fbpx
breaking news New

Ação da Ambev se recupera após balanço e fecha mês em alta; veja análises

Em um mês marcado pela oscilação, a apresentação pela Ambev do seu relatório financeiro do 3º trimestre acabou sendo fundamental para que a ação da companhia terminasse outubro em alta na B3, a bolsa de valores brasileira, O ativo fechou a sessão desta segunda-feira (31) cotado a R$ 16,00, o que representou valorização de 2,96% em relação ao fim de setembro.

Foi, assim, o quarto mês consecutivo de valorização da ação na B3. E se apresentava queda em outubro até a última quarta-feira, quando valia R$ 15,10 ante os R$ 15,54 de 30 de setembro, a ação emplacou três altas nas últimas sessões da Bolsa no término do mês. Só na quinta, dia da apresentação do balanço, a alta ficou em 3,05%. E, assim, já acumula valorização de 3,76% em 2022.

Essa boa recepção do mercado ao resultado financeiro da Ambev se deu menos pela alta do volume no terceiro trimestre, de 1,3% para 46,3 milhões de hectolitros, em comparação ao mesmo período do ano passado, e mais pelo crescimento da receita líquida, de 11,3%, para R$ 20,587 bilhões.

Leia também – Ambev tem queda de 13% no lucro e alta de 1,3% no volume produzido

Esse foi um fator destacado pelo BTG Pactual em relatório, apontando a importância de ampliação de receita a partir da prática de preços maiores. “Este foi o primeiro trimestre em muito tempo em que a precificação da cerveja brasileira da Ambev não veio com um comprometimento do volume. Isso deve interromper o processo de erosão das margens em 2023, o que é um bom motivo para comemorar”, diz.

Para a Ambev, isso foi possível diante da maior participação das marcas premium no Brasil e da retomada sem restrições de bares e restaurantes, com a venda da cerveja em garrafas retornáveis, o que lhe assegura mais rentabilidade.

O problema, para a Ambev, é que o Brasil “carregou” o bom resultado financeiro do terceiro trimestre, conseguindo compensar problemas enfrentados na América Central e Caribe, com recuo no volume e receitas.

Até por isso, a companhia teve recuo no lucro líquido, de 13,4%, para R$ 3,215 bilhões, embora com o Ebitda ajustado chegando aos R$ 5,6 bilhões, uma alta de 2,4%. “O arrasto vindo de outros segmentos tornou os resultados consolidados menos impressionantes e, de alguma forma, desafiam nossas esperanças”, pondera o BTG.

Contexto
A alta da ação da Ambev também se insere em um contexto de valorização do Ibovespa na B3 em outubro. O principal índice da bolsa brasileira terminou a segunda-feira em 116.037,08 pontos, alta de 5,45% no mês. Assim, também apresenta saldo positivo em 2022, de 10,7%.

Em outubro, das 92 ações que compõem o Ibovespa, 74 tiveram alta. E os destaques positivos da B3 foram as petroleiras 3R Petroleum (30,58%) e Petro Rio (28,55%), seguidas por Braskem (28,47%), Weg (25,33%) e Locaweb (21,44%). Já entre as quedas, três delas ficaram acima dos 10%: MRV (18,04%), IRB Brasil (14,55%) e Petz (13,86%).

Heineken recua
Se o balanço da Ambev foi bem recebido pelo mercado financeiro brasileiro, o oposto se deu com o resultado financeiro do Grupo Heineken no exterior. Na Europa, a ação da companhia desvalorizou 5,85% em outubro, para 84,60 euros. Por lá, esse recuo se deu na sequência da apresentação do balanço, na quarta-feira passada. Afinal, o papel caiu, em um dia, de 88,18 euros para 83,42 euros, perda de 5,4%.

No seu resultado financeiro, o Grupo Heineken relatou receita de 9,415 bilhões de euros no terceiro trimestre, um crescimento de 27,5% em relação ao mesmo período do ano passado, mas exibiu preocupação com a desaceleração da demanda, especialmente na Europa, o seu principal mercado regional.

Outros papéis
Nos Estados Unidos, a ação da Ambev também apresentou alta em outubro, acelerada após a divulgação do balanço do terceiro trimestre. Valendo US$ 3,04, teve valorização de 7,42%.

Foi um cenário parecido ao que se deu com o papel da AB InBev. O ativo terminou outubro cotado a US$ 50,60, alta de 8,24% no mês.

Para entender o impacto dos resultados financeiros de Ambev e Grupo Heineken, o Guia reuniu sete materiais de análise de banco de investimentos. Confira:

Ativa Investimentos
“O bom resultado se deu pelo crescimento de receita da operação brasileira, que por sua vez, foi beneficiada com crescimento, tanto em volume quanto em receita, pela operação não alcoólica e, em cerveja Brasil, com volume crescendo zero, na comparação anual, o destaque foi a melhora do ticket médio, devido ao poder de repasse de custos, mix de produtos e crescimento do canal on trade (bares e restaurantes). As operações internacionais ainda passam por desafios de natureza macroeconômica, como também, rupturas na cadeia logística”.

“Com crescimento de volume a zero, o destaque foi para o ticket médio, graças às iniciativas comerciais, de mix de produtos e repasse de custos. Quanto às iniciativas e mix, destaque para as marcas premium, com crescimento de volume acima de dois dígitos. Além disso, as garrafas de vidro retornáveis continuaram a ganhar participação com a evolução do canal on trade. Com essas iniciativas, Cerveja Brasil manteve sua margem Ebitda em 26,1% (assim como no 3t21), o que vemos como positivo dado os desafios inflacionários do momento.”

