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Balanço 2018: Em ano difícil para cervejas, artesanais ganham espaço

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Embora artesanais tenham se destacado em surgimento de novos negócios, consumo de cerveja sentiu o ano difícil da economia

Sinais trocados podem ajudar a explicar e a compreender como foi 2018 para o mercado de cervejas. O ano foi de consolidação e confirmação da importância das artesanais, que vão conquistando seu espaço com o público e sendo importante polo gerador de empregos. Mas também de desafios, especialmente provocados pela crise econômica e política, algo que freou o aumento do consumo, mesmo em um setor em expansão.

De acordo com dados divulgados pelo Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento, o número de cervejarias artesanais independentes saltou de 679 para 835 entre dezembro de 2017 e setembro de 2018, um aumento de 23%. E estes estabelecimentos têm expressivos 169.681 produtos registrados.

Além disso, em um cenário de crise e falta de emprego, as artesanais deram sua contribuição em 2018 para não tornar o cenário ainda pior. Segundo dados divulgados pelo Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged), 1.757 vagas foram criadas pelo setor cervejeiro entre janeiro e outubro. Desse total, 951 vieram de empresas de pequeno porte, ou seja, com até 99 funcionários – número que equivale a 54,13% do total e supera os 806 empregos criados pela grande indústria.

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“O ano de 2018 foi muito feliz, muito profícuo para as cervejarias artesanais independentes. Tivemos um grande crescimento no número de cervejarias, os consumidores ampliando o conhecimento sobre cerveja, consumindo mais artesanais. E nossas cervejarias gerando muito mais emprego”, afirma Carlo Giovanni Lapolli, presidente da Associação Brasileira de Cerveja Artesanal (Abracerva), ao Guia.

Mas, se houve crescimento no número de cervejarias artesanais e na quantidade de empregos surgidos a partir delas, o consumo praticamente estagnou. Tanto que uma recente pesquisa divulgada pela Kantar Worldpanel demonstrou crescimento, mas tímido, da compra de cerveja no Brasil.

No período de 12 meses encerrado em setembro, o aumento da presença da bebida nos domicílios foi de 0,7%, passando de 62,7% para 63,4%. E o volume médio levado para casa passou de 4,4 para 4,5 litros. Já o valor gasto chegou aos R$ 342 em 2018, ante aos R$ 286 de 2016.

“Os últimos dois anos foram ruins para o mercado cervejeiro, a crise foi real, impactou o setor, o consumo baixou, muito bar fechou. O mercado retraiu”, aponta Luis Marcelo Nascimento, consultor cervejeiro, juiz do BJCP e sócio do Volátil, do H. e do The Lab.

Por isso, José Bento Valias Vargas, sócio da Lamas Brew Shop de BH, da Dunk Bier e um dos fundadores da Acerva Mineira, vê um cenário em que há mais oferta do que demanda ao público, que pode estar se voltando para opções mais baratas.

“O mercado está inundado de cerveja artesanal encalhada. Claro que o consumidor não deixa de comprar, mas vai comprar das mais baratas, volta a cerveja de massa ou nas cervejarias artesanais que pertencem às grandes e conseguem custos de produção e regalias governamentais desproporcionais”, alerta.

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