de bronze na categoria Lager/Light.

Pioneirismo leva Leopoldina ao prêmio
O mestre-cervejeiro da Leopoldina, Rodrigo Veronese, avalia que o pioneirismo de apostar em um estilo e o aperfeiçoamento foram as principais razões para a marca ganhar na categoria de Melhor Speciality Brut com a Italian Grape Ale. Este estilo de cerveja nasceu na Itália e leva em sua elaboração mostos de uva, que podem chegar a até 50% da composição do produto. “A Leopoldina é uma das pioneiras no Brasil na produção da Italian Grape Ale. Demos início ao projeto da Italian Grape Ale há 5 anos. Mas a comercialização começou somente em meados de junho de 2020.”

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Ainda sobre o rótulo vencedor, o mestre-cervejeiro destaca que a Italian Grape Ale Leopoldina é feita com as uvas Chardonnay do Vale dos Vinhedos, as mesmas usadas na elaboração de vinhos e base para espumantes da Casa Valduga. “Para produzir a Italian Grape Ale normalmente demoramos cerca de 6 meses até o produto final. A segunda fermentação acontece na garrafa, como é feito nos espumantes pelo método champenoise, por exemplo”, detalha Rodrigo.

Na fase nacional do World Beer Awards, além do ouro que levou a Italian Grape Ale para a etapa mundial, a Leopoldina também recebeu outras duas medalhas: ouro para a Tripel e bronze para a Imperial Stout.

Resiliência para fabricar a melhor Wheat Beer
Na Lohn Bier, a união e a resiliência marcaram o desenvolvimento da American Wheat Wine, vencedora da categoria Melhor American Style Wheat Beer no World Beer Awards. Segundo os seus criadores, é uma cerveja intensa, licorosa, alcoólica e maltada, contendo também em sua base uma parte de trigo.

Cervejeiro e sommelier da Lohn Bier, Richard Westphal Brighenti destaca que a cerveja foi criada em um momento complicado da história, com a atual crise sanitária. “Essa cerveja representa nossa paixão em fazer cerveja! A American Wheat Wine precisou maturar por um longo tempo e, no mesmo período, nós também estávamos em fase de maturação. A união e a resiliência da nossa equipe mesmo em um tempo tão difícil como foi a pandemia nos trouxe esta importante conquista.”


O reconhecimento
Inaugurada em 2014 e localizada em Lauro Müller (SC), a Lohn Bier tem participado do World Beer Awards desde 2016. Nesta edição, além da American Wheat Wine, ouro nas etapas brasileira e mundial, ganhou outras duas medalhas na etapa nacional, com o ouro da Carvoeira e o bronze da Catharina Sour com Café e Framboesa. “Os prêmios revelam o quanto estamos trabalhando com assiduidade e padrão”, completa Richard.

Para Rodrigo Ferraz, diretor da Albanos, a conquista do prêmio dado pelo World Beer Awards referenda o trabalho desenvolvido pela cervejaria de Belo Horizonte dentro do mercado nacional de artesanais e a criatividade do mestre-cervejeiro Pablo Carvalho. “Nos chancela, nos coloca na lista das poucas cervejarias brasileiras que já conquistaram esse prêmio. Ser eleita a melhor cerveja do mundo, em uma categoria tão específica, nos posiciona como referência no mercado nacional e internacional, dada a importância desse prêmio no mundo inteiro.”

Marca do Grupo Famiglia Valduga, a Leopoldina completa cinco anos em 2021, celebração que torna o título ainda mais especial. “É a primeira vez que ganhamos esse prêmio na disputa mundial, o que nos enche de orgulho e mostra toda a nossa expertise em elaborar produtos de qualidade”, finaliza Rodrigo Veronese.

O World Beer Awards 2021
Neste ano, as cervejas brasileiras receberam nove premiações, um resultado melhor do que o do ano passado, quando seis rótulos do país tiveram o reconhecimento em seus respectivos estilos. E o Canadá foi o país com mais ouros: 17.

Além disso, dos dez grupos de estilos premiados, o Brasil só não foi reconhecido em três: Dark Beer, Flavoured Beer, No & Low Alcohol e Stout & Porter. Em compensação, foram três premiadas no grupo Sour & Wild Beer, de cervejas consideras mais ácidas: Colorado Catharina Toca, Wäls Fruit Lambic e Albanos Accidentally Sour Brown.

Confira a lista de todas as cervejas brasileiras destacadas como melhores do mundo no seu estilo pelo World Beer Awards (no link, as premiadas na etapa nacional):

Melhor IPA English Style: Colorado Indica
Melhor IPA Session: Midway, da Goose Island
Melhor International Lager: Brahma Chopp
Melhor Pale Bière De Garde / Saison: 42, da Wäls
Melhor Berliner Weisse: Catharina Toca, da Colorado
Melhor Fruit Lambic: Fruit Lambic, da Wäls
Melhor Oud Bruin: Accidentally Sour – Brown, da Albanos
Melhor Speciality Brut: Italian Grape Ale, da Leopoldina
Melhor American Style Wheat Beer: American Wheat Wine, da Lohn Bier

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