Publicidade

“A AmBev enxerga o evento esportivo como uma oportunidade para reforçar/acelerar suas estratégias e iniciativas, como o Zé Delivery e o BEES, que terão sua primeira Copa do Mundo. Além disso, a combinação de o evento ser realizado no verão somado ao novo mix de produtos (mais cervejas premiums e core plus versus a última Copa) e a um market share robusto, aumenta a expectativa da empresa para entregar um volume acima do esperado”.

A Ambev reportou um resultado sólido frente aos desafios enfrentados, incluindo a pressão nas margens por conta do aumento no preço das commodities. Vemos a companhia entregando o melhor que poderia para compensar esses efeitos, com suas iniciativas para impulsionar a ROL/hl e alavancando suas plataformas digitais. No curto prazo, no entanto, considerando os patamares atuais das commodities e o cenário macroeconômico mundial, ainda desafiador, porém estamos otimistas com as alavancas que a Copa do Mundo pode trazer, tanto do ponto de vista de preços e volumes, como relacionamento com os clientes, B2C e B2B com possível aceleração de um maior uso de suas plataformas digitais

Ativa Investimentos

Bradesco BBI
“Prevemos uma reversão na tendência de queda em que as ações estão desde a publicação de nossa prévia dos resultados do 3T22 (6 de outubro), pois os resultados do segmento internacional ficaram em linha com expectativas e os resultados do Brasil superaram as expectativas. Tendências operacionais positivas e custos de commodities em declínio devem permitir que a Ambev entregue uma recuperação de margem em 2023”.

BTG Pactual
“Esta supostamente foi a temporada de preços mais forte da Ambev em anos, não apenas em termos de preços contra a inflação, mas também considerando a resiliência dos volumes. A Ambev ainda teve desempenho superior ao do principal concorrente, o que também ressalta uma categoria de cerveja, com volumes crescentes no local (Original e Brahma Chopp novamente foram destaques) preservando as ocasiões em casa. O momentum para Bees e Zé, por outro lado, parece estar desaparecendo aos poucos. A recuperação no Brasil dos não alcoólicos também foi mais forte do que o esperado”.

“Este foi o primeiro trimestre em muito tempo em que a precificação da cerveja brasileira da Ambev não veio com um comprometimento do volume. Isso deve interromper o processo de erosão das margens em 2023, o que é um bom motivo para comemorar. Mas o arrasto vindo de outros segmentos tornou os resultados consolidados menos impressionantes e, de alguma forma, desafiam nossas esperanças”.

Itáu BBA
“Podemos estar nos aproximando de um período de spreads entre a inflação e a cesta de commodities, dando a entender que a tão esperada expansão de margem é um cenário plausível para a Ambev. Além disso, acreditamos que o tom positivo transmitido no comunicado sobre a aceleração do momentum de receita no 2S22 vs. o 1S22 provavelmente será bem-visto pelos investidores”.

“Embora esperemos que a empresa apresente um aumento de margem na divisão brasileira em 2023, os altos custos de hedges cambiais na Argentina já estavam aumentando a dispersão dos cenários de lucro líquido para 2023, conforme informamos em nossa última atualização. Após o 3T22, também temos uma nova variável adicionada à equação, dependendo do ritmo de recuperação da rentabilidade da América Central e Caribe”.

Morgan Stanley
“Heineken continua ganhando participação premium/mainstream no Brasil. Como a Heineken registra volumes consolidados de cerveja no Brasil em alta, anualizada em um dígito (e superando o mercado, de acordo com o release da empresa), achamos que é correto dizer que a empresa continuou a ganhar alguma participação no país. E, mais importante, ganhando terreno dentro das categorias lucrativas (premium/mainstream)”.

“Com a nova capacidade de Ponta Grossa entrando em operação agora durante o 4T22, acreditamos ser concebível que o desempenho de volume da Heineken possa acelerar ainda mais, então acompanharemos isso de perto, levando em conta que a Copa do Mundo está ao virar da esquina”.

“A Heineken parece ter um desempenho bastante bom agora que as limitações de capacidade parecem ter ficado para trás na empresa, enquanto a capacidade adicionada (por exemplo, a expansão em Ponta Grossa e mais alguns outros projetos menores) poderia tornar o ambiente competitivo mais difícil em 2023. É claro que o baixo desempenho contínuo de Petrópolis é um risco para nossa postura mais cautelosa, mas acreditamos que a força da Heineken aqui poderia ser mais importante para o debate sobre investimentos. Por fim, outra preocupação que tivemos está relacionada ao canal mais rentável do Brasil, o on-trade. Heineken ainda tem menos penetração em comparação com o off-trade, com cerca de metade da participação no primeiro em relação à sua relevância”.

UBS
“A perspectiva para a margem de 2022 permanece inalterada com uma expectativa entre estável e melhoria sequencial modesta. Fora isso, a Heineken espera que a tradução do impacto no Ebitda no ano de 2022 será de cerca de250 milhões de euros contra o consenso de 237 milhões de euros. No geral, esperamos uma reação negativa à falta de base ampla e o tom cauteloso no início das negociações em seus mercados europeus no quarto trimestre.”

XP Investimentos
“A AmBev apresentou resultados mistos, porém fortes, com o Brasil melhor do que o esperado e suficiente para compensar um desempenho decepcionante em suas unidades internacionais. O volume consolidado foi recorde para um terceiro trimestre e essa tendência positiva permitiu que os preços aumentassem em 8 dos 10 principais mercados da AmBev”.

Esperamos um bom momento da indústria de cerveja e não alcoólicos, especialmente no 4T, impulsionado pelo clima favorável e pela Copa do Mundo. Prevemos que a AmBev aproveite esse momento favorável para recuperar margens

XP Investimentos

0 Comentário

    Deixe um comentário

    Login

    Welcome! Login in to your account

    Remember me Lost your password?

    Lost Password